@Verdade
| Editorial
Nunca
antes os moçambicanos estiveram tão apreensivos, como tem estado a acontecer
nos últimos dias. Há motivos mais do que suficientes para isso: os moçambicanos
querem que os arquitectos da maior e mais qualificada burla de todos os tempos,
a que foi cinicamente baptizada de Dívida Pública, sejam responsabilidados.
Ninguém, hoje em dia, está preocupado com o nome de que esteve a frente dessa
trapaça, até porque já é de conhecimento do público. O que interessa neste
momento é que os culpados pela desgraça dos moçambicanos sejam exemplarmente
punidos.
Há
sensivelmente um mês que os moçambicanos aguardam impacientemente pela
divulgação dos resultados da Autoria Independente feita aos negócios obscuros
das empresas EMATUM, MAM e Proindicus pela Kroll. A Procuradoria-Geral da
República (PGR) prometeu publicar o documento após terminar a análise, porém,
até então não aconteceu. Tudo indica que a nossa Procuradoria da República anda
ocupada com assuntos comésticos.
Nesta
semana, a título de exemplo, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili,
efectou uma visita aos Comandos Provincial da Polícia em Maputo e da Polícia
Municipal da Matola para se inteirar do tratamento dado às multas aplicadas aos
cidadãos moçambicanos. Buchili disse que a Polícia tem de ser mais exigente e
trabalhar para que os valores sejam pagos.
Essa
não é a responsabilidade da Procuradoria saber se as multas têm merecido o
devido tratamento. Essa preocupação da PGR não só revela falta de ocupação, mas
também demonstra que se trata de uma manobra para distrair os moçambicanos dos
reais problemas deste país. Não são as multas que inquietam os moçambicanos,
mas sim onde foi parar o dinheiro que hipotecou o futuro de milhões de
moçambicanos. Preocupa aos moçambicanos saber quando serão punidos os
indivíduos que colocar este país no pântano da desgraça.
Preocupando-se
com os pagamentos das multas, a senhora Procuradora-Geral, infelizmente,
revela, até à náusea, ser um profissional de muito mau gosto, que desconhece
quais as suas obrigações, para além de ter prestado um mau serviço público aos
moçambicanos. Portanto, senhora PGR ocupe- -se de coisas úteis e não distraía
os moçambicanos, e isso é o mínimo que deve fazer para justificar o salário e
as regalias que o Estado lhe concede todos os meses.
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