O
Presidente da Venezuela adiou para sexta-feira o ato de instalação da nova
Assembleia Constituinte (AC), para permitiu uma melhor organização estrutural e
logística do evento.
"Foi
proposto que a instalação da Assembleia Constituinte, em vez de ser
quinta-feira, seja organizada bem, em paz, com tranquilidade e com todo o
protocolo necessário, na próxima sexta-feira às 11:00 (16:00 em Lisboa)",
afirmou Nicolas Maduro.
O
ato de instalação da AC estava inicialmente previsto para quarta-feira, e
deverá ser presidido por Maduro, de acordo com fontes do Partido Socialista
Unido da Venezuela (PSUV, no poder).
O
adiamento da instalação pretende ainda garantir o apoio logístico da comissão
presidencial para a Assembleia Constituinte aos 545 eleitos, dos quais 173 são
representantes setoriais, 364 territoriais e oito índigenas, oriundos de várias
regiões do país, indicou Maduro.
O
Presidente venezuelano acusou a empresa SmartMatic, responsável pelo escrutínio
eleitoral, de tentar manchar a AC, com a denúncia da manipulação de dados nas
eleições de domingo passado.
"Trataram
de manchar o processo. Ninguém mancha este processo. É um processo auditável,
antes, durante e depois", disse.
Nicolas
Maduro estimou que, na eleição de domingo, "mais de 10 milhões de pessoas
saíram às ruas e mais de oito milhões puderam votar (...) depois de
enfrentar-se as barricadas".
Na
quarta-feira, numa conferência de imprensa em Londres, o diretor-executivo da
SmartMatic, António Mujica, denunciou a manipulação dos dados da participação
nas eleição da AC, indicando que a diferença entre a participação real e a
anunciada pelas autoridades é de pelo menos um milhão de votos.
Segundo
as autoridades venezuelanas, mais de oito milhões de eleitores, cerca de 41,5%
dos eleitores inscritos, participaram no escrutínio de domingo.
Entretanto,
o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano anunciou que vai processar a
SmartMatic por dar informações "sem fundamento" sobre os resultados
das eleições de domingo.
Na
Venezuela, as manifestações a favor e contra Maduro intensificaram-se desde 01
de abril passado, depois de o Supremo Tribunal ter divulgado duas sentenças,
que limitam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assume as funções
do parlamento.
Pelo
menos 120 pessoas morreram nos confrontos entre as forças de segurança e
manifestantes desde abril.
Lusa
| em Notícias ao Minuto | Foto Getty Images
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