Para
o Primeiro-Ministro, as privatizações da PT e da CIMPOR, efectuadas com o
governo anterior do PSD/CDS, foram desastrosas para o nosso país.
José
Alberto Lourenço | AbrilAbril | opinião
Passos
Coelho, mostrou-se indignadíssimo com as afirmações proferidas por António
Costa no debate do Estado da Nação, do passado dia 12 de Julho, dizendo que
nunca antes se tinha visto um Primeiro-Ministro atirar-se assim publicamente
contra uma empresa.
Nesse
debate, António Costa em resposta às preocupações manifestadas pelo
Secretário-Geral do PCP com a situação que se vive na PT, empresa com milhares
de trabalhadores ameaçados de despedimento pelo seu actual dono, a Altice,
criticou o comportamento da empresa no decorrer dos incêndios de Pedrógão
Grande, referindo que foi o operador que mais tempo teve as ligações
telefónicas interrompidas.
Solidarizou-se com os seus trabalhadores, que têm uma greve marcada para o próximo dia 21, e deixou clara a sua desconfiança em relação à empresa, afirmando que, por tudo isto, este não é o seu operador de telecomunicações e acabou mesmo por afirmar a sua preocupação em relação ao futuro da empresa.
Solidarizou-se com os seus trabalhadores, que têm uma greve marcada para o próximo dia 21, e deixou clara a sua desconfiança em relação à empresa, afirmando que, por tudo isto, este não é o seu operador de telecomunicações e acabou mesmo por afirmar a sua preocupação em relação ao futuro da empresa.
Para
o Primeiro-Ministro, as privatizações da PT e da CIMPOR, efectuadas com o
governo anterior do PSD/CDS, foram desastrosas para o nosso país.
Ora
estas as afirmações contra uma empresa, e que podem pôr em causa a sua
reputação pública, que tanto indignaram Passos Coelho e o levaram a afirmar que
nunca antes coisa semelhante algum Primeiro-Ministro tinha dito, por muito que
lhe custe reconhecer, nada têm de inédito e ele próprio encarregou-se como tal
de as desdizer.
Afinal,
quando ele admoestou publicamente a Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Verão de
2015, manifestando a sua preocupação pelo facto do banco público ser o único
banco que, tendo recebido ajuda pública, ainda não tinha devolvido qualquer
dinheiro ao Estado, não sentiu que estava a prejudicar a reputação da CGD?
Tanto
mais que sabia que, não só o prazo para reembolso ainda não se tinha esgotado,
como sabia que sendo o Estado o único accionista da CGD, aquilo que lhe tinha
imposto não tinha qualquer sentido, já que é dever do Estado satisfazer as
necessidades de recapitalização do banco público. Ou, como viemos a saber
mais tarde, o que Passos Coelho pretendia era, verificada a impossibilidade da
Caixa de proceder a esse reembolso, abrir numa primeira fase o
capital da CGD a privados através da entrega destas obrigações contingentes à
subscrição privada?
Afinal,
a forma vergonhosa como ao longo do ano passado o PSD e o CDS procuraram
impedir que a CGD tivesse uma administração que lhe permitisse desenvolver a
sua actividade, não constituiu um claro e sistemático ataque a uma empresa?
Ou
será que para Passos Coelho, as empresas públicas e o banco público, não fazem
parte do seu universo das empresas, o qual se confina às privadas e em
particular aos grandes grupos económicos?
Essa
é sem dúvida a grande questão!
E
por isso se compreende a sua grande preocupação com a Altice e a sua
indiferença com a CGD!
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