Segundo
a polícia, os autores dos crimes não foram ainda identificados. População com
receio que o conflito armado recomece. RENAMO não comenta, por enquanto, a
situação.
Quatro
membros supostamente pertencentes ao maior partido da oposição em Moçambique, a
RENAMO, foram assassinados e abandonados numa floresta na Província de
Inhambane, no sul do país. A polícia da República de Moçambique confirma a
informação e diz que os corpos foram descobertos, na semana passada, pela
população.
Segundo
Simeão Machava, porta-voz do comando provincial da Polícia da República de
Moçambique, estima-se que os quatro corpos encontrados pertençam a pessoas, do
sexo masculino, com idades compreendidas entre os 25 e os 40 anos. "[Os
corpos] estavam amontoados e foram descobertos pela população, uma vez que se
trata de uma zona onde não há muita circulação de viaturas”, afirmou.
População
com receio
Os
residentes da região vivem agora com medo, não sabendo o que pode ter
acontecido, uma vez que as vítimas não são daquela zona.
Em
entrevista à DW África, Mónica Chuma, residente em Mavume, conta que, naquela
semana, circulou uma viatura com militares [por ali]. Dias depois, foram
encontradas pessoas mortas, por isso está com medo que o conflito armado
recomece. "Encontrámos os corpos em Mabaina e fomos avisar a polícia no
posto administrativo de Mavume. Alguns dias antes de encontrarmos esses corpos
passou uma viatura com militares e não sabemos se foram eles ou não que mataram
estas pessoas”, afirmou.
Joaquim
Alberto, outro residente de Mavume, diz que não sabe o que pode ter acontecido
e quem são as vítimas. "Não sei se são bandidos ou se são da RENAMO. Não é
bem nessa estrada que os corpos foram encontrados mas sim num pequeno
desvio para uma outra estrada que dista quatro quilómetros. Estou a ficar
com medo”, dá conta.
O
líder comunitário local e o chefe do posto administrativo foram proibidos de
falar neste assunto à imprensa, como explica um dos líderes locais que solicitou
o anonimato.Também o administrador e o comandante do distrito de Funhalouro
negaram dar informações à DW. Já o porta-voz da RENAMO, António
Muchanga, não afirma nem desmente o desaparecimento dos quatro membros da sua
formação política. Muchanga remeteu para mais tarde uma informação detalhada
por parte do seu partido.
Assassinos
não foram identificados
Os
autores do crime não foram ainda identificados. Segundo a polícia, é ainda
prematuro "tirar conclusões”, na medida em que as investigações estão em
curso. "Pode perturbar o andamento normal do trabalho investigativo que a
equipa está a fazer com vista a apurar as circunstâncias que levaram aqueles
cidadãos a morrer e como chegaram os corpos àquele local”, explica.
Luciano
da Conceição (Inhambane) | Deutsche Welle
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