A
corrupção lesa, em média, o Estado em 500 milhões de dólares por ano. Num
estudo sobre os custos da corrupção para a economia de moçambique, o Centro de
Integridade Pública concluiu que o valor agregado dos custos da corrupção,
entre 2002 e 2014, situou-se entre 4.8 e 4.9 biliões de dólares americanos, o
equivalente a cerca de 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014.
No
mesmo documento, a que “O País” teve acesso, a instituição concluiu que a
corrupção pode ser maior e com valores consideravelmente nos casos, por si
escolhidos como amostra, a exemplo das Alfândegas de Moçambique, Ematum, preços
exagerados de importação de combustíveis líquidos, contratações nos sectores de
telecomunicações e de construção/obras públicas.
Também
na senda dos custos da corrupção para o Estado, o Gabinete de Combate à
Corrupção denunciou, no relatório do primeiro semestre, o desvio de cerca de 80
milhões de dólares, dos quais apenas 14 milhões foram recuperados.
O
CIP refere que esta realidade acabou pesando para consequências como perda de
projectos de investimento avaliados em cerca de 90 milhões de dólares, em 2014,
aumento dos custos de produção e prejuízos à actividade do sector privado,
retracção do sector privado e das Pequenas e Médias Empresas a favor de
empresas públicas e parcerias público-privadas, assim como para que o nome de
Moçambique ficasse manchado enquanto destino de Investimento Directo
Estrangeiro.
As
saídas para Moçambique, segundo a instituição, passam por dinamizar o combate à
corrupção, visando a mobilização de recursos fiscais domésticos adicionais,
honrar os compromissos de melhorar os serviços sociais para todo o cidadão,
dinamizar o sector privado doméstico, designadamente as Pequenas e Médias
Empresas e, por fim, atrair mais investimento e de melhor qualidade. “Tudo isso
passa, entre outros aspectos, por criar mecanismos para punir severamente e
exemplarmente a grande corrupção”, conclui o Centro de Integridade Pública.
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