Coordenadora do BE diz esperar
que Portugal “mantenha posição”, que considera “prudente”
A coordenadora do BE, Catarina
Martins, considerou esta terça-feira prudente que o Governo português tenha
decidido "não fazer parte da escalada" no caso da expulsão de
diplomatas russos, na sequência do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal,
no Reino Unido.
Até ao momento, 23 países, 16
deles membros da União Europeia, decidiram expulsar um total de 116 diplomatas
russos, no âmbito das represálias ocidentais após o envenenamento, no início
deste mês, do ex-espião russo Serguei Skripal em solo britânico, pelo qual
Londres responsabiliza Moscovo.
Questionada pelos jornalistas à
margem de uma reunião com a Associação de Apoio às Vítimas da Legionella, em
Vila Franca de Xira, Catarina Martins considerou que "o envenenamento de
um espião enquanto arma de política externa deve ser veemente condenado", mas
ressalvou que "ainda não se percebeu muito bem o que aconteceu".
"Agora nós também temos
assistido na Europa a uma vontade de fazer uma escalada de várias formas, que
tem até produzido guerras por procuração em vários locais do mundo que não é
aceitável. Que o Governo português não queira fazer parte dessa escalada
parece-nos prudente. Esperemos que mantenha essa posição", afirmou.
Na segunda-feira, Portugal disse
que tomava "boa nota" da decisão concertada assumida por vários
Estados-membros da União Europeia de expulsar diplomatas russos acreditados nos
respetivos países, mas não esclareceu se adotaria qualquer medida semelhante
neste âmbito.
"Portugal toma boa nota das
decisões, anunciadas hoje por vários Estados-membros da União Europeia,
relativas à expulsão de diplomatas da Federação Russa neles acreditados",
indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa breve nota enviada às
redações.
A Agência Lusa questionou
diretamente o ministério tutelado por Augusto Santos Silva se Portugal iria
assumir qualquer medida visando os diplomatas russos acreditados no território
português, à luz do anúncio efetuado por vários países ocidentais, incluindo 14
países da UE, os Estados Unidos, a Ucrânia, a Albânia e o Canadá, em resposta
ao envenenamento com gás neurotóxico do ex-espião Serguei Skripal no Reino
Unido.
O ministério remeteu quaisquer
esclarecimentos para um comunicado, onde se pode ler que Portugal
"acredita que a concertação no quadro da União Europeia é o instrumento
mais eficaz para responder à gravidade da situação presente".
O caso Skripal provocou uma grave
crise diplomática entre a Rússia, o Reino Unido e os países ocidentais.
Em 14 de março, Londres anunciou
a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das
relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas
britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.
Lusa | em Expresso
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