A comissão de planeamento da
chamada Administração Civil (órgão das Forças Armadas de Israel para a
administração dos territórios palestinianos ocupados) aprovou ontem a
construção destas novas unidades habitacionais, na sequência de uma proposta
apresentada pelo ministro da Defesa, Naftali Bennett, revela a PressTV.
Em declarações à imprensa
israelita, o responsável pela pasta da Defesa – uma conhecida figura da
extrema-direita sionista – afirmou que «não irá dar um centímetro de terra» aos
palestinianos, acrescentando que o governo de que faz parte «autorizou [a
construção de] muitas unidades nos colonatos e continuará a fazer o mesmo no
futuro».
Entre as 1800 casas aprovadas
contam-se 620 referentes ao colonato de Eli, na região central da Margem
Ocidental ocupada. A construção neste colonato esteve suspensa durante décadas,
uma vez que o Supremo Tribunal israelita deu provimento às queixas formuladas
pelos palestinianos. Contudo, na semana passada o tribunal pôs-se do lado dos
colonos, permitindo às autoridades israelitas avançar com o desenvolvimento do
colonato.
Esta aprovação segue-se ao
anúncio feito pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de promoção
de uma plano de construção de 3500 casas no chamado «Corredor E1», criado por
Israel no âmbito dos seus planos expansionistas e que visa ligar de forma
contínua, com área construída, o grande colonato de Maale Adumim a uma
Jerusalém Oriental anexada. Entretanto, devido à ampla condenação
internacional, o governo de Telavive tinha parado com a construção nesta área.
Na semana passada, num vídeo
publicado quinta-feira pelo seu gabinete de imprensa, Netanyahu disse que tinha
«grandes notícias» para dar – a aprovação da construção de 5200 casas nos
colonatos ilegais de Har Homa e Givat Hamatos, a sul de Jerusalém.
Aceleração do expansionismo com o
apoio de Trump
A este propósito, a organização israelita
Peace Now, que se opõe aos colonatos e se dedica à monitorização das
actividades com eles relacionadas na Margem Ocidental ocupada, afirmou que o
projecto de Givat Hamatos constitui «um duro golpe para a solução de dois
estados», uma vez que iria quebrar «a continuidade territorial entre Belém e
Jerusalém Oriental».
Por seu lado, Abu Rudeineh,
representante da Presidência palestiniana, declarou que a insistência de
Netanyahu em construir milhares de novas casas de colonos nos territórios do
Estado palestiniano se inscreve na «destruição sistemática da solução de dois
estados».
Abu Rudeineh afirmou ainda que as
tentativas de Netanyahu de ganhar votos aos partidos de extrema-direita, nas
eleições marcadas para 2 de Março, «à custa dos direitos dos palestinianos» não
levarão à paz e à estabilidade, segundo informaram o MPPM e a HispanTV.
O expansionismo israelita, em que
se inclui a construção de casas nos colonatos ilegais, intensificou-se nos
últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio do seu grande aliado, o
presidente norte-americano, Donald Trump, que reconheceu Jerusalém como capital
de Israel, para ali mudou a embaixada dos EUA e deixou de classificar como
«ilegais» os colonatos israelitas.
Todos os colonatos israelitas –
onde vivem cerca de 600 mil colonos – são ilegais à luz do direito
internacional.
Imagem: Israel acelerou a política expansionista nos territórios ocupados da Palestina Créditos/
jimbakkershow.com
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