Que
«saudades» dos tempos da governação PSD/CDS-PP, em que o patronato, o Governo
que representava e defendia os seus interesses e os seus aliados de sempre, a
UGT, assinavam pacíficos acordos na concertação social sem estas chatices e
todos estes imbróglios.
AbrilAbril,
editorial
O
PSD, num quadro em que se sente apertado por parte de um importante sector da
sua base de apoio política e financeira, terá decidido enviar uma carta ao
patronato, qual Egas Moniz, procurando justificar a razão de não querer ser
«muleta» deste Governo na viabilização do acordo de concertação social.
Com
esta missiva, os sociais-democratas pretenderiam esconder a sua decisão atrás
da ideia de não quererem pactuar com a baixa da Taxa Social Única (TSU) e com
isso estariam, por um lado, a libertar os patrões da chantagem do Governo e,
por outro, a lutar contra uma política de baixos salários.
Ora
bem, Passos Coelho, depois de quatro anos a extorquir dinheiro aos
trabalhadores, com grande incidência na Administração Pública, aos reformados,
aos pensionistas e a torturar os pequenos e médios empresários com aumentos de
impostos, vem agora dizer que isto não é bem assim e que, afinal, ele até é
contra a política dos baixos salários. Por isso, enfim, desculpem lá qualquer
coisinha...
Isto,
no mesmo dia em que o Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado da Deco anuncia que
quase 30 mil famílias sobre-endividadas pediram ajuda no ano passado, fruto das
políticas dos últimos anos, que, nomeadamente, fizeram baixar os salários e
aumentar a precariedade no trabalho e o número de trabalhadores a receber o
salário mínimo nacional (SMN).
Entretanto,
aqui estamos, chegados ao dia em que a Assembleia da República vai decidir
sobre a baixa da TSU para os patrões, medida que tem o chumbo anunciado. Uma
decisão aguardada com tranquilidade (aparente?) pelos patrões e que constrasta,
de forma flagrante, com a evidente perturbação (vá-se lá saber porquê) do
secretário-geral da UGT, que tem andado numa louca correria, do PSD ao
Presidente da República, passando pelos mais diversos órgãos de comunicação
social, onde se desdobra em declarações a anunciar «o fim do mundo» caso não
haja a baixa da TSU para os patrões e, portanto, saia furado o acordo alcançado
na concertação social.
Que
«saudades» dos tempos da governação PSD/CDS-PP, em que o patronato, o Governo
que representava e defendia os seus interesses e os seus aliados de sempre, a
UGT, assinavam pacíficos acordos na concertação social sem estas chatices e
todos estes imbróglios.
Na
foto: O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, assina acordo para o aumento do
SMN para 505 euros entre as confederações patronais, o Governo e a UGT, sob o
olhar do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, do vice-primeiro-ministro,
Paulo Portas, e de Silva Peneda, a 24 de Setembro de 2014 – Créditos / Agência
Lusa
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