Nas próximas eleições, Angola
poderá ter uma nova força política. A Acção Pelo Reforço da Democratização em
Angola (ARDA) está em vias de criação por Teka Ntu, que pretende implementar um
"Plano Marshall angolano".
O ARDA foi fundado no início do
ano na Alemanha por Teka Ntu, ex-secretário nacional das relações exteriores da
Aliança Patriótica Nacional (APN), que até às últimas eleições fazia parte
desta formação. O novo partido ainda vai ser registado em Angola.
Há 35 na Alemanha, Teka Ntu
espera criar uma "solução angolana" para melhorar a vida dos
habitantes de seu país a partir das experiências alemães, como contou em
entrevista à DW África.
DW África: Quais são as
experiências políticas, económicas e sociais da Alemanha que o ARDA gostaria de
promover em Angola?
Teka Ntu (TN): A experiência
que eu quero promover no meu país, que é Angola, é a boa lição que consegui
aprender durante os 35 anos que fiquei na Alemanha. Eu quero trazer para cá,
porque a população angolana precisa de melhores perspetivas para o
futuro. As chances para isso são favoráveis, mas a minha ideia é que
devemos criar um Plano Marshall para Angola, que deverá não apenas finalizar a
arrancada, mas também estabelecer o novo tipo de cooperação económica em nível
de igualdade. Os investimentos da economia privada deverão criar empregos e
perspetivas em Angola e combater em longo prazo as causas do êxodo. Angola é um
país com outra realidade. Devemos falar primeiro da questão da corrupção antes
de entrar na parte económica. O Governo angolano deve criar um clima seguro e
atraente para os investimentos. A Alemanha e os países da Europa deverão
contribuir com inovações e tecnologia para que os desafios angolanos sejam
transformados em chances angolanas.
DW África: São realidades muito
diferentes entre os dois países, Alemanha e Angola. Como pretende replicar
essas políticas que viu na Alemanha no contexto angolano?
TN: Devemos criar uma lei
contra a corrupção. Se não criarmos a lei contra corrupção, a corrupção tem o
poder de travar o desenvolvimento económico do nosso país.
DW África: O ARDA já está
registado em Angola?
TN: Ainda não. Estou neste
momento em Angola para ver como posso criar este partido, que é meu sonho. E
para que no futuro possa haver votos nos angolanos que se encontram fora do
nosso país. E depois da legalização do nosso partido, claro que vou criar uma
ponte entre os angolanos da diáspora e os angolanos que se encontram em Angola.
DW África: O partido diz
acreditar no trabalho em conjunto de todos os outros partidos em prol da
população. Não acha que isso é um pouco inocente por parte do ARDA? Acha que os
outros partidos angolanos estão dispostos a trabalhar juntos?
TN: Devemos mudar o nosso
comportamento. O que eu priorizo é a nação. É Angola em primeiro lugar, depois
as etiquetas políticas. O que eu acho é que deve haver um bom entendimento
entre todas as forças políticas angolanas. Devemos lutar por uma só nação, que
é Angola. Haverá um bom tempo em que o africano ou angolano vai ser convencido
a trabalhar de mãos dadas.
DW África: O que diria sobre os
partidos da oposição angolana?
TN: A UNITA [União Nacional
para a Independência Total de Angola] está a tentar contribuir no
que pode. Passa-se a mesma coisa com a CASA-CE [Convergência
Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral]. E onde eu fiquei mais de um
ano, onde eu participei das grandes atividades durante as campanhas, do que eu
vi na APN [Aliança Patriótica Nacional], o tal partido está a trabalhar com boa
vontade.
DW África: Acha que a
participação da oposição hoje em dia é mínima?
TN: Sim, é mínima mesmo.
Devemos juntar os nossos esforços a fim de conseguir conduzir uma Angola livre.
Thiago Melo | Deutsche Welle
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