Sabemos que estão em marcha
operações de desestabilização da Rússia e da China perpetradas pelos EUA e alguns dos seus
aliados, principalmente do Reino Unido. O caso do veneno Novichok – que vitimou
um espião duplo e sua filha, na Inglaterra – não foi identificado sem reservas
como sendo de origem da Rússia. Os cientistas do Reino Unido “não são capazes
de identificar o agente de nervos como sendo de manufactura russa e ficaram
ressentidos com a pressão que lhes foi imposta.” Como pode ler a seguir nas
palavras de Craig Murray, além de mais pormenores e factos. Não sendo o veneno identificado pelos cientistas do
Reino Unido como genuinamente de origem russo, claramente, podemos inferir que o
ocidente, o Reino Unido, usa o veneno da manipulação para atacar a Rússia. Manipulação,
um veneno bem conhecido, usado e abusado pelo Reino Unido, EUA e seus aliados
com mestria. Recordemos as mentiras de Bush, Blair, Aznar e Barroso sobre as "armas de destruição em massa", gás venenoso, do Iraque... (CT | PG)
De um tipo desenvolvido por
mentirosos
Craig Murray [*]
Recebi agora a confirmação, de
uma fonte bem colocada no FCO [Foreign and Commonwealth Office], de que os
cientistas do [laboratório de] Porton Down não são capazes de identificar o
agente de nervos como sendo de manufactura russa e ficaram ressentidos com a
pressão que lhes foi imposta. Porton Down subscreveria apenas a formulação
"de um tipo desenvolvido pela Rússia" após uma reunião especialmente
difícil onde isto foi acordado como uma formulação de compromisso. Os russos
estavam alegadamente a investigar, no programa "Novichok", uma
geração de agentes de nervos que pudesse ser produzida a partir de precursores
comercialmente disponíveis tais como insecticidas e fertilizantes. Esta
substância é um "novichok" nesse sentido. É desse tipo. Assim como eu
ao teclar um computador portátil de um tipo desenvolvido pelos Estados Unidos,
embora este fosse fabricado na China.
Para alguém com experiência em Whitehall [governo britânico] isto tem sido óbvio desde há vários dias. O governo nunca disse que o agente de nervos fora fabricado na Rússia, ou que só pudesse ser fabricado na Rússia. A formulação exacta, "de um tipo desenvolvido pela Rússia" foi utilizada por Theresa May no parlamento, utilizada pelo Reino Unido no Conselho de Segurança da ONU, utilizada ontem por Boris Johnson na BBC e, o mais revelador de tudo, "de um tipo desenvolvido pela Rússia" é a frase precisa utilizada no comunicado conjunta ontem emitido pelo Reino Unido, EUA, França e Alemanha:
Para alguém com experiência em Whitehall [governo britânico] isto tem sido óbvio desde há vários dias. O governo nunca disse que o agente de nervos fora fabricado na Rússia, ou que só pudesse ser fabricado na Rússia. A formulação exacta, "de um tipo desenvolvido pela Rússia" foi utilizada por Theresa May no parlamento, utilizada pelo Reino Unido no Conselho de Segurança da ONU, utilizada ontem por Boris Johnson na BBC e, o mais revelador de tudo, "de um tipo desenvolvido pela Rússia" é a frase precisa utilizada no comunicado conjunta ontem emitido pelo Reino Unido, EUA, França e Alemanha:
Esta utilização de agente de
nervos de grau militar, de um tipo desenvolvido pela Rússia, constitui a
primeira utilização ofensiva de um agente de nervos na Europa desde a Segunda
Guerra Mundial.
Quando nunca há desvio do mesmo
fraseamento extremamente cuidadoso, você sabe que este é o resultado de um
compromisso muito delicado de Whitehall. Minha fonte no FCO recorda, tal como
eu, a pressão extrema aplicada sobre a equipe do FCO e sobre outros funcionários
públicos para aprovarem o dossier sujo sobre Armas de Destruição em Massa
iraquianas. Algumas dessas pressões eu relato na minha memóriaMurder in
Samarkand. Ela apresentou voluntariamente essa comparação com o que está
agora a acontecer, particularmente em Porton Down, sem qualquer sugestão da
minha parte.
Separadamente escrevi ao gabinete dos media da OPCW [Organização para a Proibição de Armas Químicas] a pedir-lhes para confirmarem que nunca houve qualquer evidência física da existência de Novichoks russos e de que o programa de inspecção e destruição de armas químicas russos fora completado no ano passado.
Será que conhecia estes factos interessantes?
Inspectores da OPCW tiveram acesso pleno a todas as instalações russas de armas químicas durante mais de uma década – incluindo aquela identificada pelo alegado denunciante do "Novichok", Mirzayanov – e no ano passado inspectores da OPCV completaram a destruição das últimas 40 mil toneladas de armas químicas russas.
Em contraste, o programa de destruição dos stocks de armas químicas dos EUA ainda tem cinco anos pela frente.
Israel tem stocks extensos de armas químicas mas sempre se recusou a declarar qualquer delas à OPCW. Israel não é um estado parte da Convenção das Armas Química nem membro da OPCW. Israel assinou-o em 1993 mas recusou-se a ratificá-lo pois isto significaria inspecção e destruição das suas armas químicas. Israel indubitavelmente tem tanta capacidade técnica quanto qualquer outro estado para sintetizar "Novichoks".
Até esta semana, a crença quase universal entre peritos em armamento químico, e a posição oficial da OPCW, era que "Novichoks" eram no máximo um programa de investigação teórica o qual os russos nunca haviam tido êxito em realmente sintetizar e fabricar. Essa é a razão porque eles não estão na lista da OPCW de armas químicas proibidas.
Porton Down ainda não tem certeza de que foram os russos que aparentemente sintetizaram um "Novichok". Portanto "De um tipo desenvolvido pela Rússia". Notem bem: desenvolvido, não fabricado, produzido ou manufacturado.
É propaganda cuidadosamente fraseada. De um tipo desenvolvido por mentirosos.
ACTUALIZAÇÃO
Esta mensagem levou outro antigo colega a contactar-me. Do lado positivo, o FCO persuadiu Boris de que ele tinha de deixar a OPCW investigar uma amostra. Mas não ainda. A expectativa é de que o comité de inquérito será presidido por um delegado chinês. O plano de Boris é fazer com que a OPCW também subscreva a fórmula do "desenvolvido pela Rússia" e diplomacia para este objectivo está a ser empreendida em Pequim exactamente agora.
Não creio que haja sinais de a BBC fazer algum jornalismo real sobre isto. Haverá?
Separadamente escrevi ao gabinete dos media da OPCW [Organização para a Proibição de Armas Químicas] a pedir-lhes para confirmarem que nunca houve qualquer evidência física da existência de Novichoks russos e de que o programa de inspecção e destruição de armas químicas russos fora completado no ano passado.
Será que conhecia estes factos interessantes?
Inspectores da OPCW tiveram acesso pleno a todas as instalações russas de armas químicas durante mais de uma década – incluindo aquela identificada pelo alegado denunciante do "Novichok", Mirzayanov – e no ano passado inspectores da OPCV completaram a destruição das últimas 40 mil toneladas de armas químicas russas.
Em contraste, o programa de destruição dos stocks de armas químicas dos EUA ainda tem cinco anos pela frente.
Israel tem stocks extensos de armas químicas mas sempre se recusou a declarar qualquer delas à OPCW. Israel não é um estado parte da Convenção das Armas Química nem membro da OPCW. Israel assinou-o em 1993 mas recusou-se a ratificá-lo pois isto significaria inspecção e destruição das suas armas químicas. Israel indubitavelmente tem tanta capacidade técnica quanto qualquer outro estado para sintetizar "Novichoks".
Até esta semana, a crença quase universal entre peritos em armamento químico, e a posição oficial da OPCW, era que "Novichoks" eram no máximo um programa de investigação teórica o qual os russos nunca haviam tido êxito em realmente sintetizar e fabricar. Essa é a razão porque eles não estão na lista da OPCW de armas químicas proibidas.
Porton Down ainda não tem certeza de que foram os russos que aparentemente sintetizaram um "Novichok". Portanto "De um tipo desenvolvido pela Rússia". Notem bem: desenvolvido, não fabricado, produzido ou manufacturado.
É propaganda cuidadosamente fraseada. De um tipo desenvolvido por mentirosos.
ACTUALIZAÇÃO
Esta mensagem levou outro antigo colega a contactar-me. Do lado positivo, o FCO persuadiu Boris de que ele tinha de deixar a OPCW investigar uma amostra. Mas não ainda. A expectativa é de que o comité de inquérito será presidido por um delegado chinês. O plano de Boris é fazer com que a OPCW também subscreva a fórmula do "desenvolvido pela Rússia" e diplomacia para este objectivo está a ser empreendida em Pequim exactamente agora.
Não creio que haja sinais de a BBC fazer algum jornalismo real sobre isto. Haverá?
16/Março/2018
[*] Antigo
embaixador e alto funcionário britânico.
O original encontra-se em www.craigmurray.org.uk/archives/2018/03/of-a-type-developed-by-liars/
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
O original encontra-se em www.craigmurray.org.uk/archives/2018/03/of-a-type-developed-by-liars/
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
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