Mario
Raffaeli, que coordena a equipa de mediação, afirma que é preciso declarar o
fim das hostilidades antes de um acordo definitivo. A resposta do Governo
moçambicano à proposta sobre descentralização está em análise.
"O
que se pode fazer ao mesmo tempo [em que se discute a proposta de
descentralização do país] é a declaração da cessação das hostilidades",
afirmou Mario Raffaeli, em Maputo, no final de um encontro mantido esta
terça-feira (22.11) com a delegação do Governo.
O
coordenador da equipa de mediação internacional nas negociações de paz em
Moçambique afirmou que os mediadores vão analisar a resposta do Governo à
proposta que apresentaram sobre a descentralização administrativa do país, à
semelhança das contribuições entregues pela Resistência Nacional Moçambicana
(RENAMo) na segunda-feira (21.11).
"Vamos
analisar a resposta do Governo e amanhã [quarta-feira] vamos fazer uma reunião
dos mediadores para decidir o próximo passo", acrescentou Mario
Raffaeli.
Na
segunda-feira, as delegações do Executivo e da RENAMO analisaram a nova
proposta dos mediadores internacionais sobre descentralização. "Estamos
a aproximar os pontos e a discutir com as partes", disse na ocasião
Raffaeli, falando no fim de mais uma sessão das negociações de paz, que tem
seguido um modelo de encontros separados entre os mediadores e cada uma das
partes.
O
documento da equipa de mediação, apresentado às partes em outubro, propõe um
"pacote de princípios relativos ao processo de descentralização", no
âmbito da exigência do principal partido da oposição de governar nas províncias
onde reivindica vitória eleitoral.
"Não
é um documento que apresenta uma lei, é um documento que apresenta os
princípios que devem nortear a lei", esclareceu, na altura, Mario
Raffaelli, referindo que, uma vez harmonizado com os contributos das partes,
deverá seguir para a Assembleia da República ainda este mês.
Esta
terça-feira, Mario Raffaeli reiterou a intenção de concluir o documento ainda
este mês, lembrando que nesta fase das negociações todos os pontos da agenda
foram associados à cessação imediata das hostilidades militares.
"Continuamos a trabalhar", declarou o mediador indicado pela União
Europeia.
Agência
Lusa, ms – em Deutsche Welle
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