O socialista Pedro Sánchez
prestou este sábado, no Palácio Real da Zarzuela, juramento como
primeiro-ministro do Governo espanhol perante o rei, Felipe VI, tornando-se o
sétimo chefe do executivo da democracia espanhola, depois do sucesso de uma
moção de censura.
Sem bíblia nem crucifixo, pela
primeira vez um líder de um governo espanhol tomou posse sem os símbolos
católicos, jurando somente seguir a Constituição, algo que só é possível a
partir de 2014, ano em que os elementos católicos na cerimónia de tomada de
posse deixaram de ser obrigatórios.
"Prometo por minha
consciência e honra cumprir fielmente as obrigações do cargo de presidente do
governo com lealdade ao rei e fazer respeitar a Constituição como norma
fundamental do Estado", afirmou.
O líder o Partido Socialista
Operário Espanhol (PSOE) tem agora de apresentar a composição do seu executivo
e quando os nomes forem publicados no jornal oficial, o que deverá acontecer
nos próximos dias.
Pedro Sánchez, um economista de
46 anos, é o primeiro chefe de Governo que chega ao poder depois ter ganho uma
moção de censura, que neste caso afastou o líder do Partido Popular (PP,
direita), Mariano Rajoy.
O Congresso dos Deputados
(parlamento) aprovou na sexta-feira por 180 votos a favor e 169 contra a moção
de censura que afastou o Governo de direita liderado por Rajoy e, ao mesmo
tempo, investiu o novo primeiro-ministro e líder do PSOE.
Apesar de apenas ter 84 dos 350
deputados do parlamento espanhol, os socialistas conseguiram reunir o apoio de
um total de 180 votos, que incluem os representantes do Unidos Podemos
(Extrema-esquerda, 67), a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, separatistas,
nove), o Partido Democrático e Europeu da Catalunha (PDeCAT, separatistas,
oito), o Partido Nacionalista Basco (PNV, cinco),o Compromís (nacionalistas
valencianos, quatro), o EH Bildu (separatista basco, dois), e a Nueva Canarias
(nacionalista, um).
Pedro Sánchez vai formar um
Governo minoritário com ministros socialistas e independentes e o apoio
parlamentar das restantes sete forças políticos, com muitos observadores a
terem dúvidas sobre a estabilidade do novo executivo.
A atual legislatura iniciou-se
com as eleições de 26 de junho de 2016 e terminará quatro anos depois, em 2018.
Lusa | Foto: Pierre Philippe Marcou/AFP
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