PS, zelador dos grandes empresários,
não diz mas pensa: “os trabalhadores que se lixem. Contentem-se com migalhas!”
Se é verdade que até há alguns tempos o governo
PS era da “geringonça”, com apoio de incidência parlamentar de partidos de
esquerda, passou a ser da “traquitana” para agradar aos partidos de direita e ao
grande patronato. Grosso modo é o que refere Jerónimo de Sousa pelo que nos é noticiado.
Já há alguns meses que vem sendo cada vez mais flagrante o rumo do governo de
Costa às políticas do Bloco Central que ele, mentindo, tem vindo a dizer disso
não ser apologista. Pois, bem, o que será então este sistemático encosto às políticas
de direita? E porque tanto vem mentindo e ludibriando os portugueses? Porque
insiste em prosseguir as políticas de direita preconizadas pelo CDS e pelo PSD?
Porque se encosta o Costa à direita e às conveniências e interesses dos grandes
empresários? Na consertação social (não só) é o que vem estando à vista, tudo em grande
para uns quantos e migalhas para os milhões que trabalham e produzem. Porque há
dinheiro para bancos e banqueiros mas não há para os trabalhadores? Ou dirá
Costa que veio aumentando as pensões, assim como o salário mínimo? Mas isso são migalhas, homem d'um raio! Não será nunca assim que a vergonhosa disparidade
entre ricos e pobres encurtará até tomar proporções minimamente decentes, mais
justas. Em que os portugueses, apesar de trabalharem no duro, não vêem ao fim do mês
um vencimento que lhes permita viver com dignidade, sem estarem tão próximos da
miséria. Ou mesmo em permanente e desesperante miséria!
A continuar assim, iludindo,
mentindo aos portugueses, vai igualar ou até suplantar o grande aldrabão, o
vigarista, Passos Coelho. Da “geringonça” à “traquitana” vai uma grande
diferença, tanta quanto da miséria à opulência. Costa e o PS estão a dar os
passos na estrada em que sempre estiveram, na estrada dos ricos, dos que até nem
se sabe como enriquecem de um momento para o outro. Ou sabe-se, mas a justiça não
quer saber, nem mesmo quando faz de conta que investiga e os “cerca” – o que
regra geral dá em nada.
A seguir, Jerónimo de Sousa, a
dizer o que importa escutar e meditar, prosa no Notícias ao Minuto. Podemos
estar em crer que quanto mais se aproximarem as eleições mais à direita estará
o PS, os “socialistas” do capital, dos grandes patrões, dos grandes interesses
de corporações empresariais que acabam por “absorver” tantos do PS, do PSD e
do CDS. Sabemos porquê…
(MM | PG)
"Será mais vantajoso pagar a
taxa do que pagar um salário digno"
Nas jornadas parlamentares do seu
partido, Jerónimo de Sousa criticou o Governo e "os protagonistas do
costume" pelas medidas apresentadas à concertação social.
Jerónimo de Sousa discursou nas
jornadas parlamentares do PCP atacando Governo e os “protagonistas do costume”
devido ao pacote de medidas que Costa apresentou à concertação social, que no
entender do comunista, não servem para mais do que dar “uma ilusão de mudança”.
“O PS e o seu Governo não seguem
o seu caminho, quando juntos com o PSD e CDS, agem para manter intocáveis para
manter os interesses do grande capital nesta e noutras matérias. E do recente
acordo de concertação com os protagonistas do costume e o explícito apoio do
PSD confirmam-no”, começou por explicar, afirmando que não acredita no que se
faz crer que foi o grande patronato a ir de encontro ao Governo e não
o Governo “ao encontro das proteções das confederações do grande capital”.
Para Jerónimo de Sousa, o
conteúdo do acordo mostra que foi o Governo a ceder a tais interesses. “Num
passo de mágica dá-se a ideia de que tudo vai mudar, mas por baixo do manto de
fantasia o que é essencial está lá e lá continua. Não mudou e o que se
acrescentou para dar a ilusão de mudança é para ficar pior, como é o caso do
alargamento do período experimental para 180 dias ou de criação de um novo
banco de horas grupal reformulado”, denunciou o líder do PCP.
Esta concertação do Governo com o
patronato tem, para Jerónimo de Sousa, o intuito de “manter a caducidade” de
contratação coletiva e recusa a “introdução de um tratamento mais favorável ao
trabalhador, continuando a anular “direitos laborais nucleares”.
No seu discurso, o líder
comunista garantiu que o grande patronato não abre mão da precarização do
trabalho com o propósito de pressionar as organizações de trabalhadores a
aceitarem piores condições de trabalho e menos direitos em futuras convenções
de trabalho.
“Acena-se com a redução do tempo
de duração dos contratos a prazo, mas levantando o resplandecente véu da
ilusão. Lá está a intenção de duplicar o período experimental para seis meses.
Seis meses de experiência, em experiência e numa posição de maior fragilidade é
o que com maior probabilidade os jovens à procura do primeiro emprego podem
esperar”, disse, continuando: “Apresenta-se como grande medida a criação da
taxa penalizadora para empresas que passem certo nível de precariedade dito
aceitável. Mas paga a taxa, essa espécie de licença ou de bula, a exploração do
trabalho precário segue o seu caminho, agora legalizado, porque será mais
vantajoso pagar a taxa do que pagar um salário digno e assegurar trabalho,
reconhecendo direitos”.
O que Jerónimo não vê neste
acordo são medidas que garantam “o justo princípio” de que um posto de trabalho
permanente corresponde a um contrato de trabalho efetivo. Já em relação à
desregulação dos horários, o político fez sobressair que “se fecham as portas
de um lado e escancaram-se de outro, mantendo as chamadas adaptabilidades e o
banco de horas, agora numa nova versão, que permite prolongar o horário por
mais duas horas por dia, podendo atingir as 50 horas semanais, criando
crescentes dificuldades à compatibilização da vida profissional com a vida
pessoal e familiar”, concluiu, apelando à união e luta dos trabalhadores que
culminará na manifestação nacional em Lisboa convocada pela CGTP, no próximo
dia de 9 de junho.
Tiago Miguel Simões | Notícias ao
Minuto | Imagem de Henricartoon
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