@Verdade
- Editorial
O
comentário feito por Alberto Chipande, segundo o qual “os roubos vão continuar,
porque somos humanos e, como se não bastasse, não somos santos”, é sintomático
da degradação da moral e do tipo de sociedade que o Governo da Frelimo tem
vindo a construir para os moçambicanos. Já é sabido – por experiência feita –
que essa escumalha tem estado a empurrar os moçambicanos para um abismo sem
precedentes, através de saque ao erário.
Não
há dúvidas de que o Governo da Frelimo é intrinsecamente uma trapaça, e especialista
em roubalheira. Desde a Independência Nacional, tem-se ocupado de insana
ambição declarada de saque aos cofres públicos, e cinicamente propala a ideia
de que está ao serviço do povo moçambicano, quando, na verdade, persegue
interesses obscuros.
É
preciso que se compreenda que as informações que dão conta de que o antigo PCA
das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), José Viegas, e o antigo director da
Petrolífera Sasol em Moçambique, Mateus Zimba, pediram suborno no valor de um
milhão de dólares norte-americanos (tendo recebido 800 mil) à Embraer para
adjudicarem a compra de duas aeronaves à empresa brasileira mostram que os
gestores públicos têm vindo a enriquecer de forma ilícita.
Este
não é um caso isolado. É o que tem estado a acontecer neste momento nas
empresas públicas ou participadas pelo Estado. Trata-se de um punhado de gente
que está a espoliar os cofres públicos e, ainda por cima, inescrupulosamente
vêm a público para fazer engolir ao povo estuprado, sem dó nem piedade, pela
pobreza, o facto de que eles têm direito legítimo de serem ricos porque
libertaram a pátria.
Este
comportamento, digamos demente, só encontra fundamento na partidarização do
Aparelho do Estado e da sociedade moçambicana. Ou seja, o partido Frelimo faz
do Estado a sua vaca leiteira e os moçambicanos, erradamente, têm sido levados
a acreditar em tudo que reluz como sinal de desenvolvimento. Devido ao nível
exacerbado de corrupção, o país ainda se depara com problemas de falta de
emprego, habitação, segurança e situações ligadas ao ambiente e segurança
social. Isso só será possível ultrapassar quando os nossos famigerados
dirigentes corruptos forem presos e punidos severamente.
A
justiça brasileira avançou com nomes e dados mais do que suficientes de pessoas
implicadas. Diante dessas evidências ou matérias o que faz a nossa Justiça?
Como sempre: excessivamente NADA. Aliás, faz ouvidos moucos. Faz de conta que o
problema não lhe diz respeito. É, portanto, uma autêntica hipocrisia escamotear
esta realidade e, movido pela simpatia partidária, evocar a presunção de
inocência.
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