Jornal de Angola | opinião
A população angolana,
maioritariamente cristã, vive, durante estes dias, os valores da fé, meditação,
recolhimento e do exercício do perdão, numa altura em que se celebra a Semana
Santa.
Daqui a algumas horas termina esta fase durante a qual os cristãos lembram o sacrifício de Jesus que simboliza para eles o esperado resgate da condição perdida no Éden. A celebração da morte e ressurreição de Jesus Cristo, provavelmente o maior evento cristão, constitui um acontecimento único na lembrança do papel que a fé e todos os valores que lhe estão associados representam para os cristão em todo o mundo. Em Angola, um país tradicionalmente cristão, as coisas não se passam de maneira diferente e, passada a quaresma, a Páscoa é das celebrações cristãs mais esperadas pelos seguidores de Jesus Cristo.
Em todo o caso, vale a pena valorizar os efeitos socialmente úteis desta festa cristã, traduzidas no reconhecimento de que os seres humanos devem continuar a melhorar a sua condição na terra. Como disse D. José Manuel Imbamba “a espiritualidade da Sexta-Feira Santa tem muito a ver com a capacidade que hoje temos de nos imolarmos pelas causas nobres e assim podermos salvaguardar o mandamento como a forma que renova, transforma, motiva e cria o ambiente de bem estar entre todos”.
Na verdade, precisamos todos de repensar numerosas atitudes, gestos e comportamentos na família, na comunidade, nas instituições, que nem sempre reflectem a condição maioritariamente cristã da população angolana.
É preciso que a condição de cristão, dos esforços de renovação e transformação contínuas, entre outras iniciativas intrinsecamente ligadas à vida cristã, tenham também reflexos na via pública, com o cumprimento das regras de trânsito, com o respeito pelos peões, com atitudes nobres e de cidadania.
Precisamos de fazer das lições do amor, fraternidade, reconciliação, abraço ao inimigo, entre outros, um verdadeiro modo de vida para que, assim, ajudemos inclusive aqueles que persistem em remar contra a maré, contrariando aqueles pressupostos. Se uma grande maioria perseverar a realizar boas obras, não há dúvidas de que a minoria acaba por seguir também. Numa altura como esta, esperamos que os cristãos consigam reforçar a sua fé, sejam capazes e dignos da vida que escolheram tendo Jesus Cristo como modelo e sirvam como espelho inclusive para aqueles que não seguem a fé cristã.
Foto: Igreja católica em Malanje
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