Passos
Coelho, Jerónimo de Sousa, Assunção Cristas e Catarina Martins dividiram este
fim de semana o palco político e os quatro partidos deram início à rentrée
política. Entre palavras duras – principalmente da líder do CDS – sobre a
Esquerda, não faltou tempo de antena para o discurso anti-europa e Passos
assegurou que não quer voltar para já para o Governo.
Foi
um fim de semana marcado pelo calor, mas a temperatura subiu ainda mais nestes
dois dias à boleia da rentrée política. Passos Coelho, Assunção
Cristas, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins tiveram de dividir
o protagonismo e não pouparam nas palavras, levantando o véu ao que
nos espera nos próximos meses.
Foi
no encerramento da Escola de Quadros do CDS, em Peniche, que a líder
do CDS foi direta ao assunto e, num tom muito duro com os partidos
que suportam o Governo socialista, afirmou que a Esquerda “vai buscar o
dinheiro ao bolso da classe média”.
“A
classe media que não se iluda: quando a esquerda unida vier dizer que só quer
tributar os riscos, é ao bolso da classe média que vai buscar o dinheiro” e
tudo “para satisfazer as clientelas das esquerdas unidas (…) Os campeões dos
pedidos de demissão estão agora caladinhos, não vá alguém interromper a
festança de esquerda”, acusou, referindo-se ao caso das viagens pagas
pela Galp ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Já
Passos Coelho, de acordo com a SIC, não cumpriu o previamente combinado e
começou o seu discurso enquanto Cristas ainda falava, o que terá gerado algum
mal-estar à Direita. Defendendo que Portugal precisa de recuar a visão
“radical” de sair da União Europeia, Passos não mostrou pressa em regressar ao
governo e assegurou que o mais importante “é salvar o país”.
No
final da Universidade de Verão do PSD, Passos disse também não querer ser
“cúmplice de uma situação em que o país tenha de passar por novos sacrifícios
apenas para satisfazer a ideia de subsistência e sobrevivência político-partidária
seja de quem for (…) Não venham no futuro aqueles que hoje tomam as decisões
vir a responsabilizar pelos resultados os que chamaram à atenção para os erros
que estavam a ser cometidos”, frisou.
Por
sua vez, Catarina Martins – na Feira Nacional da Cebola, em Rio Maior -
respondeu diretamente a Passos Coelho: “A cada mês que passa o Dr.
Passos Coelho vê uma catástrofe e nós queremos o oposto. A visão que [o líder
do PSD] tinha para o país falhou e agora far-se-á outro caminho”,
relembrando o desemprego no momento do governo de direita e a dívida pública
alta.
Na
mítica do Festa do Avante, em que milhares são atraídos para a Amora ao som da
conhecida ‘Carvalhesa’, Jerónimo apoiou a ‘Gerigonça’ mas apelou a
mais ação nomeadamente no que diz respeito
à precariedade no trabalho, afirmando que “é uma matéria em que não
bastam as boas palavras. É preciso agir”.
Ao
contrário dos defensores europeus, o líder do PCP reiterou que o
Governo não pode ceder à “chantagem”. “(Eventuais sanções) Estão aí presentes,
agora concentradas nas pressões e chantagem sobre o orçamento do Estado de
2017, para tentar esmagar a esperança aberta de que é possível sermos donos dos
nossos destinos (…) E é exatamente por essa razão que o Governo tem
de rejeitar esse pérfido plano”, vincou.
Inês
Esparteiro Araújo, em Notícias ao Minuto - Foto Global Imagens
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