Cavaco
Silva faltou hoje no bairro de Chelas para dizer a uns quantos “deixem-me
trabalhar”. Os portugueses bem conhecem a famosa frase dirigida aos
jornalistas que queriam “espremê-lo” sobre assuntos relacionados com o seu
cargo e desempenho de primeiro-ministro. Já lá vão quase duas décadas. Pois. Deixem
trabalhar os profissionais de informação…
Provavelmente
também os jornalistas que se deslocaram a uma escola em Chelas disseram aos que
os surraram “deixem-nos trabalhar”, mas de nada valeu. Foram agredidos.
Cabeças
de uma inteligência e esperteza ímpar decidiram que não queriam ser notícia. Melhor:
que o caso que levou os jornalistas àquela escola não fosse notícia. Vai daí
agrediram os jornalistas, da RTP, outros da profissão refugiaram-se e escaparam
incólumes mas com o ânus apertadinho como à nascença. Para quem não queria que houvesse notícia… conseguiu, ou conseguiram, passar a manchete nacional.
A esperteza ímpar redundou em saloia. A inteligência foi para o béu-béu, cano
abaixo. O civismo, esse, é coisa que por aqueles sítios existe mas não toca a
todos. Aliás, é coisa muito rara.
A
notícia está a seguir, o mais completo que conseguimos complementar. Em duas
partes, não sabemos que haja mais, por agora. Decerto haverá mais, e consequências... Não? Um recado, para o Sérgio Godinho: gente
assim, quer se queira, quer não queira… não é bela. (PG)
Equipa
da RTP agredida em Chelas. Repórter assistido no hospital
Uma
equipa da RTP foi agredida esta quinta-feira em Chelas, tendo um dos repórteres
sido transportado para o Hospital São José, disse ao Notícias ao Minuto fonte
da PSP.
Ao Notícias
ao Minuto, a subcomissária da PSP, Helga Fiúza, adiantou que a agressão à
equipa da RTP ocorreu na sequência de uma alegada violação de um menor sobre
outro, na Escola Básica dos Lóios, em Chelas.
Devido
a essa suposta violação, realizar-se-ia hoje uma reunião na escola entre a
direção e os familiares dos dois menores. A RTP soube da alegada violação e
dirigiu-se à escola para fazer reportagem.
Foi
nesse contexto, de uma "situação sensível", que a equipa de
repórteres foi alvo de agressões, contou a subcomissária da PSP, adiantando que
há um indivíduo foi identificado pela PSP, o suposto agressor. Terão sido três
os agressores, mas apenas um foi intersetado. Soube-se entretanto que, após as
diligências, as autoridades não conseguiram provar que o indivíduo identificado
tinha de facto sido um dos agressores.
O
repórter agredido seguiu para o Hospital São José onde foi assistido. Além das
agressões físicas, que à partida terão ocorrido fora da escola, há ainda danos
no material de filmagem dos jornalistas.
Relativamente
à suposta violação, as autoridades apenas tiveram conhecimento dela hoje, tendo
sido dado conhecimento à CCPJ. A alegada vítima da violação, que terá ocorrido
no início desta semana, foi conduzida hoje ao hospital.
O Notícias
ao Minuto tentou contatar a RTP, mas sem sucesso. Contudo, a estação
pública relata tudo o que se passou através de uma reportagem emitida no jornal
da noite, mostrando imagens da tensão que se gerou à porta da escola. Ali se
encontravam os pais da criança de 12 anos que terá agredido um menor de 9 anos
na segunda-feira. Familiares e amigos do alegado agressor e da vítima
envolveram-se em confrontos. A violência rapidamente passou para o interior da
escola, tendo a equipa da RTP acabado por ser agredida por três indivíduos.
Notícias
ao Minuto - [Notícia atualizada às 20h20]
Sindicato
"condena veementemente" agressão a jornalistas da RTP
O
Sindicato de Jornalistas (SJ) "condena veementemente" a agressão
sofrida hoje por dois jornalistas da RTP durante uma reportagem junto a uma
escola da freguesia de Marvila, em Lisboa, sobre um alegado caso de violação
entre alunos.
"O
SJ condena veementemente a agressão de que hoje foram vítimas dois jornalistas
da RTP, durante o exercício pleno da sua missão: informar imparcialmente um
acontecimento", refere o sindicato, sublinhando a "gravidade da
agressão de que foi vítima o repórter de imagem que, apesar de identificado,
sofreu agressões físicas e necessitou de assistência hospitalar".
"Esta
situação é absolutamente inadmissível num Estado onde o direito à informação é
constitucionalmente garantido. É absolutamente reprovável que dois cidadãos
sejam agredidos no exercício da sua profissão, mais ainda quando a sua missão
profissional é informar imparcialmente um determinado acontecimento",
frisa o SJ, em comunicado enviado à agência Lusa.
O
sindicato lamenta ainda "que num país democrático onde o direito à
informação é constitucionalmente garantido, situações como esta continuem a
existir ameaçando o exercício pleno do jornalismo".
O
comunicado termina com um apelo às autoridades.
"O
SJ exige às autoridades o apuramento, até às últimas consequências, de
responsabilidades neste caso, e disponibiliza, desde já, todo o apoio
necessário aos jornalistas em causa", sublinha a nota.
Um
repórter de imagem da RTP foi hoje agredido no exterior de uma escola em
Marvila, em Lisboa, alegadamente por familiares de uma criança envolvida num
suposto caso de violação entre alunos, disse anteriormente à Lusa fonte
policial.
Segundo
o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis), a equipa da RTP, composta
por uma jornalista e um repórter de imagem, tinha-se deslocado para junto da
Escola Básica dos Lóios, na freguesia de Marvila, para realizar uma reportagem
na sequência de suspeitas relacionadas com "a eventual violação de um
menor por outro menor", alunos daquele estabelecimento de ensino.
Pouco
tempo depois de chegar ao local, a equipa da RTP terá sido abordada por
familiares do aluno suspeito da violação, tendo "agredido o repórter de
imagem" que teve de receber tratamento no Hospital de São José, relatou o
Cometlis.
Outra
fonte policial disse à Lusa que neste momento não há nenhum detido nem
suspeitos, acrescentando que o homem anteriormente detido foi libertado, pois
não tinha nada a ver com a ocorrência.
Esta
fonte relatou ainda que a polícia está a investigar a "eventual
violação" ocorrida entre os alunos menores.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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