sábado, 29 de outubro de 2016

A FRAUDE DE MAIS UM RAPAZOLA “DÓTOR” QUE AFINAL NEM SE LICENCIOU



Mário Motta, Lisboa

Mais um rapazote dótor que afinal nem se licenciou, agora neste governo de António Costa, como outro, o Relvas, no governo de Passos, Cavaco e Portas. E há mais? Pelo visto e repetido há muitos destes dótores. Não é por acaso que somos levados cada vez mais a não confiar naqueles pseudo detentores de canudos e na leva vão também os que suaram as estopinhas para se licenciarem de facto ou para mais além se doutorarem.

Os gajos dos colarinhos brancos estão com a fama pelas ruas da amargura à conta de tantos vigaristas que nos caem nos braços e nos regaços das donzelas paragonais dos jornais depois de desmascarados. Aliás, essa de os simplesmente licenciados se intitularem doutores e desse modo assim convencionarem e assim os intitularem – mesmo que o sejam com honestidade – e dos parvalhotes dos plebeus os chamarem e considerarem doutores, só vem provar que estamos sob o domínio de uma estratégia delineada por uma elite que até pode não saber quase nada mas que é vigarista e manipuladora mais que suficiente para convencer erradamente que sabe muito, que é competente por via das aptidões adquiridas universitáriamente e que teve uma vida académica esforçada quando afinal tal não corresponde à verdade. É assim que temos por aí esses tais Chicos Espertos ou bando de sacanas para os mais avisados e que já não confiam nesta cambada que se impôs e se acoita em alguns partidos políticos e suas ramificações. Doutor é quem completa o doutoramento, não os simplesmente licenciados. Deixem-se de caganças, que nem correspondem à realidade mas que falsamente convencionaram.

Licenciado era o meu cão enorme, dócil, honesto e amigo do peito. De uma fidelidade a toda a prova. Tinha licença, era licenciado. Isso foi antes, na era salazarista. Mas de alguns destes novos licenciados e/ou pseudo licenciados não se pode dizer que possuam tais qualidades. Uns quantos até caem nos governos e seguem descaradamente rumo político com o recheio da arrogância, da desonestidade, da infidelidade aos que os elegeram. Decerto que existem os que escapam ao escrutínio da comunicação social e usufruem de vidas de sucesso, com mordomias pagas por todos nós e o mais que vier de benefícios. Tudo isso, do melhor, apesar de serem dos pés à cabeça grandes fraudes e gente guardada pela impunidade.

A seguir, mais um caso além Relvas e outros que tal. Trazemos o que consta na TSF, mais completo pode encontrar no Observador, que aliás foi autor da descoberta daquele fraudulento dótor. Mais um, entre tantos, como se estima que assim aconteça.

Para quem acabou de ingerir alimentos aconselha-se a que não se embrenhem demasiado nesta triste “história”… Pode causar vómitos. 

(MM / PG)

Um gabinete por um canudo

O antigo secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Wengorovius Meneses, confessa à TSF que só nos últimos dias no governo soube da mentira de Nuno Félix, um chefe de gabinete "imposto".

"A questão das licenciaturas nunca foi uma questão decisiva para a minha saída", assume o antigo secretário de Estado da Juventude e Desporto.

João Wengorovius Meneses confessa que "só soube (da mentira) dois ou três dias antes de sair que Nuno Félix não tinha uma licenciatura", isto numa altura em que já não falava com o ministro e no momento em que Tiago Brandão Rodrigues já tinha respondido "por mail que não aceitava a exoneração do meu chefe de gabinete".

Uma exoneração que João Wengorovius Meneses tinha solicitado depois de ter perdido a confiança num chefe de gabinete escolhido pelo ministro.

"Recebi o chefe de gabinete em boa fé", mas com o passar dos dias a relação degradou-se e "quando comunico ao ministro a intenção de substituir o chefe de gabinete o ministro impede-me de o fazer".

Em declarações à TSF, o anterior secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Wengorovius Meneses explicou que "a razão principal para querer substituir Nuno Félix na função de chefe de gabinete era a sua impreparação para a função."

"Eu não tinha total confiança politica nele e não sentia total lealdade da parte dele, a toda a prova", sublinha.

João Wengorovius Meneses adianta que "na reta final. Nos últimos dias que antecederam a minha saída tomei conhecimento de aspetos que agravaram os motivos" de desconfiança inicial. "Houve uma terceira dimensão que foi o facto de eu tomar conhecimento que ele não tinha uma licenciatura", como afirmava.

"Tive conhecimento disso (da mentira) por via da minha jurista. Mas, nunca comuniquei formalmente ao ministro o facto de Nuno Félix não ter uma ou duas licenciaturas".

João Wengorovius Meneses diz mesmo que pensou que o assunto estaria encerrado com o fim das suas funções no governo, porque quando sai um governante sai todo o gabinete, mas neste caso, o chefe de gabinete, Nuno Félix, foi reconduzido pelo novo secretário de Estado, João Paulo Rebelo

TSF - entrevista de Rui Silva

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