O membro do Movimento Democrático
de Moçambique (MDM), Buana Agostinho Buana, foi morto na noite do primeiro dia
da campanha, terça-feira (09.01), quando este acabava de colar panfletos do seu
candidato, Carlos Saíde.
No segundo dia da campanha
eleitoral em Nampula, alguns elementos do Movimento Democrático de Moçambique
(MDM), tiveram que interromper as suas atividades para se juntarem na tarde
desta quarta-feira (10.01), à família de Buana Agostinho Buana, assassinado na
noite de terça-feira (09.01), por desconhecidos na zona do campo dos Macondes,
bairro de Namutequeliua, na cidade de Nampula, quando participava na campanha
do seu partido.
O MDM lamenta a morte de Buana
Agostinho Buana e atribui o ato a motivações políticas que no seu entender
visa enfraquecer aquela formação política.
Segundo informaram fontes do MDM,
Buana que também era moto-taxista, acabava de efetuar colagens de
cartazes do seu partido e foi solicitado por pessoas não identificadas,
alegadamente para um serviço de transporte na noite de terça-feira (09.01).
A mãe da vítima, Tina
Mário, que também é presidente da Liga da Mulher do MDM no bairro de
Namutequeliua, na cidade de Nampula contou à DW África que: "Ele
chegou em casa por volta das 18 horas, mas disse que queria sair, porque umas
pessoas lhe tinham telefonado dizendo que necessitavam de um serviço de táxi.
Depois de sair, esperamos por ele até por volta da meia-noite quando vieram
três homens que pararam na estrada, próximo da minha casa, e pedi-lhes para que
se aproximassem, porque já era noite. Quando se aproximaram, disseram que
vinham me informar que o meu filho fora agredido mortalmente''.
Membros do MDM
"abalados"
O delegado do MDM na cidade de
Nampula, Luciano Tarieque, disse que a notícia da morte de um dos membros do
seu partido deixou triste e abalado todos os membros do seu partido. Segundo
ele, o caso é mais um atentado contra a sua formação politica.
‘‘Tomamos conhecimento que o
filho da presidente da Liga da Mulher do bairro de Namutequeiua foi
assassinado. Esta notícia deixou todos os membros do MDM abalados, não só pelo
facto de estarmos em plena campanha eleitoral, mas porque perdemos um homem e
uma pessoa que apostava no desenvolvimento deste país'', disse.
Embora não tenha apontado o dedo
especificamente a alguém ou a uma formação política, Luciano Tarieque, atribuiu
este assassinato a motivações políticas com a finalidade de enfraquecer o seu
partido. E diz que a perda de um dos seus membros, "significa uma
perda, uma lacuna, uma dor para o partido, e acima de tudo, uma fase
difícil que estamos a enfrentar"."No passado, muita coisa aconteceu
no seio do MDM. Talvez as pessoas estejam a pensar que atos desta natureza
fragilizam o MDM, mas somos um partido que funciona com fé, na confiança
de Deus e nas tradições do Estado e das familias'', assegura o delegado do MDM
na cidade de Nampula.
O delegado garantiu o apoio total
aos familiares da vítima e pediu a intervenção das autoridades com vista
a fazer com que este processo eleitoral não seja manchado com assassinatos do
género.
Polícia sem conhecimento do caso
A polícia em Nampula, através do
seu porta-voz Zacarias Nacute, num contato telefónico com o nosso correspondente,
disse não ter sido, ainda, notificado sobre o caso.
‘‘Até agora não tivemos nenhuma
denúncia. Mas vou inteirar-me depois dar-lhe-ei algum feedback'', garante.
Refira-se que a polícia em
Nampula anunciou recentemente que ao longo de todo este processo das eleições
intercalares estará de prontidão no controlo e combate à criminalidade.
A campanha eleitoral
que teve início na terça-feira (09.01) termina no próximo dia 21 e a
votação ocorrerá no dia 24 .
O município de Nampula é
governado pelo MDM desde as eleições autárquicas de 2013 e o presidente que
sair da votação intercalar só irá governar até 10 de outubro de 2018, data em
que haverá eleições autárquicas em todo o país.
Sitoi Lutxeque (Nampula) |
Deutsche Welle
Foto: Carlos Saide, Candidato do
MDM ás eleições intercalares em Nampula
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