terça-feira, 16 de março de 2021

Vinte e um países põem AstraZeneca “em pausa”

 

O que está em causa? E o que deve fazer quem já foi vacinado?

Portugal e outros 20 países suspenderam nos últimos dias a utilização da vacina da Universidade de Oxford e da AstraZeneca por terem sido relatados cerca de 30 casos de reacções adversas. O PÚBLICO reuniu algumas perguntas (e respostas) sobre o que está em causa.

A lista de países que suspenderam a administração da vacina da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford por causa de reacções graves (mas raras) continua a crescer. Até esta terça-feira, um total de 21 países tinha suspendido, por tempo indeterminado ou durante algumas semanas, a administração da injecção.

A Áustria, por exemplo, suspendeu apenas a inoculação com um lote específico das vacinas. E a Venezuela, que ainda não tinha começado a inocular a população, proibiu totalmente a administração. O PÚBLICO reuniu algumas perguntas (e respostas) sobre o que está em causa.

Quem suspendeu ou não avançou com a administração desta vacina?

Até agora, Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Roménia, Estónia, Países Baixos, Islândia, Lituânia, Letónia, Bulgária, Luxemburgo, Chipre, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Indonésia e Venezuela já tomaram medidas de precaução.

O que está em causa?

A decisão de vários países surge depois de serem conhecidos alguns casos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de algumas pessoas inoculadas com esta vacina. Logo a 7 de Março, a Áustria suspendeu o uso da vacina depois de uma pessoa ter morrido e de outra ter ficado gravemente doente. Esse lote específico de vacinas foi enviado para 17 países da União Europeia (lista em que Portugal não se inclui). Dias depois, um dos três profissionais de saúde hospitalizados na Noruega depois de receber a injecção da AstraZeneca morreu.

Quantos casos de reacções foram detectados?

Segundo a Reuters, até 10 de Março, foram relatados 30 casos de eventos tromboembólicos (quando um coágulo sanguíneo bloqueia uma veia​). O presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, confirmou que Portugal registou dois casos de tromboembolismo, mas garante que estas situações são “de perfil clínico diferente” e que estão em recuperação.

O derrube de Evo Morales e a primeira guerra do lítio

Enquanto vocês o observavam a fazer de palhaço, Boris Johnson tratava de supervisionar o derrube do Presidente Morales na Bolívia, ocupar a ilha de Socotorá ao largo do Iémene, e a organizar a vitória da Turquia sobre a Arménia. Aliás, vocês nem sequer ouviram falar disto.

Thierry Meyssan*

O mundo estava habituado às guerras do petróleo desde o fim do século XIX. Eis que agora começam as do lítio ; um mineral essencial aos telefones portáteis, mas principalmente para as viaturas eléctricas. Documentos do Foreign Office, obtidos por um historiador e um jornalista britânicos, atestam que o Reino Unido organizou, com todos os detalhes, o derrube do Presidente boliviano Evo Morales a fim de roubar as reservas de lítio do país.

ecordem o derrube do Presidente boliviano Evo Morales, nos fins de 2019. À época, a imprensa dominante clamava que ele havia transformado o seu país numa ditadura e que acabava de ser expulso pelo seu povo. A Organização dos Estados Americanos (OEA) publicava um relatório para certificar que as eleições tinham sido truncadas e que se assistia ao restabelecimento da democracia.

Entretanto o Presidente Morales, que temendo acabar como o Presidente chileno Salvador Allende se refugiara no México, denunciava um Golpe de Estado organizado para apanhar as reservas de lítio do país. Mas não conseguindo identificar os mandantes, nada mais provocou do que sarcasmos no Ocidente. Apenas nós revelamos que a operação havia sido posta em prática por uma comunidade de católicos croatas ustashas presente no país, em Santa Cruz, desde o fim da Segunda Guerra Mundial; uma rede stay-behind da OTAN [1].

Um ano mais tarde, o partido do Presidente Morales ganhou com larga maioria as novas eleições [2]. Não houve contestação e este pode triunfalmente regressar ao seu país [3]. A sua pretensa ditadura jamais tivera lugar, enquanto a de Jeanine Áñez acabava de ser derrubada pelas urnas.

Astrazeneca, experimentação humana?

SUSPENSÃO DA VACINA

Depois de 17 países europeus terem suspendido a aplicação da vacina da Astrazeneca, no dia 15/Março o governo português também fez o mesmo.

Acerca das vacinas convém ler a carta que eminentes médicos europeus enviaram à European Medicines Agency (EMA), com perguntas ainda não respondidas.

A carta conclui assim:

"Se tal evidência não estiver disponível, pedimos que a aprovação do uso das vacinas baseadas em genes seja retirada até que as questões acima sejam tratadas adequadamente pelo exercício da devida diligência por parte da EMA.

"Há sérias preocupações, incluindo mas não limitadas àquelas acima, de que a aprovação de vacinas do COVID-19 pela EMA foi prematura e imprudente, e ainda que a administração das vacinas constituiu e ainda constitua 'experimentação humana', a qual estava e ainda está em violação do Código de Nurembergue.

"Em vista da urgência da situação, requeremos a vossa resposta a este email dentro de sete dias a tratar de todas as nossas preocupações substantivamente. Caso não cumpram este pedido razoável, tornaremos pública esta carta".

Resistir.info

Portugal soma mais 13 mortes e 384 novos casos de Covid-19

A Direção-Geral da Saúde partilhou o novo balanço epidemiológico de evolução da Covid-19 em Portugal.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 13  mortes e 384 casos de Covid-19, indica o boletim da Direção-Geral da Saúde divulgado esta terça-feira. 

O país contabilizou ainda, como indica o relatório, mais 384 infeções por SARS-CoV-2, o que faz o total de casos diagnosticados desde o início da pandemia ascender aos 814.897. Comparativamente a ontem, há uma variação de  0,05% no número de casos. 

Nas últimas 24 horas, foram reportados mais 1.173 recuperados de Covid-19. Até à data, sublinhe-se, já recuperaram da doença 762.961 pessoas. 

Esta terça-feira, há 35.229 casos ativos do coronavírus em Portugal (menos 802 do que ontem).

A pressão nos hospitais continua a abrandar à medida que o número de pessoas internadas vai reduzindo. Hoje há 955 internados em enfermaria (menos 41 do que na segunda-feira) e 213 em unidades de cuidados intensivos (menos 18). 

Notícias ao Minuto

Portugal | Artes Visuais ainda confinadas

Apoio a artistas. Moira Forjaz na Fundação Eugénio de Almeida (Évora), Alfredo Cunha no Museu Quinta de Santiago (Leça da Palmeira), Projeto em Montemor e Bienal de Pintura de Pequeno Formato na Moita.

Francisco Palma | AbrilAbril | opinião

Na noite de apresentação do Plano de Desconfinamento até à Páscoa, ficamos a saber que as artes visuais vão continuar mais três semanas encerradas, mantendo-se, assim, oportuno continuarmos a informar os projetos ou instituições que apresentam alguma programação em online, aguardando que alguns destes eventos possam ter em breve novas datas de reagendamento.

Foi ainda anunciado o prolongamento por três meses (março, abril e maio) do apoio único de 438,81 euros disponível para artistas e profissionais do setor da Cultura, desde fevereiro. Convém lembrar, acerca destes apoios, que a Associação de Artistas Visuais em Portugal, em comunicado de imprensa de 17 de fevereiro, veio a reclamar «o facto de uma parte significativa dos artistas visuais em Portugal, não poder, na realidade, vir a requerê-los» e que os mesmos apoiam, na verdade, uma minoria destes profissionais.

«Ilhéus» é uma exposição de fotografia de Moira Forjaz1 no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, programada estar aberta até 28 de março, que exibe uma série de retratos fotográficos de habitantes da Ilha de Moçambique, cidade geminada com Évora desde 1997.

«(…) Os anos 60 foram anos de luta. Luta contra o colonialismo. Foram anos de engajamento total e grandes (e)utopias. E os primeiros encontros em Joanesburgo marcaram para sempre a vida de Moira. Hillary Hamburger, Joe Slovo, Ruth First, e David Goldblatt, o fotógrafo conhecido pelas fotos durante o apartheid.

As detenções e o subsequente julgamento da liderança do ANC mudaram a história da África do Sul, tendo repercussões na história de Moira.

Foi sobretudo em Moçambique – onde encontrou o seu futuro marido, o arquiteto José Forjaz – que Moira desenvolveu a sua habilidade, tornando-se uma das fotógrafas oficiais do Presidente Samora Machel.

O engajamento político e social passou pela fotografia e pelo cinema, registando gentes, lutas, música, resgatando a vida com a sua miséria e a sua nobreza (…)»2.

Andamos a apanhar bonés e balões?

Curto hoje, por Raquel Moleiro, do Expresso. Tem balões e tudo. Não são de soro mas sim dos de andarem de mão em mão de crianças que retomaram as aulas presenciais nas escolas. O covid-19 é transmissível via balões? Claro que sim. Mas para as crianças está tudo bem. O que importa é andarem na escola, mesmo que corram riscos do contágio. Parece que as estatísticas são benéficas nos números de crianças que morreram por covid-19. Ainda bem. 

Não se sabe é quantos avós, de algumas dessas crianças, já foram ou vão ser contagiados pelos netos(as). Já aconteceu? Há-de ter acontecido. Consta nas estatísticas? Que saibamos, não. De preferência o melhor é os avós fugirem dos netos ou os netos estarem proibidos de visitarem os avós. É a solução. Mas para os netos que vivem com os avós, e há muitos desses, já não há solução. Ou haverá? Bem, paciência. Mais velhos menos velhos – e outros fragilizados - que “batam a bota” não interessa nada. Afinal até dá jeito ao SNS e ao Centro Nacional de Pensões em muitos casos ocorridos (milhares) e a ocorrer. A poupança dá jeito. Além disso não andam sempre a importunar os médicos do SNS nos Centros de Saúde e a pedirem ciclicamente receitas de medicamentos comparticipados. Está à vista que os que dizem por essa otica que “o covid-19 dá jeito” corresponde há realidade. E até, sendo verdade, que esta terrível maleita virai faz parte de políticas de controle e gestão do número de cidadãos do mundo, compreende-se que os confinamentos-desconfinamentos andem aos soluços… Credo, a populaça é mesmo muito má-língua e avança com teorias da conspiração por tudo e por nada… Pois.

Que não existem discos voadores com ETs, que no Iraque havia armas de destruição massiva e Bush falou verdade, que Durão Barroso ao alinhar com Bush no castigo a Sadam (enforcamento), invasão do país e implantação da guerra naquele país foi em defesa da democracia (alinhou e agora os “tachos” chovem-lhe em cima), que o BES era um banco seguro, como disse Cavaco Silva… Isso tudo e é só recordações pela “rama”… E agora: covid-19 igual a China, que era só um “resfriado”, uma “constipaçãozinha”… Etc., etc..

Certo é que a desorganização acerca do covid-19 está muito bem organizada… E os contágios sobem, descem, sobem… Já morreram milhões por todo o mundo e em Portugal (talvez porque os números eram “insignificantes”) lá houve uma aberta e já se caminha para duas dezenas de milhares de óbitos. Entendemos ou andamos a apanhar bonés?

Pronto. Está bem. Seja o que os deuses quiserem. Desculpem qualquer coisinha. Foi sem querer.

Afinal a função e o espírito desta entrada para apresentar o Curto, do Expresso descambou e alongou-se exageradamente. Dirão alguns e algumas que aqui virão: “não há pachorra”. Pois não. Deparar com conjeturas “irracionais e conspiratórias” daqueles que já viveram longas dezenas de anos e viram quanto dirigentes políticos já fizeram merda contra a humanidade - apoiados tantas vezes em militares, cientistas, doutores da mula ruça e outros jagunços de más índoles – não conta nada... Desculpem qualquer coisinha.

Adiante que se faz tarde e “a política é uma porca”. E isso lembra febras, porque está quase na hora do almoço (para os que almoçam).

Adiante.

Bom dia e bom Curto, que vale sempre a pena quando a alma não é pequena. Leiam, pensem. Não dói nada. Exibir transparência aos poderes instituídos também não. Democracia sem justiça nem transparência não é democracia. Todos sabemos isso mesmo. Andamos é a fazer de conta que vivemos em democracia de facto. E não. Infelizmente, não. Andamos a apanhar bonés e balões. Ou não?

A seguir: o Curto de Expresso. Bom. Vale… pensar.

MM | PG

UE | A batalha pela vacina

Afonso Camões* | Diário de Notícias | opinião

É um erro de lesa-União se os parceiros europeus abandonarem o caminho da gestão comum no combate à pandemia. Sair desta crise é mais fácil se estivermos juntos. A tentação do salve-se quem puder, agindo cada um por si, é a semente de outras crises futuras, de ressentimento e divisão.

Para controlar o vírus e travar a pandemia, precisamos de mais vacinas, maior rapidez na aplicação das doses, a mais pessoas e de forma mais justa. Nos próximos meses, é este o desafio das autoridades sanitárias, de cada governo, e é também aqui que se joga o crédito da União Europeia e a sua capacidade de resposta ao anseio de milhões de cidadãos pelo regresso a uma nova normalidade acautelada.

A união faz a força se acrescentar eficiência: eis a razão de ser do Clube Europeu, que tem demonstrado ao longo da sua história - apesar dos incontestáveis retrocessos - as vantagens de enfrentar juntos as políticas de comércio, os direitos e liberdades, e algumas grandes crises. A estratégia da União, baseada numa primeira resposta de emergência, sob a forma de fundos de recuperação financiados com dívida comum, e na compra conjunta de milhões de vacinas, para depois distribuí-las equitativamente entre os países membros, foi acertada e é justo aplaudi-la.

Luanda Leaks: Onde está o dinheiro retirado ilegalmente de Angola?

Um ano após o escândalo, autoridades portuguesas não revelam informações sobre a devolução de capitais angolanos transferidos ilegalmente. Destino do recurso investido por Isabel dos Santos na Efacec é uma incógnita.

Após as denúncias do escândalo Luanda Leaks - que revelou alegadas fraudes no âmbito dos negócios da empresária angolana Isabel dos Santos - iniciou-se uma mobilização internacional para a devolução do capital exportado ilegalmente de Angola.

Em Portugal, não foi diferente. A organização não-governamental Transparência e Integridade – Portugal (TI-PT) reclama da falta de informações sobre esse capital e insiste na devolução do dinheiro público angolano, investido em negociatas irregulares no país europeu. 

"Não se sabe o montante do capital repatriado, quando é que eles foram repatriados e em que circunstâncias foram investidos", critica a executiva da ONG, Karina Carvalho.

Um dos objetivos da devolução, na perspetiva da ONG portuguesa, é compensar as vítimas da corrupção - o que só pode ser feito quando se consegue quantificar os valores exportados para o exterior e os montantes devolvidos.

"As autoridades portuguesas não prestam essa informação. Eu não estou segura do modo como podem fazê-lo ou se estão de alguma forma inibidas por força dos protocolos de cooperação judiciária com Angola”.

Nova organização quer ser "Governo Sombra" em Angola

Inspirada em organização anticolonial, a União dos Povos de Angola foi apresentada ao público esta segunda-feira em Luanda. A U.P.A pretende assumir as funções de "Governo Sombra" e fiscalizar o Governo do MPLA.

Dez anos depois de participar na organização de manifestações contra o Governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o ativista Pedrowski Teka encontrou uma forma para a conquista da alternância do poder político em Angola. 

Cansado de criticar o regime que controla as instituições do Estado desde a independência, em 1975, e reprime com violência os seus críticos, o ativista diz que chegou a hora de implementar novas ideias políticas no país.

Discursando na apresentação pública da União dos Povos de Angola (U.P.A) esta segunda-feira (15.03), Teka afirmou que o movimento que lidera vai integrar a "Frente Patriótica” - levada a cabo pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Bloco Democrático (BD) e PRA-JA Servir Angola, de Abel Chivukuvuku.

Guiné-Bissau | Perseguição aos jornalistas parece "ter mão obscura" do Presidente

Ordem dos Jornalistas pede intervenção internacional contra a perseguição à imprensa na Guiné-Bissau. Bastonário, António Nhaga, teme que Chefe de Estado esteja a intimidar os profissionais de comunicação no país.

Vários profissionais da comunicação social têm sofrido ameaças contra a integridade física nos últimos meses na Guiné-Bissau. Apesar da sucessivas queixas, o clima de perseguição parece estar longe do fim.

sequestro e espancamento do bloguer Aly Silva e a agressão por agentes das forças de segurança a Adão Ramalho, jornalista da Rádio Capital, são os últimos acontecimentos da escalada de eventos que tem tido como alvo figuras da comunicação no país.

Em entrevista à DW África, o bastonário da Ordem dos Jornalistas guineenses, António Nhaga, sugere que o comportamento do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, aumenta as dúvidas sobre a sua idoneidade perante a atual situação do jornalismo no país.

Ex-chanceler brasileiro acusa governo Bolsonaro de racismo para com a África

 

Em entrevista ao canal Brasil 247, Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro, afirmou que o governo Bolsonaro mostrou racismo nas suas relações com África ao fechar várias embaixadas que foram criadas no continente durante o governo Lula da Silva e que o ex-presidente, agora com seus direitos políticos adquiridos, é fundamental para o relançamento das relações com um continente de profundos laços históricos e culturais ao Brasil, sendo seu quarto parceiro económico no conjunto dos países que o compõem e o que mais cresce no mundo.

Vídeo com fala de Celso Amorim entre minutos 36 e 41.

Alberto Castro, Londres 

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