A caravana do ex-presidente Lula
sofreu um atentado a tiros na “República do Paraná”, o território dos
principais propagadores do ódio e da violência no Brasil, quando se deslocava
entre as cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul.
Apesar de felizmente não ter
produzido vítimas, o atentado é de extrema gravidade, não só por ser dirigido
contra um ex-presidente da República, contra populares e parlamentares, mas por
confirmar a escalada do terrorismo de setores da classe dominante.
Na página oficial na internet,
Lula diz que o Paraná, governado pelo tucano Beto Richa, “foi o único estado da
federação de todos os percorridos pela caravana, a não fornecer uma escolta
policial para a comitiva dos ônibus”.
O atentado contra Lula é a
violência mais grave perpetrada contra a caravana. O atentado aconteceu apenas
2 semanas depois daquele atentado fatal que matou Marielle Franco e seu
motorista Anderson Gomes.
Antes deste atentado a tiros no
Paraná, a caravana do Lula tinha sofrido toda sorte de barbaridades no Rio
Grande do Sul e em Santa Catarina. E isso aconteceu, lamentavelmente, sempre
com a complacência dos executivos, das polícias militares e civis e dos
ministérios públicos estaduais; assim como com a conivência do ministério
público e da polícia federal.
Os noticiários da Rede Globo
banalizam o fascismo. A Globo chama de “manifestantes” os terroristas que
desferem tiros, usam relhos, armas e pedras contra a caravana do Lula. Para a
Globo, a violência contra Lula – inclusive a armada – é “protesto”.
Autoridades também incitam a
violência. A senadora Ana Amélia Lemos, do reacionário PP, aplaudiu e estimulou
a violência de jagunços criminosos. Seus colegas no Senado, todavia, não a
julgam por promover crimes que atentam contra a ordem política e social do país.
Nesta terça-feira 27/3, mesmo dia
em que ocorreu o atentado contra Lula, a Globo tentou “equilibrar” o noticiário
com a repercussão da entrevista de Edson Fachin à Globo News. Nela, o juiz do
STF citou ameaças supostamente dirigidas à sua família.
É impossível não atentar para a
eventual existência de interesse subliminar da notícia. Afinal, de onde
poderiam partir as supostas ameaças a Fachin e à sua família, senão
–supostamente – “de petistas contrariados com a posição de Fachin contra Lula”?
Na entrevista à Globo News,
Fachin não citou um único fato, um único telefonema anônimo, um único episódio
ou um único evento concreto de alguma ameaça sofrida por algum familiar seu.
Ainda assim, porém, é importante dar crédito à denúncia do Fachin, e é imperativo
prover a ele toda a segurança que deve ser conferida a um agente de Estado –
desde a um inspetor de vigilância sanitária, a um juiz do stf e a um
ex-presidente da República.
Causa estranheza que a notícia de
ameaças à família do Fachin surja no exato momento em que é perpetrado o mais
grave atentado a um ex-presidente do Brasil desde aquele atentado
automobilístico perpetrado contra Juscelino Kubistchek na rodovia Dutra, em
1976.
O fascismo deita raízes no
Brasil.
O nazismo e o fascismo começaram
se manifestar na Alemanha e na Itália com Hitler e Mussolini nos anos 1920 e
1930. Estes regimes não foram decapitados na origem e, assim, se tornaram as
experiências mais genocidas e mais anti-civilizacionais e mais monstruosas da
humanidade.
Se nada for feito no Brasil para
deter a perigosa ascensão da tirania midiático-jurídico Globo-Lava Jato, o país
mergulhará em definitivo no arbítrio e no obscurantismo fascista.
*Integrante do Instituto de
Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo
do 5º Fórum Social Mundial
* em Pátria Latina
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