segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Doentes com tuberculose abandonam tratamento em Moçambique


Inhambane regista situação preocupante

Na província moçambicana de Inhambane, as autoridades dizem que pelo menos 600 pessoas abandonaram o tratamento da tuberculose em 2017, o que contribuiu para o aumento de mortes por esta doença.

Moçambique regista, anualmente, cerca de 159 mil novos casos de tuberculose, fazendo parte por isso dos 20 países do mundo com as mais altas taxas da doença.

Inhambane faz parte das províncias mais afectadas pela tuberculose, uma situação agravada pelo abandono do tratamento, o que fez com que pelo menos 200 doentes perdessem a vida em 2017.

Andrécio Cumbe, técnico ligado ao programa de combate à tuberculose em Inhambane, considerou bastante preocupante o abandono do tratamento porque, para além de elevar ainda mais o risco de morte para o doente, isso contribui também para a contaminação de mais pessoas.

Refira-se que nos primeiros nove meses do ano passado, o sector da saúde em Moçambique iniciaram o tratamento de cerca de 70 mil casos de tuberculose, e destes 669 são resistentes a medicamentos.

Dificuldades e cultura

No caso de Inhambane, não são conhecidas as reais causas do abandono do tratamento, mas, eventualmente, as mesmas tenham a ver com a longa distância que muitos doentes têm de percorrer para chegar a uma unidade sanitária, para além de certos valores culturais enraizados em algumas comunidades moçambicanas.
Entretanto, alguns estudos têm sugerido a necesside de Moçambique melhorar o seu programa de combate à tuberculose, para que produza bons resultados, uma vez que dos cerca de 159 mil casos que o país regista anualmente, apenas entre 50 e 60 por cento são diagnosticados.

A ministra moçambicana da Saúde, Nazira Abdula, assume ser necessário adoptar uma boa estratégia de luta contra esta doença, que, em muitos casos, aparece associada ao HIV-SIDA.

VOA

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