A taxa de inflação em Angola
acelerou 1,20% entre novembro e dezembro, o segundo valor mensal mais baixo do
último ano, mas com o acumulado a 12 meses acima dos 23%, furando as previsões
do Governo para 2017.
De acordo com o relatório mensal
do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano sobre o comportamento da
inflação, divulgado hoje, este registo contrasta com o pico de 2017, entre
setembro e outubro, período em que os preços em Angola aumentaram 2,39%, logo
após as eleições gerais de agosto.
O pico da inflação mensal em
Angola nos últimos anos registou-se em julho de 2016, quando, no espaço de um
mês, segundo o INE, os preços registaram um aumento médio de 4%.
Entre janeiro e dezembro de 2016
(12 meses) os preços em Angola subiram praticamente 42%, segundo os relatórios
anteriores do INE com o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN).
Em todo o ano de 2017 a subida
acumulada nos preços foi 23,67%, registo muito superior à previsão de 15,8%
para o período entre janeiro e dezembro que o Governo inscreveu no Orçamento
Geral do Estado.
A subida de preços em dezembro
foi influenciada sobretudo pelos setores Bens e Serviços Diversos, com 2,01%,
na Habitação, Água, Eletricidade e Combustíveis, com 1,82%, Vestuário e
Calçado, com 1,69%, e Lazer, Recreação e Cultura, com 1,65%.
Os aumentos de preços no último
mês do ano foram liderados pelas províncias do Moxico (2,16%), Lunda Norte
(1,82%), Zaire (1,72%), Cabinda (1,64%) e Lunda Sul (1,60%), enquanto as com
menor variação foram as de Luanda (1,13%), Benguela (1,19%), Malanje (1,20%),
Bengo (1,23%) e Huíla (1,25%).
Desde setembro de 2014 que a
inflação em Angola não para de aumentar, acompanhando o agravamento da crise
económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacional
do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo, nomeadamente dos
alimentos.
O chefe da missão do Fundo
Monetário Internacional (FMI) para Angola, Ricardo Velloso, alertou em 2017, em
Luanda, para a necessidade de medidas que ajudem a diminuir a elevada inflação
que o país ainda apresenta.
A preocupação atual do FMI
mantém-se à volta da necessidade de relançar o crescimento económico angolano
"de uma maneira duradoura para os próximos anos", além de baixar a
inflação mensal dos atuais 2% a 2,5% ao mês para "níveis mais
aceitáveis", bem como sobre "como continuar a reforçar o sistema
bancário e financeiro do país", explicou o economista.
PVJ // VM | Lusa
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