O ex-presidente do Governo
catalão Carles Puigdemont "não se renderá" e apela à unidade dos
soberanistas, disse esta terça-feira o seu advogado, após visitá-lo pela
primeira vez na prisão em Neumuenster (Alemanha).
"Confiamos na Justiça
alemã", afirmou o advogado, Jaume Alonso-Cuevillas, aos meios de
comunicação concentrados em frente ao recinto penitenciário onde se encontra
Puigdemont desde que foi detido no domingo, pouco depois de cruzar a fronteira
alemã vindo da Dinamarca, em aplicação do mandado de captura europeu emitido
por Espanha.
Segundo o advogado, o
ex-presidente da Generalitat está consciente de que tanto o processo de
extradição como a sua situação de "privação de liberdade" podem
"prolongar-se", mas está tranquilo.
"Foi um motivo de euforia
vê-lo" assim com "tanta determinação e coragem", assegurou
Alonso-Cuevillas, após relatar que Puigdemont se encontra "em perfeita
forma anímica" e "em excelentes condições físicas".
O advogado também transmitiu uma
mensagem de Puigdemont para que os separatistas na Catalunha se mantenham
unidos e que os protestos não sejam violentos.
Alonso-Cuevillas assegurou que o
seu cliente, que se considera um preso político, agradece as demonstrações de
apoio que tem recebido.
O processo de extradição de
Puigdemont para Espanha começou esta segunda-feira, com a decisão do tribunal
de primeira instância de Neumuester de manter o antigo governante na prisão
enquanto é analisada a ordem de detenção.
O ministério público de Schleswig
deve estudar o pedido espanhol e solicitar ou não à audiência territorial que
execute a extradição.
O processo demorará "alguns
dias", segundo a procuradoria alemã, e durante este período, no mínimo,
Puigdemont permanecerá na prisão.
Na sexta-feira, o Supremo
Tribunal espanhol acusou de delito de rebelião 13 separatistas pela sua
participação no processo de independência da Catalunha, entre os quais o
ex-presidente do executivo regional Carles Puigdemont, fugido na Bélgica.
Carles Puigdemont é acusado de ter
organizado o referendo de autodeterminação de 1 de outubro de 2017 apesar de
este ter sido proibido por violar a Constituição espanhola.
A 27 de outubro de 2017, Madrid
decidiu intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento
regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições
regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.
O bloco de partidos
independentistas manteve uma maioria de deputados no parlamento regional e está
a ter dificuldades para formar um novo executivo.
Jornal de Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário