Nas últimas 24 horas, foram
confirmados mais 783 casos de infeção pelo novo coronavírus (um aumento de 9,4%
face ao dia anterior) e mais 22 mortes, segundo a Direção-Geral da Saúde.
Esta quinta-feira faz um mês que foram confirmados os primeiros dois casos
de covid-19, em Portugal. E o país tem agora 9034 casos de infeção (um
crescimento de 9,4% em relação a ontem), regista 209 mortes e 68 recuperados,
mostra o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), de hoje (2 de
abril).
Entre os infetados com o novo
coronavírus, há 1042 hospitalizados e destes 240 (mais dez do que ontem) estão
em unidades de cuidados intensivos. O boletim da DGS indica também que 4958
pessoas aguardam resultados das análises laboratoriais e mais de 20 mil estão em
vigilância pelas autoridades de saúde.
Na última semana, a curva de
novos casos e de novas mortes abrandou por uns dias (sábado, domingo e
segunda), para voltar a aumentar esta terça, quarta e quinta-feira. Sendo que o
dia de hoje demonstra uma diminuição da taxa de crescimento dos novos casos em
relação aos dois anteriores. Hoje esta taxa é de 9,4%, quando ontem foi de
10,9%. Também as mortes sofreram uma redução de 27 óbitos para 22 hoje.
Esta redução "pode ser real
ou pode ter que ver com a dificuldade na realização dos testes ou até com a
forma como os dados estavam a ser contabilizados", explicou, ao DN, Ricardo Mexia, o presidente da
Associação de Médicos de Saúde Pública, que refere ainda ser cedo para análises
de maior dimensão à curva epidemiológica portuguesa. Há ainda a ter em
consideração o fator meteorológico, como aponta o infeciologista Jaime Nina,
uma vez que nos últimos dois dias o tempo tem estado mais encoberto, chuvoso
e "o vírus sobrevive melhor ao ambiente mais húmido".
Estado de emergência prorrogado
por mais 15 dias
O Parlamento aprovou, esta manhã, a prorrogação do estado de emergência
até 17 de abril, com os votos a favor do PS, PSD, Bloco de Esquerda e CDS. PCP,
PEV, Chega e Joacine Katar Moreira abstiveram-se. A Iniciativa Liberal votou
contra.
Momentos antes, o
primeiro-ministro dirigia-se aos deputados para dizer que "é absolutamente
imprescindível renovar" este estado. "Vamos viver períodos de risco
muito acrescido como o da Páscoa. Ainda é muito cedo para poder antever a luz
ao fundo do túnel. Seria uma mensagem errada não renovar o estado de
emergência", defendeu António Costa.
Sobre o terceiro período do ano
letivo, o primeiro-ministro lembrou que será tomada uma decisão na próxima
semana. Aos especialistas com que tem reunido semanalmente, Costa pediu que se
pronunciem agora especificamente "sobre o risco de abertura nas escolas,
seja na data normal, seja noutra fase, seja para todos os anos, seja
faseadamente". No dia seguinte, a 8 de abril, o líder do executivo vai
ouvir os partidos sobre a reabertura dos estabelecimentos escolares.
"Máximo de contenção, mínimo de perturbação" é a máxima que deve
continuar a presidir às decisões, diz o primeiro-ministro.
Covid-19 no mundo. Mais de 950 mil infetados
Os Estados Unidos da América
(EUA) são, neste momento, o país do mundo com o maior número de casos
confirmados de infeção pelo novo coronavírus, 215 357, de acordo com
os dados oficiais, disponíveis às 12:00. Seguem-se Itália (110 574),
Espanha (110 238) e a China (81 589), onde o surto surgiu no final do ano
passado. Portugal ocupa o 16.º lugar da tabela mundial.
Quanto ao número de mortes,
Itália é o país que mais óbitos declarou até agora (13 155). Depois Espanha (10
003) e os EUA (5 113).
Há 950 652 casos de covid-19 no
mundo inteiro, 48 290 mortes e 202 631 recuperados.
Recomendações da DGS
Para que seja possível conter ao
máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar
os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que
demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos
(pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e
tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as
mãos). E acima de tudo: fique em casa.
Em caso de apresentar sintomas
coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as
autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar
para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).
Rita Rato Nunes | Diário
de Notícias | Imagem: Manuel Pereira da Silva /
Lusa
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