sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Moçambique. É TUDO FARINHA DO MESMO SACO



@Verdade, editorial

Já aqui dissemos, por várias vezes, que os roubos e as infracções financeiras deliberadas que são reportadas nesta e naquela empresa pública, como o caso recente da Rádio Moçambique (RM), são paradigmáticos do que, nos últimos tempo, tem estado a acontecer em todas as instituições públicas e/ou do Estado, sem excepção. Diga-se em abono da verdade que o caso da RM, uma estação que não tem prestado serviços públicos aos moçambicanos, limitando- se à caixa de ressonância do partido Frelimo, mostra que a corrupção organizada, aparentemente sem rosto, está enraizada na função pública.

A cada dia que passa, os moçambicanos vão sendo lesados de forma inescrupulosa por indivíduos que fingem dirigir o país rumo ao desenvolvimento. Por exemplo, a RM usou indevidamente dezenas de milhões de meticais do erário, sob olhar de quem devia pôr ordem nessa roubalheira.

Essa situação e outras não são apenas preocupantes e clamorosas. Também são bastante revoltantes. Aliás, qualquer cidadão consciente não ficaria indiferente perante a burla e o saque que descaradamente um grupo de indivíduos tem vindo a efectuar aos cofres públicos. É uma realidade obscena, ou seja, essa pouca vergonha é prova cabal da tamanha desonestidade e falta de respeito para com o povo moçambicano, que, com muito suor, cumpre com as suas obrigações fiscais.

Ontem foi na Linhas Aéreas de Moçambique, hoje na Rádio Moçambique, para além de outras instituições públicas e estatais onde o saque aos cofres do Estado já foi tornado público, amanhã, certamente, não nos vamos surpreender se for reportado roubos no erário, por intermédio da Presidência da República. Até porque a agenda é a mesma. Estão todos a levar habilmente água para os seus moínhos, enquanto o povo vai definhando. Não tem que rouba menos ou mais. É tudo farinha do mesmo saco.

Tomara que um dia o povo moçambicano possa despertar do coma e abandonar a domesticação e a menoridade a que tem sido submetido pela Frelimo, desde a Independência Nacional. Os moçambicanos, tomará, tenham consciência de que existe neles um poder revolucionário capaz do os tornar senhores dos seus próprios destinos. Tomará que o povo perceba que nunca precisou dessa corja no poder e de políticos mercenários para resolver os problemas que o apoquenta. Tomará que os moçambicanos percebam que a Frelimo só tem vindo a criar mais desgraça e tornar o povo mais pobre do que já é. Quando esse dia chegar, portanto, a mudança será profundamente revolucionária.

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