O
Governo considerou, esta quarta-feira, que era "o primeiro
interessado" na divulgação das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, mas
respeita o segredo de justiça, e acusou o PSD de recair na
"imoralidade" após o caso dos suicídios.
Uma
posição transmitida em conferência de imprensa pelo secretário de Estado dos
Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, depois de a Procuradoria-Geral da
República ter divulgado a lista de vítimas do incêndio de Pedrógão Grande e de
o PSD ter anunciado que assim desistia de requerer a realização
de um debate de urgência da Comissão Permanente da Assembleia da República.
Segundo
o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, pela parte do Governo,
"nunca" se colocou a questão de "divulgar ou não a lista de
mortos".
"O
Governo Português fez aquilo que lhe competia, comportou-se como é suposto um
Governo comportar-se. A lista das vítimas mortais da tragédia de Pedrógão
Grande estava sob segredo de justiça, e um Governo que se dá ao respeito e
respeita as instituições e o Estado de Direito cumpre o segredo de justiça
decretado pela Procuradoria-Geral da República", acentuou Pedro Nuno
Santos.
Neste
ponto, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares referiu mesmo que,
tendo em conta a lista divulgada pela PGR, "o primeiro interessado em
divulgar essa mesma lista era o Governo".
"Acontece
que o Governo cumpre a lei, mas a questão que esteve em aqui em causa foi o
aproveitamento político imoral feito pelo PSD e CDS-PP em relação à tragédia de
Pedrógão Grande. É absolutamente inaceitável que, num Estado de Direito e numa
democracia avançada como a portuguesa, estes dois partidos da oposição façam
aproveitamento político de uma tragédia", criticou.
Pedro
Nuno Santos fez depois uma alusão aos hipotéticos suicídios (depois não
confirmados) mencionados pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, nos dias
seguintes ao incêndio de Pedrógão Grande em junho passado, assim como a uma
aparente proliferação de informação falsa.
"O
que se passou hoje deve servir de ensinamento para todos, porque em política
não pode valer tudo e é absolutamente imprescindível que as informações sejam
confirmadas. O Governo nunca escondeu nenhuma lista, ela esteve sempre
disponível até ao momento em que o segredo de justiça foi decretado. Portanto,
este Governo não comete crimes", disse.
Pedro
Nuno Santos lamentou a seguir, neste contexto, a atitude do PSD e do CDS-PP
neste caso de Pedrógão Grande, referindo que em junho passado "já tinha
acontecido uma situação semelhante com a atual com suicídios que não
aconteceram".
"Tivemos
agora a mesma situação com mortes que não aconteceram. O PSD e o CDS-PP
conscientemente especularam e tentaram alimentar a ideia de que o Governo
Português estaria a esconder mortos. É uma atitude absolutamente inaceitável,
porque é imoral e, como tal, merece ser condenada por todos", acrescentou.
Jornal
de Notícias | Foto: Global Imagens
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