Pequim, 22 jul 2019 (Lusa) - O
exército chinês anunciou hoje que realizou exercícios antiterrorismo na
província de Guangdong, que faz fronteira com Hong Kong, um dia após
manifestantes terem atacado o edifício do Gabinete de Ligação do Governo
central na região semiautónoma.
A 74.ª Brigada do Exército de
Libertação Popular não refere no comunicado os protestos em Hong Kong, mas o
analista militar e oficial aposentado Yue Gang disse que os exercícios mostram
que as tropas estão prontas para intervir no território.
Os manifestantes grafitaram e
lançaram ovos contra a fachada do edifício do Gabinete de Ligação, no domingo,
quando quase meio milhão de pessoas desfilou nas ruas de Hong Kong contra as
emendas na lei da extradição e a exigir um inquérito independente sobre a
atuação da polícia em manifestações anteriores.
O ataque danificou o emblema
nacional da China, que está pendurado na frente do prédio, ao manchá-lo com
tinta preta. O emblema foi substituído por um novo em poucas horas.
O Global Times, jornal oficial do
Partido Comunista Chinês, informou que o exercício, realizado na cidade de
Zhanjiang, simulou uma resposta para uma onda de violência ou terrorismo.
A contestação nas ruas, que dura
há sete semanas, foi iniciada contra um projeto de lei que permitiria
extradição para o continente chinês.
A proposta foi, entretanto,
suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e são agora contra o que os
manifestantes afirmam ser uma "erosão das liberdades" na antiga
colónia britânica que é atualmente uma região administrativa especial da China.
JPI // FPA
Sem comentários:
Enviar um comentário