@Verdade,
Editorial
Os
acontecimentos dos últimos tempos são motivos mais do que suficientes para nos
elucidar como um povo que tem estado a ser usado como carne de canhão por uma
dúzia de indivíduos. A trégua, por exemplo, dada pela Renamo e as Forças de
Defesa e Segurança mostram-nos que é possível pôr a mão na consciência e deixar
os moçambicanos levaram a sua vida normalmente. Mas parece que o líder da
Renamo, o senhor Afonso Dhlakama, e o Presidente da República, Filipe Nyusi,
apoiado por uma horda de membros esquizofrénicos do seu partido, estão motivado
a empurrar este país para a desgraça.
É
no mínimo estranho que uma simples chamada telefónica devolva a tão almejada
paz aos moçambicanos, não obstante seja temporária. Foram meses de negociações,
em salas fechadas e climatizadas, com mediadores internacionais e não se
conseguiu numa solução. Bastou apenas uma ligação para o líder da Renamo e
Presidente da República chegarem a um acordo: tréguas. Isso é sintomático de
que tanto Dhlakama como Nyusi têm estado a brincar com o sofrimento e paciência
dos moçambicanos.
Dezenas
de pessoas perderam a vida nesse conflito armado cujo motivações vão se
mostrando mais económicas do que políticas. Os discursos que nos têm sido
apresentado não passa de demagogia do Governo da Frelimo e os seus aliados.
Na
verdade, parece que estamos sendo acometidos pelo vírus do discurso vazio de
(des)governantes que fazem tudo menos trabalhar para o bem-estar de seus
cidadãos (quando o conseguem ser nesse pântano de desrespeito à dignidade dos
moçambicanos).
Esta
situação leva-nos a ponderar até que ponto precisamos e vamos compactuar com
esse modelo falido de sistema social e político perverso que privilegia o
conflito armado, o desrespeito aos Direitos Humanos, e a destruição do país.
Todos os dias, temos estado a assistir toda uma elite política moçambicana
enriquecendo às custas da guerra, da riqueza nacional espoliada do povo e
também viciada no assistencialismo internacional que não ajuda ninguém a
evoluir.
Nunca
na história pós-guerra civil dos 16 anos deste país, testemunhou-se tanta
violação dos direitos dos cidadãos. Nunca os moçambicanos foram tão roubados e
escravizados por um conflito armado cuja cessação temporária é feita
telefonicamente. As coisas, portanto, estão mesmo más neste país, apesar de sucessivamente
certos políticos (mafiosos e profissionais a lançarem areia nos olhos do povo)
escamotearem a realidade.
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