Radicado há quase uma década na
cidade chinesa de Xangai, onde chegou para estagiar numa multinacional
europeia, o guitarrista português Luís Coelho acaba de publicar o seu primeiro
disco de originais, Inner Life Burst.
"Este álbum junta o que fiz
nos últimos dez anos", diz Coelho à agência Lusa, numa entrevista por
telefone.
Composto por onze temas
originais, Inner Life Burst foi lançado nas plataformas digitais Itunes e
Spotify. A distribuição está a cargo de uma empresa norte-americana.
"A minha música é uma
mistura de rock progressivo instrumental e influências mediterrâneas: música
portuguesa e espanhola ou latina", descreve Coelho.
O português, de 35 anos,
formou-se em Economia pela Universidade de Coimbra, mas quando questionado
sobre o seu futuro profissional, responde assim: "Definitivamente, vou
seguir a carreira musical; já não há volta a dar".
Uma "Fender" e uma
"Schecter" de sete cordas, ou as guitarras acústicas Yamaha, Martin e
Cort, são desde há cinco anos os seus instrumentos diários de trabalho.
Além de ter uma banda - Coelho
Band - e tocar como 'freelancer' com outros músicos, Luís Coelho dá aulas de
guitarra em Xangai.
Situada na foz do Yangtze, Xangai
é a maior e mais cosmopolita cidade chinesa, com cerca de 23 milhões de
habitantes.
"As bandas aqui são
compostas por músicos de todas a partes do mundo", conta Luís Coelho.
"Essa diversidade acaba por se refletir na música".
O seu grupo, por exemplo, é
composto por um baixista cubano, um baterista russo e um teclista das Ilhas
Maldivas.
Em Inner Life Burst, Luís Coelho
convidou ainda músicos brasileiros e do Reino Unido para tocarem em algumas
faixas.
"É a energia do rock com um
toque mais exótico", resume.
Nascido e criado em Coimbra, Luís
Coelho toca guitarra desde criança. Entre as suas referências, cita Gary Moore,
Joe Satriani, Al Di Meola e as bandas Dream Theatre e Metallica.
Quanto a músicos portugueses que
admira, refere o guitarrista Pedro Jóia e Júlio Pereira, conhecido por utilizar
instrumentos tradicionais portugueses, como o cavaquinho e a viola braguesa.
Coelho chegou a Xangai no início
de 2009 para fazer um estágio numa grande empresa europeia, a Auchan, no âmbito
do programa "Inov Contacto", patrocinado pelo AICEP (Agência para o
Investimento e Comércio Externo de Portugal).
Concluído o estágio, regressou a
Portugal, mas dois meses depois voltou, para "tentar arranjar
trabalho".
Em 2011, concorreu à 3ª edição do
"Guitar Idol", considerado "o maior concurso de guitarristas a
nível mundial para descobrir novos talentos", contra 1.700 candidatos de
dezenas de países.
Terminou em 12.º lugar.
Luís Lino diz que não quer ficar
em Xangai "para sempre", mas que também não se pode queixar de viver
na "capital" económica da China.
"Ainda há aqui bastante
trabalho para músicos e uma certa liberdade para tocar originais: posso tocar
num bar e ser pago para tocar a minha própria música", explica.
"Na Europa ou Estados
Unidos, tinha de ser eu a pagar para tocar", conclui.
Luís Coelho | Notícias ao Minuto
| Foto Stock/smirart
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