O embargo da venda de armas a
Israel é um das resoluções da 37.ª sessão
O Conselho de Direitos Humanos
das Nações Unidas adoptou quatro resoluções que condenam Israel e a
ocupação ilegal da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Montes Golã, e as
violações dos direitos humanos dos palestinianos.
Foi no âmbito da 37.ª
sessão realizada entre os dias 26 de Fevereiro e 23 de
Março, em Genebra, na Suíça, que o Conselho de
Direitos Humanos das Nações Unidas (NU) tomou um conjunto
de medidas acerca de Israel, entre as quais um embargo da venda de
armas a Israel.
Num comunicado, o Movimento pelos
Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
(MPPM) indica que o apelo à
comunidade internacional faz eco de campanhas internacionais a
favor de um embargo da venda de armas a Israel desde o seu último ataque contra
a Faixa de Gaza, em 2014.
Outras resoluções apelam a que
Israel se retire dos Montes Golã ocupados, tomados à Síria após a guerra de
1967, suspenda a construção de colonatos na Cisjordânia e regresse às
fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias. A última resolução condena Israel
pelas violações dos direitos humanos dos palestinianos que vivem sob a
ocupação.
«Embora as resoluções sejam
sobretudo simbólicas, já que a ONU não possui um mecanismo para impor a sua
aplicação, representam um revés diplomático para Israel e o seu principal
aliado, os Estados Unidos», atenta o MPPM.
Já a embaixadora dos EUA nas
NU, Nikki Haley, aproveitou a oportunidade para acusar o conselho de
«enviesamento» contra Israel e ameaçar a retirada do seu país desta
instituição.
O MPPM denuncia ainda o
facto de Israel ter intensificado a colonização e as medidas visando a
anexação dos territórios palestinos, «encorajado pelo apoio dos
EUA e, em particular, pela decisão do presidente Trump de reconhecer
Jerusalém como capital de Israel e de para aí transferir a embaixada dos EUA».
O movimento cita
o membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina
(OLP), Hanan Ashrawi, que reconhece que, apesar da pressão
e das ameaças do governo dos EUA e de Israel, «a maioria dos membros
manteve-se firme».
«Ao adoptar essas quatro
resoluções, o Conselho reafirmou o direito do nosso povo à independência e a um
Estado soberano nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua
capital», sublinha Hanan Ashrawi.
AbrilAbril
Imagem: A parte oriental de
Jerusalém, ocupada por Israel em 1967, é considerada «território ocupado» pelo
direito internacionalCréditosMohammed Saber/EPA / Agência Lusa
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