Médico e nacionalista africano,
em Janeiro de 1960, em Tunes, foi um dos seis Membros do Primeiro Comité
Director do MPLA, onde também se incluem Eduardo Macedo dos Santos, Lúcio Lara,
Mário de Andrade, Matias Miguéis e Viriato da Cruz.
Hugo José Azancot de Menezes,
logo após se ter licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa, viajou
para Londres, tornou-se amigo de Dennis Phombea (braço direito de Julius
Nyerere), conheceu Sékou Touré, estabeleceu-se na Guiné Conacri em 5 de Agosto
de 1959, e apoiou a entrada de Amílcar Cabral, Lúcio Lara e Mário Pinto de
Andrade na Guiné.
Apesar de ter sido determinante
na fundação do MPLA e de outros movimentos nacionalistas africanos devido à sua
excelente relação que tinha com Diallo Saifoulaye, Secretário Político do
Partido Democrático da Guiné (PDG) e com outros dirigentes de países africanos,
nomeadamente do Gana e do Congo-Brazaville, Hugo Azancot de Menezes foi
injustamente esquecido e ignorado de forma premeditada.
Biografia oficial
Será lançada a biografia oficial
de Hugo Azancot de Menezes, “PERCURSOS DA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL – VIAGEM
AO INTERIOR DO MPLA, MEMÓRIAS PESSOAIS” (Ed. Nova Vega), um importante
documento que vem contribuir para a compreensão da luta de libertação do povo angolano,
com ênfase na génese e evolução do MPLA.
O livro será lançado no dia 6
de Dezembro de 2018, 5ª Feira, às 18H:00 no Espaço ELA (Rua Rainha Ginga,
nº 87, 4º andar, Luanda), com apresentação do Jornalista Ismael Mateus.
A obra que assume-se como uma
viagem pela história da resistência angolana e pelo interior do MPLA, tem
organização, fixação e revisão do texto, preâmbulo, notas e comentários do
historiador angolano Carlos Pacheco, que, no preâmbulo, escreve:
"Azancot entendia ser necessário, pelos caminhos da memória, responder com a verdade da sua experiência militante, sem concessões, por ser o melhor contributo a prestar às futuras consciências colectivas, ajudando-as a defender-se de novas utopias fundamentalistas e de novos fanatismos.” - Carlos Pacheco
Sobre o livro
Com organização, preâmbulo e
notas do historiador Carlos Pacheco, este livro reúne um conjunto de textos
escritos por Hugo Azancot de Menezes que ilustram o que foi a luta de
libertação angolana contra o jugo colonial.
Este seu testemunho abrange
momentos da história tão marcantes como o da organização do Movimento de
Libertação dos Territórios Africanos sob Domínio Português (MLTADP),
constituídos por refugiados políticos da Guiné-Bissau e de cujo Bureau
Directivo fez parte, em particular a fundação do MPLA, na Tunísia e Conakry, em
que participou decisivamente, sendo um dos seis Membros do Primeiro Comité
Director do MPLA.
Já nos anos 70, o livro aborda o
período conturbado da génese da Revolta Activa e depois, após o período a
seguir à independência, com todas as contradições inerentes ao novo país.
São muitas as histórias, algumas
inéditas, muitas delas documentadas, jamais narradas por outros intervenientes
que surpreendem e chocam neste livro.
Hugo Azancot de Menezes, depois
da independência nacional de Angola, requereu a nacionalidade angolana e foi
director do Hospital Central de Luanda. Faleceu no dia 1 de Maio de 2000, às
sete horas da manhã, no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Portugal), após
doença prolongada.
Jornal Tornado
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