segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Portugal / Eleições | RENOVAR A "GERINGONÇA", SE FOR POSSÍVEL...


PS. Costa quer renovar a ‘geringonça’. “Se for possível, excelente; se não, havemos de encontrar caminho”

Líder socialista anuncia conversações com PCP e BE para repetir acordos à esquerda, e inclui PAN e Livre nos contactos. Prefere nova 'geringonça', mas também admite acordos pontuais que garantam quatro anos de legislatura

Foi o resultado que o PS esperava, cumprindo quase todos os items do melhor cenário possível. A maioria absoluta - que chegou a ser admitida no intervalo da projeção Expresso/SIC - nunca foi tida como uma hipótese real, e cedo os socialistas ajustaram as suas expectativas: as contas davam entre 106 e 111 deputados (excluindo os da emigração, que só serão apurados para a semana). Esse resultado encaixava naquilo que António Costa esperava: o PS tem mais deputados do que a direita toda junta, o que significa que apenas precisa de abstenções à esquerda para fazer passar leis, e nos caso em que precise de garantir maiorias absolutas, não fica dependente de um único parceiro potencial; pode antes virar-se para dois: BE e PCP. Mais: o BE não reforçou o seu peso relativo. Para ser (quase) perfeito para o PS, era o PCP não cair tanto e o PAN poder também fazer maiorias.

Mas na hora de cantar vitória, Costa, sem maioria absoluta, fez questão de fazer exatamente o que havia dito que faria: desafiou PCP e BE para que repitam a solução de maioria dos últimos quatro anos. E anunciou que o PS falará com mais dois partidos com vista a entendimentos à esquerda - o PAN e o Livre. É essa, diz Costa, a mensagem que os eleitores quiseram deixar neste domingo: reforçar o peso do PS, mas mantendo a força dos seus parceiros, o que sinaliza, na leitura de Costa, a necessidade de repetir a' geringonça'.

A vitória socialista, como o líder do partido a apresentou, vale em toda a linha. “O PS ganhou as eleições e reforçou claramente a sua posição política em Portugal” - “aumentou e ganhou em votos, aumentou e ganhou em mandatos, é o único partido político que elege deputados em todos os círculos eleitorais do território nacional (e espero que também nos dois círculos eleitorais que faltam apurar [da emigração]), e ganhou em 15 dos 20 círculos”. Conclusão de Costa: “Somos não só um grande partido popular, como somos um grande partido nacional”.

À volta do PS, António Costa identificou duas tendências: o afundamento da direita, e a persistência da esquerda. “O PSD e o CDS, mesmo com o reforço da Iniciativa Liberal e do Chega!, tiveram a maior derrota histórica da direita em Portugal”, declarou.

Portugal | PS VENCEU AS ELEIÇÕES... SEM MAIORIA - os resultados globais

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