Martinho Júnior, Luanda
Cada
vez reúno mais indícios que está em curso um programa “soft power” da
CIA contra Angola, que é suportado por um conjunto de “plataformas” em
Angola e em alguns países que com Angola mais se relacionam, como Portugal e o
Brasil, na sequência de programas anteriores à formação do USAFRICOM e, no caso
português, dos “bons ofícios” sempre garantidos no âmbito dos
sucessivos governos gerados com o 25 de Novembro até aos nossos dias!
Sob
a capa das maiores inocências, ou da persuasão, escondem-se quantas e quantas
vezes os piores interesses, desde a implosão sangrenta da Jugoslávia, até à
Síria, passando pelo choque neoliberal sofrido por Angola entre 1992 e 2002!
Lembro
que a assistente da Secretaria da Defesa Theresa Welan dos Estados Unidos,
antes de 2007 e para estabelecer o sistema-modular para África do USAFRICOM,
visitou por várias vezes Portugal, a fim de lançar não só os primeiros contactos,
mas para começar a reunir os circuitos manipuláveis afins, pois os Estados
Unidos sabiam historicamente de antemão (lembre-se a experiência comum entre
Frank Charles Carlucci e Mário Soares), que Portugal tendia a ter relações
privilegiadas para com Angola e por isso era “inteligente” utilizar o
vassalo “soft power” da NATO a fim de estimular todas as vias
utilizáveis nesse sentido, que vão desde os expedientes de inteligência
económica dos serviços portugueses, às suas forças armadas, passando pelo Bloco
de Esquerda, por franjas de influência em outros partidos portugueses como o
PS, o PSD e o CDS, ou por organizações filiadas na pseudo “independência” de
seus atributos, entre elas, a título de exemplo, a SIC, ou a Amnistia
Internacional (delegação portuguesa), ou outra qualquer ONG de mão, servil aos
interesses da aristocracia financeira mundial, ainda que se tornasse
perceptível ser contra os interesses do povo português e do povo angolano…
Em
nada me surpreendeu o facto de as minhas páginas terem sido banidas do
Facebook, nem mesmo a página da ASPAR, Acção Social Para Apoio e Reinserção e
por isso chamo a atenção que quem manipula o Facebook está entrosado com as
iniciativas USAFRICOM, distribuídas pelas“plataformas” de vassalagem e por
isso esperaram a altura ideal para as banir, logo que eu afrontasse um dos
programas em curso que este ano, por causa das eleições em Angola, vão ser
intensificados no superlativo.
Sempre
me manifestei no sentido de colocar em alerta Angola para este tipo de coisas
que afectam sobremodo os relacionamentos aparentemente bilaterais entre
Portugal e Angola, por que é justo defender a independência, a soberania, a
história, as instituições e a constituição angolana em vigor face ao caudal de
subversão que se manifesta sempre por via de argumentos hipócritas, cínicos e
ambíguos, que se inscrevem nas correntes de ingerência e manipulação dirigidos
contra Angola, respondendo ao “patrão 1%” dominante nos processos e expedientes
de hegemonia unipolar!
Tenho-o
feito apesar de saber que a “economia de mercado” que se está a criar
em Angola e os interesses dos “100 novos-ricos” que correm o risco de
agenciamento a partir de parceiros no exterior, serem “naturalmente” avessos
a esse tipo de iniciativas dum qualquer activista que o seja em nome do
patriotismo e do respeito que a história da libertação de África deve…
No
fundo os capitalistas tendem a encontrar suas próprias “plataformas” de
entendimento, acima das relações entre estados, nações e povos, ainda que uns
se tornem mais manipuláveis que outros face à pressão neoliberal e hegemónica
que se intensificou com um conjunto enorme de reitores que modelam os
interesses indexados ao domínio de 1% sobre os restantes.
É
evidente que com as “plataformas” de ingerência, de manipulação, e de
desestabilização, propícias ao caos e ao terrorismo, torna-se vantajoso desde
logo para instrumentos dos 1% como George Soros, Gene Sharp, Leo Strauss ou
Milton Friedman (e panóplia de outros instrumentos criados a partir deles e dos
interesses onde se encontram inseridos), implicar esforços “soft power” que
tiram proverbial proveio das frágeis “economias de mercado”, à mercê do
capitalismo neoliberal tutelado pela hegemonia unipolar!
Tendo
Portugal uma das mais fragilizadas economias na União Europeia e tendo Angola
aceite transformações desde Bicesse que nada têm a ver com a sequência numa
lógica com sentido de vida do movimento de libertação em África, o ambiente dos
relacionamentos bilaterais torna-se um campo fértil para as filtragens
dominantes!
Notícias
enviadas hoje por um camarada nosso dos anos decisivos de Angola e residente em
Portugal, dão-nos a conhecer o seguinte:
… “A
Amnistia Internacional, de Portugal, vai fazer umas quantas sessões, por todo o
Portugal, com o Luaty e outro que está cá.
Também
visitarem a Ordem dos Advogados que prometeu apoio ao advogado de Cabinda que
diz que está a ser perseguido.
A
luta não pode parar.
Eu
vi isto no telejornal e amanhã vou fazer um texto para tentar combater esta
digressão de propaganda contra Angola”...
Essa
notícia acabou por ser publicada também no Página Global Blogspot.
A
Amnistia Internacional Portugal está a ser instrumentalizada sistematicamente
enquanto mais um recurso útil: é hoje mais que nunca um factor de intervenção
em socorro de “activistas” ao serviço das "plataformas soft
power” de ingerência e manipulação, quando nunca o foi perante outras
transformações internas em Angola, até mesmo quando, por exemplo, houve prisões
maiores decididas sobre inocentes, em meados da década de 80 do século passado…
A “defesa
de activistas” está a ser assumida fundamentalmente no estrito âmbito dos
interesses dominantes, de forma a alargar o padrão de ingerências e
manipulações em Angola, procurando desse modo inibir qualquer hipótese de
consciência crítica dentro das fileiras do próprio MPLA, conforme se tem vindo
a constatar, particularmente quando há algum membro do MPLA com carácter
suficiente esclarecido para lembrar os compromissos socialistas dum passado
anterior a Bicesse!
…
É evidente que a intervenção contra Angola da deputada portuguesa Isabel
Moreira, afecta à franja do PS saudosista de Frank Charles Carlucci e de Mário
Soares, foi um dos pontos de partida e não um ponto de chegada do programa “soft
power” da CIA contra Angola, que passa por Portugal com um caudal de
agentes disponíveis, cada vez mais identificados… vão nus nos desfiles pelas
avenidas!
É
de supor que William Tonet que se encontra, de acordo com as notícias, em
Portugal, se venha a desligar do CASA CE, para integrar os dispositivos
correntes que além do mais possuem uma caixa-de-ressonância à altura e à
dimensão da Voice of America, ou da DW e o suporte público do National
Endowment for Democracy e do George Soros, que pagam bem este tipo de
iniciativas, hajam quantos candidatos houverem a robots-mercenários, ainda que
possam vir a ser “descartáveis de ocasião”!
Esta
é mais uma lição para as elites angolanas assimiladas por via do capitalismo
português e comprometidas pelos enlaces económicos e financeiros que estiveram
em curso sobretudo de 2002 a esta parte no âmbito da terapia neoliberal, a
grande armadilha gerada na sequência do choque protagonizado por Savimbi entre
1992 e 2002.
Não
me parece nada estranho o silêncio dos organismos do estado angolano em relação
a esse situação corrente… para as “elites forjadas na economia do mercado”,
tal como “o segredo é a alma do negócio”, também é fácil digerir o “quem
cala consente”…
Em
nome da paz, da harmonia, do respeito para com a história, as instituições e a
Constituição angolana em vigor, essas elites devem dar sinais de arrepiar
imediatamente caminho, pondo fim ao seu perverso “cabritismo”, à sua
oportunista e insensata manipulação do estado angolano (em alguns casos) e ao
seu próprio mercenarismo agenciado a partir de fora, em alguns casos também ao
sabor da inteligência económica portuguesa, das correntes “soft power” estabelecidas
pela CIA em Portugal, inclusive por sensibilidades que ocupam por inteiro o
Bloco de Esquerda, ou franjas do PS, do PSD, ou do CDS!
Os
patriotas angolanos, qualquer que seja o seu partido concorrente às eleições de
2017 em Angola, devem repudiar aqueles que assumirem dispositivos anti
Constitucionais, ainda que possam não estar de acordo com a Constituição em
vigor, lembrando eu ainda que, em termos de conquistas de direitos humanos em
benefício do povo angolano e dos povos africanos, o movimento de libertação em
África tem sido o grande artífice e o grande obreiro: para trás, de há mais de
40 anos a esta parte, ficam os “indígenas” das colónias portuguesas
(a última cadeia dos escravos e dos contratados de então) e os marginalizados
da constelação de “bantustões” que o “apartheid” criou, ou
tinha em projecto recorrendo aos traidores dos mais diversos etno-nacionalismos
que em tempo foram agenciados em Angola, contra Angola!...
…
Ficam para trás, se os assimilados do momento deixarem de o objectar por
interesses capitalistas próprios e em nome de parceiros de duvidosa inserção, a
reboque da “economia de mercado” que estamos com ela, o apagador que
atirou para as calendas gregas qualquer veleidade de socialismo, por muito
pálido que ele seja!
Os
patriotas angolanos devem saber não se deixar enredar por armadilhas como a de
Jaime Nogueira Pinto (recordo o seu livro “Jogos Africanos”), ou ligações
a falcões ao nível dos falcões de Israel, ou a ligações que, por causa de
interesses económicos de grupo, visem implantar “cavalos de tróia” de
curta duração, “cavalos de tróia” esses que vão sendo “despoletados” ao
longo das sucessivas campanhas contra Angola, pois as vassalagens oportunistas
têm sempre esse tipo de riscos!
Junto
o link da petição para que o Martinho Júnior volte ao Facebook em anos de
eleições em Angola, com a convicção de que quem assinar a petição dentro e fora
do território nacional angolano, está contra todo o novo programa “soft
power” da CIA contra Angola que aqui denuncio, algo que está em curso,
como em 1975 esteve a “Operação Iafeature” (o programa da CIA contra
Angola, cujo chefe no terreno e autor do livro de denúncia foi John Stockwell)!
Link
para a petição: http://peticaopublica.com/mobile/psign.aspx?pi=PT84081
Fotos:
O
Presidente Cavaco Silva iça a bandeira portuguesa ao contrário;
Um
livro desaparecido completamente da circulação;
Uma
foto memorável de Frank Charles Carlucci e Mário Soares;
A
condecoração do antigo adido militar em Lisboa do regime do “apartheid”,
Jacobus Everhardus Luouw, atribuída pelo Presidente Cavaco Silva.
3 comentários:
Contos proibidos – O ficheiro completo
19/12/2010 por Aventar 24 comentários
O Aventar começou a publicar em Setembro de 2009 os «Contos Proibidos» de Rui Mateus, o livro proibido que revela as «façanhas» de Mário Soares e seus acólitos entre as décadas de 70 e 90 do século passado.
No entanto, deparámo-nos desde o início com um problema: a forma como o grande Ferrão digitalizara a obra, página a página em formato PDF, não permitia o copy + paste habitual nestas circunstâncias. A única solução era transcrever manualmente o conteúdo do livro, tarefa morosa para quem não tem os blogues como fonte de rendimento.
Mão amiga, mas anónima, fez-nos chegar uma versão leve do livro, que permite copiar e colar do princípio até ao fim. Fica mais fácil o nosso trabalho. Passaremos a publicar diariamente um excerto do livro, mas não queremos deixar de disponibilizar desde já a totalidade da obra neste formato, bem como os anexos e as fotografias.
Um verdadeiro serviço público que o Aventar se orgulha de levar a cabo. Contra todos os que quiseram censurar e esconder o livro proibido. Contra todos os que conseguiram esconder o próprio autor. Porque a verdade incomoda muitos.
Ao Aventar não.
Livro Contos Proibidos – versão pesada completa (47MB)
Contos Proibidos – Memórias de um PS desconhecido (ficheiro leve) (3.2MB)
Livro_Contos_Proibidos (anexos)
Livro_Contos_Proibidos (fotografias)
https://aventar.eu/2010/12/19/contos-proibidos-o-ficheiro/
Há um ponto comum na linguagem de todos eles: o Carlos Pacheco diz que Agostinho Neto foi um "DITADOR", os "revus" e seus apoiantes dizem que José Eduardo dos Santos é um "DITADOR"...
a Isabel Moreira diz que Angola é uma "DITADURA BRUTAL"...
e a Amnistia Internacional Portugal dá a ajuda que pode a fim de completar o coro
(http://www.amnistia.pt/index.php/o-que-fazemos/paises-em-foco/angola)...
Com todo um "sentido de oportunidade", há que sobretudo captar a atenção dos jovens estudantes "do império", conforme se vai fazer aqui: http://cei.iscte-iul.pt/eventos/evento/international-conference-activisms-in-africa/
Valem todos os "activismos" que preencham ingerência e manipulação, instrumentalizados por via da hegemonia unipolar, só o activismo dos patriotas africanos não poderá ter espaço ou lugar!
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