Mário
Motta, Lisboa
“Henrique Neto abandona PS descontente com António Costa”, é título no Jornal de Notícias.
Neto pode agora aderir ao PSD e emparelhar com André Ventura. O avanço da idade
às vezes tem destas, a memória fiel vai-se e há os que esquecem que os
problemas e as discordâncias resolvem-se dentro de casa. Longa vida a Neto. De
Ventura nada a dizer, o forte tique de exclusão-xenófobo-racista que adota fala por ele, para além
de que o deviam entregar aos ciganos, já agora que levasse Passos Coelho, e que
todos à volta da fogueira falassem de paz, democracia, justiça e liberdade. Contra
o racismo e a xenofobia. Podia acontecer que os não ciganos aprendessem alguma
coisa. Ou que os atirassem para a fogueira... das palavras.
“Não há iates, nunca houve. E não há castelos na Escócia”, disse Ricardo Salgado. Não haverá. Mas há muitas outras coisas... Uma
entrevista que é uma pérola de limpeza a seco de um traste que pôs imensos
portugueses na tesura económico-financeira. E a comunicação social portuguesa,
neoliberalista e oportunista, domesticada, é a Lavandaria Portugal. Saberá Passos quantos se
suicidaram por causa da “crise”? Se sabe nunca disse. Mas inventou suicídios no
caso de Pedrógão Grande. Estão bem um para o outro, Passos e Salgado. Apesar de
“Ricardo Salgado ataca Pedro Passos Coelho”, como podem ler. Decerto que
arrufos de mentor e aluno. Ao que se sabe Salgado até é um inspirador para
Pedro Passos Coelho, e talvez ainda lhe sobrem umas migalhas para Pedro. Ai,
ai, sempre de mão servil estendida. Aos que lhe convém e mostram tetas para
mamar.
Ricardo
Salgado responsabiliza Banco de Portugal pelo fim do BES – é uma opinião
na RTP. Pois. Da RTP? Pois.
Ainda ele: Que
"Qualquer outro Governo teria evitado a resolução do BES", diz
Salgado. Pois claro que sim. Cavaco Silva, por exemplo teria evitado. Faria
alguma vez essa de “queimar” o banco de um amigalhaço que “doava” à grande para
as campanhas eleitorais de Cavaco? Nunca. Um PIDE nunca se nega a ajudar gentes do dinheiro. Os portugueses que se lixassem ainda
mais, se necessário.
Estão
todos bem uns para os outros. Uns melros. A serem lavados na Lavandaria Portugal (TVs, rádios, jornais, etc,) perante a opinião pública.
Coitadinhos. Uns vítimas. Assim fizeram com Salazar e com os fascistas que nos
tramaram por mais de quatro décadas, assim fazem com Cavaco, um ex-presidente da PIDE.
Assim servem lavagens ao cérebro e amnésias a eito. Pois.
Vítimas de Pedrógão Grande são mais que as enunciadas é notícia de hoje. É provável.
Dependendo dos critérios. Uma senhora faleceu por atropelamento, é o que dizem. A fugir do fogo? Porque estava muito fumo na estrada e o condutor não a viu,
atropelando-a mortalmente? É preciso saber, evidentemente. Mas isso não lhe devolverá a vida perdida. Infelizmente.
Claro que PSD e CDS continuam a cavalgar as chamas
daquele incêndio tenebroso e fatídico. Dá-lhes um jeitão "voarem sobre um ninho" de cadáveres. Tal qual abutres.
Mas também é facto
que o governo está a pôr-se a jeito e não transforma em transparência absoluta
o assunto e as consequências da tragédia. Tudo sobre a tragédia.
Até parece que Costa já está farto e
cansado de governar e quer dar à oposição razões para o tramarem, para
desgastarem o governo e irmos para eleições antecipadas daqui por uns tempos. É
isso que Cristas e Passos esperam. Sendo assim estamos lixados e os cadáveres políticos -
da senhora e do sicário que foi PM por quatro abomináveis anos semeando fome e
miséria – podem estar em vias de ressuscitarem. Talvez lá para a Páscoa que
vem.
Por
agora fiquemos por aqui. Amanhã haverá mais. Talvez.
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