Já morreram 48 palestinianos
desde 30 de março, quando começaram os protestos da Grande Marcha do Retorno
É mais uma sexta-feira violenta
em Gaza. Segundo o Ministério de Saúde palestiniano, pelo menos 42
palestinianos ficaram feridos depois de os soldados israelitas, que defendem a
fronteira, terem disparado balas verdadeiras contra a população que se manifestava
do outro lado do fosso que separa Gaza de Israel.
Pelo menos 42 palestinianos foram
esta sexta-feira feridos por balas reais disparadas pelas forças israelitas
- quando tentavam aproximar-se da vala de separação em Gaza durante a sexta
semana de protestos da Grande Marcha do Regresso mas o total de feridos está
perto dos 350.
"Durante o dia, cerca de
7.000 palestinianos participaram nos protestos em cinco localidades ao longo da
Faixa de Gaza", comunicou por sua vez o exército israelita. O comunicado
diz que os manifestantes "são violentos, queimaram pneus, lançaram pedras
em direção à vala de segurança [que separa Gaza e território israelita] e aos
soldados, e projéteis com objetos a arder com a intenção de provocar fogos em
território israelita". Dos 350 feridos desta sexta-feira, 42 foram
atingidos por balas reais, 20 por balas de borracha e os restantes por inalação
de gás, quedas e outras causas", precisou o Ministério da Saúde
palestiniano. Durante os protestos de hoje, fontes palestinianas informaram que
dois drones israelitas com câmaras foram derrubados por pedras lançadas pelos
manifestantes. O exército judaico confirmou a queda dos seus aparelhos que
estavam "em missão de documentação".
Desde o início dos protestos, em
30 de março, 48 palestinianos já foram mortos por balas reais, a maioria em
manifestações e outros incidentes violentos ou quando tentavam cruzar a
fronteira, e mais de 7.000 ficaram feridos, segundo as autoridades médicas de
Gaza.
Antes do início dos protestos de hoje, o exército israelita advertiu os palestinianos para não enviarem projéteis com bombas incendiárias em direção a Israel, como sucedeu nas últimas semanas, mas alguns participantes anunciaram que lançariam 300 destes artefactos em direção a Israel para queimar campos de cultivo.
Mahmud al Zahar, um responsável
do Hamas, advertiu esta sexta-feira Israel que caso continuem a disparar contra
manifestantes na fronteira "o mundo inteiro vai surpreender-se com a nossa
resposta". As sextas-feiras são o dia em que milhares de palestinianos
participam nestas manifestações de protesto que se vão prolongar por diversas
semanas. A maioria fica a algumas centenas de metros da barreira de segurança
fortemente guardada pelo exército israelita, mas alguns aproximam-se da cerca e
tentam lançar projéteis contra os soldados, arriscando a vida.
Antes do início da vaga de protestos semanais, o exército israelita disse que usaria fogo real contra quem tentasse danificar a vala de segurança e entrar em Israel. O uso de balas letais contra manifestantes foi criticado dentro e fora de Israel, e organizações de direitos humanos pediram ao Supremo tribunal israelita para cancelar as regras de combate que permitem aos soldados disparar contra manifestantes, por não serem uma ameaça imediata nem concreta. O Governo israelita considera, pelo contrário, que estes protestos se incluem na categoria de "estado de guerra", e que as leis de direitos humanos se aplicam às normas de combate.
Lusa | em Expresso | Foto:
Anadolu Agency/Getty
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