Ana
Alexandra Gonçalves *
O ainda Presidente
do Eurogrupo – o mesmo cujo nome nos obriga a recorrer incessantemente à função
copia e colar – e pertencente ao partido que sofreu a mais humilhante
derrota nas eleições holandesas, acusou os Europeus do sul de gastarem o seu
dinheiro em “copos e mulheres” e depois “pedirem ajuda”.
As
declarações feitas a um jornal alemão centram-se igualmente na alegada
social-democracia de Dijsselbloem, onde a solidariedade se confunde
com xenofobia, sexismo e imbecilidade.
Contudo,
importa lembrar que Dijsselbloem não está sozinho, tendocontado com
a companhia de Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, já para não falar de
Schaüble, ministro das Finanças alemão. Este alegre grupinho fez da austeridade
uma espécie de texto sagrado no qual a culpa sempre recaiu sobre os
trabalhadores, os desempregados, os pensionistas – os tais que viveram acima
das suas possibilidades, os tais que gastam tudo o que têm em copos e
mulheres.
Dijsselbloem, à
semelhança dos restantes membros do alegre grupinho da austeridade insistem
numa retórica gasta que não colhe junto de muitos europeus e Dijsselbloem devia ter
noção disso mais do que ninguém, ele que vai andar a pedir esmolinhas para
se aguentar à frente do Eurogrupo; ele que faz parte da social-democracia
aldrabada que tanto foi castigada pelos holandeses.
As
afirmações de Dijsselbloem revelam uma criatura pequena e
preconceituosa, em fim de vida. No entanto essas afirmações enquadram-se num contexto
mais alargado de outras criaturas que, à semelhança de Dijsselbloem, nos
têm acusado de sermos culpados pela situação em que nos encontramos, entre os
quais se incluem Passos Coelho e o que resta do seu séquito.
Quanto
a Dijsselbloem, rua! É esse o caminho. E “copy-paste”, abençoado
sejas.
*
Ana Alexandra
Gonçalves – Triunfo da Razão
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