@Verdade,
editorial
Já
aqui dissemos, por várias vezes, que os roubos e as infracções financeiras
deliberadas que são reportadas nesta e naquela empresa pública, como o caso
recente da Rádio Moçambique (RM), são paradigmáticos do que, nos últimos tempo,
tem estado a acontecer em todas as instituições públicas e/ou do Estado, sem
excepção. Diga-se em abono da verdade que o caso da RM, uma estação que não tem
prestado serviços públicos aos moçambicanos, limitando- se à caixa de
ressonância do partido Frelimo, mostra que a corrupção organizada,
aparentemente sem rosto, está enraizada na função pública.
A
cada dia que passa, os moçambicanos vão sendo lesados de forma inescrupulosa
por indivíduos que fingem dirigir o país rumo ao desenvolvimento. Por exemplo,
a RM usou indevidamente dezenas de milhões de meticais do erário, sob olhar de
quem devia pôr ordem nessa roubalheira.
Essa
situação e outras não são apenas preocupantes e clamorosas. Também são bastante
revoltantes. Aliás, qualquer cidadão consciente não ficaria indiferente perante
a burla e o saque que descaradamente um grupo de indivíduos tem vindo a
efectuar aos cofres públicos. É uma realidade obscena, ou seja, essa pouca
vergonha é prova cabal da tamanha desonestidade e falta de respeito para com o
povo moçambicano, que, com muito suor, cumpre com as suas obrigações fiscais.
Ontem
foi na Linhas Aéreas de Moçambique, hoje na Rádio Moçambique, para além de
outras instituições públicas e estatais onde o saque aos cofres do Estado já
foi tornado público, amanhã, certamente, não nos vamos surpreender se for
reportado roubos no erário, por intermédio da Presidência da República. Até
porque a agenda é a mesma. Estão todos a levar habilmente água para os seus
moínhos, enquanto o povo vai definhando. Não tem que rouba menos ou mais. É
tudo farinha do mesmo saco.
Tomara
que um dia o povo moçambicano possa despertar do coma e abandonar a
domesticação e a menoridade a que tem sido submetido pela Frelimo, desde a
Independência Nacional. Os moçambicanos, tomará, tenham consciência de que
existe neles um poder revolucionário capaz do os tornar senhores dos seus próprios
destinos. Tomará que o povo perceba que nunca precisou dessa corja no poder e
de políticos mercenários para resolver os problemas que o apoquenta. Tomará que
os moçambicanos percebam que a Frelimo só tem vindo a criar mais desgraça e
tornar o povo mais pobre do que já é. Quando esse dia chegar, portanto, a
mudança será profundamente revolucionária.
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