O
Tribunal Supremo de Angola indeferiu o pedido de um grupo de advogados para
suspender Isabel dos Santos da chefia da petrolífera angolana, a Sonangol.
Advogados anunciaram que vão recorrer da decisão.
O
Tribunal Supremo de Angola recusou o pedido de um grupo de 12 advogados para
suspender Isabel dos Santos do cargo de presidente do Conselho de Administração
da Sonangol.
A
informação foi avançada esta quinta-feira (29.12) por David Mendes, porta-voz
do grupo de advogados angolanos, que considera que a nomeação de Isabel dos
Santos para a chefia da petrolífera angolana viola a Lei da Probidade Pública.
A
empresária foi nomeada para o cargo, em junho, pelo pai, o Presidente angolano,
José Eduardo dos Santos.
Em
entrevista por telefone à DW, Mendes disse que a decisão do Tribunal Supremo
não respondeu às questões concretas da providência cautelar que o grupo
apresentou: "Nós levantámos essencialmente a questão de Isabel dos Santos
ser filha [do Presidente]. E o tribunal não foi capaz de dissipar de dizer se
[a nomeação] violou, ou não, o princípio da igualdade. O tribunal deixou muitas
coisas em áreas cinzentas."
Advogados
prometem recorrer
Ainda
assim, o advogado diz que não ficou surpreendido com a decisão do Tribunal
Supremo. "O facto de a televisão pública trazer especialistas de fora,
estrangeiros, para sustentar o que viria a ser a decisão foi-nos
preparando e preparando a sociedade", afirma.
Mendes
alerta para a possibilidade de a decisão do Tribunal Supremo poder abrir um
precedente: "Isto é abrir caminho ao nepotismo, e acho que a sociedade não
está preparada para aceitar o nepotismo."
Por
isso, na segunda-feira (02.01), o grupo de 12 advogados vai reunir-se para
preparar o recurso da decisão do Tribunal Supremo.
"Agora
vamos ao Tribunal Constitucional. Segunda-feira, o grupo de advogados vai
reunir para preparar os argumentos para o Tribunal Constitucional. E nós temos
muito que prova que há inconstitucionalidade nos atos."
Nelson
Sul d'Angola (Benguela) – Deutsche Welle
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