segunda-feira, 5 de setembro de 2016

E A TEMPERATURA SUBIU (AINDA) MAIS À BOLEIA DE RENTRÉE POLÍTICA





Passos Coelho, Jerónimo de Sousa, Assunção Cristas e Catarina Martins dividiram este fim de semana o palco político e os quatro partidos deram início à rentrée política. Entre palavras duras – principalmente da líder do CDS – sobre a Esquerda, não faltou tempo de antena para o discurso anti-europa e Passos assegurou que não quer voltar para já para o Governo.

Foi um fim de semana marcado pelo calor, mas a temperatura subiu ainda mais nestes dois dias à boleia da rentrée política. Passos Coelho, Assunção Cristas, Jerónimo de Sousa  e Catarina Martins tiveram de dividir o protagonismo e não pouparam nas palavras, levantando o véu ao que nos espera nos próximos meses.

Foi no encerramento da Escola de Quadros do CDS, em Peniche, que a líder do CDS foi direta ao assunto e, num tom muito duro com os partidos que suportam o Governo socialista, afirmou que a Esquerda “vai buscar o dinheiro ao bolso da classe média”.

“A classe media que não se iluda: quando a esquerda unida vier dizer que só quer tributar os riscos, é ao bolso da classe média que vai buscar o dinheiro” e tudo “para satisfazer as clientelas das esquerdas unidas (…) Os campeões dos pedidos de demissão estão agora caladinhos, não vá alguém interromper a festança de esquerda”, acusou, referindo-se ao caso das viagens pagas pela Galp ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Já Passos Coelho, de acordo com a SIC, não cumpriu o previamente combinado e começou o seu discurso enquanto Cristas ainda falava, o que terá gerado algum mal-estar à Direita. Defendendo que Portugal precisa de recuar a visão “radical” de sair da União Europeia, Passos não mostrou pressa em regressar ao governo e assegurou que o mais importante “é salvar o país”.

No final da Universidade de Verão do PSD, Passos disse também não querer ser “cúmplice de uma situação em que o país tenha de passar por novos sacrifícios apenas para satisfazer a ideia de subsistência e sobrevivência político-partidária seja de quem for (…) Não venham no futuro aqueles que hoje tomam as decisões vir a responsabilizar pelos resultados os que chamaram à atenção para os erros que estavam a ser cometidos”, frisou.

Por sua vez, Catarina Martins – na Feira Nacional da Cebola, em Rio Maior - respondeu diretamente a Passos Coelho: “A cada mês que passa o Dr. Passos Coelho vê uma catástrofe e nós queremos o oposto. A visão que [o líder do PSD] tinha para o país falhou e agora far-se-á outro caminho”, relembrando o desemprego no momento do governo de direita e a dívida pública alta.

Na mítica do Festa do Avante, em que milhares são atraídos para a Amora ao som da conhecida ‘Carvalhesa’, Jerónimo apoiou a ‘Gerigonça’ mas apelou a mais ação nomeadamente no que diz respeito à precariedade no trabalho, afirmando que “é uma matéria em que não bastam as boas palavras. É preciso agir”.

Ao contrário dos defensores europeus, o líder do PCP reiterou que o Governo não pode ceder à “chantagem”. “(Eventuais sanções) Estão aí presentes, agora concentradas nas pressões e chantagem sobre o orçamento do Estado de 2017, para tentar esmagar a esperança aberta de que é possível sermos donos dos nossos destinos (…) E é exatamente por essa razão que o Governo tem de rejeitar esse pérfido plano”, vincou.

Inês Esparteiro Araújo, em Notícias ao Minuto - Foto Global Imagens

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