Desde
que tomou posse após o afastamento de Dilma Rousseff, o Presidente do Brasil já
viu três ministros abandonarem o Governo por alegações de corrupção, fraude e
subornos
O
presidente do Brasil, Michel Temer, foi esta semana acusado
de práticas corruptas por um ministro demissionário que diz que o
chefe de Governo o pressionou para que aceitasse ajudar um outro ministro do
Executivo num negócio privado em São Salvador da Bahia.
Marcelo
Calero, ministro da Cultura do governo do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) que apresentou a sua demissão na semana passada, diz que
Temer lhe pediu que ajudasse o ministro Geddel Vieira Lima, secretário da
presidência, a obter autorização para construir um condomínio de apartamentos
de luxo num distrito histórico de Salvador.
Anteriormente,
Calero tinha bloqueado esses planos e, ao anunciar a sua demissão há uma
semana, disse à polícia federal que sofreu pressões da parte de Lima para que
revertesse a decisão quanto a uma propriedade que o ministro da presidência
tinha acabado de comprar na Bahia. Temer nega as acusações de corrupção, mas
admite que falou sobre o projeto com o seu ex-ministro da Cultura.
Desde
que tomou posse interinamente em maio, após o Congresso brasileiro ter
suspendido Dilma Rousseff da presidência por 90 dias até uma maioria dos
membros da câmara terem votado pela sua destituição em agosto, Temer já perdeu
três ministros por suspeitas de corrupção. O novo escândalo envolve uma
propriedade comprada por Vieira Lima que Calero diz ser património protegido.
Esta
semana, depois de Calero ter denunciado que sofreu pressões de Lima e do
próprio Temer, o Supremo Tribunal passou o caso para a procuradoria-geral da
república, que decidiu abrir uma investigação formal ao secretário da
presidência. Temer tem recusado as exigências para despedir Lima, dizendo
que o ministro indiciado vai permanecer no cargo.
Temer
tomou posse como Presidente efetivo no final de agosto, depois de uma maioria
dos membros do Congresso terem votado pela destituição de Dilma Rousseff, do Partido
dos Trabalhadores, sob acusações de manipulação orçamental que remontam a 2014,
quando uma maioria dos eleitores brasileiros a reconduziram na presidência.
A
ex-líder e os seus apoiantes acusam Temer e o PMDB de orquestrarem um golpe
parlamentar para chegarem ao poder, quando muitos dos membros do partido,
incluindo membros do Governo, são suspeitos de fraude, subornos e corrupção no
âmbito do caso Petrobras. Temer vai ficar na presidência do Brasil até 2019.
Joana
Azevedo Viana – Expresso
Na
foto: Marcelo Calero acusa Temer de o pressionar para que aceitasse ajudar
outro ministro do Governo um negócio privado / Evaristo Sá
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