segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Trocas & Baldrocas | Há “cerca de uma em cada sete pessoas cujo voto não contou”


Mais de 671 mil votos dos portugueses foram “para o lixo” nestas legislativas. Foi um em cada sete

Uma em cada sete votos “não contou” nas legislativas, avança o politólogo Luís Humberto Teixeira ao Expresso. O mais castigado foi o Bloco de Esquerda, que recebeu 112.417 votos ‘inúteis’. No círculo eleitoral de Portalegre, por exemplo, “a opinião de mais de metade dos eleitores foi ignorada”

671.557 é o número de votos que foram ‘desperdiçados’ nestas eleições, ou seja, que não foram convertidos em mandatos. Este número representa quase 13% do total de votos válidos nas legislativas e é avançado pelo politólogo Luís Humberto Teixeira. Juntamente com o programador Carlos Afonso, ambos desenvolveram o portal “O meu voto”, em que cada eleitor pode ver se elegeu efetivamente alguém.

Ao escolher o círculo eleitoral e o partido em que votou nas legislativas 2022, pode perceber se o seu voto elegeu algum deputado. Se aparecer a mensagem: “Lamentamos, mas o seu voto não elegeu ninguém” não fique surpreendido porque, pela segunda vez, o número de votos que foram ‘para o lixo’ “ficou acima de 650 mil”. Isto significa que há “cerca de uma em cada sete pessoas cujo voto não contou”, diz ao Expresso Luís Humberto Teixeira, mestre em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Falta apenas apurar os resultados da emigração.

Como é habitual, sublinha, são os partidos médios os mais castigados, enquanto os grandes – o PS e o PSD – sofrem pouco ou nada. Nestas legislativas, o partido mais prejudicado em número de votos não convertidos em mandatos, em termos absolutos, foi mesmo o Bloco de Esquerda (112.417), que BE passou de terceira força política para quinta, conseguindo eleger apenas cinco deputados. Curiosamente, o segundo partido com mais votos ‘inúteis’ nestas eleições foi o Chega (95.512) – que ainda assim conseguiu um bom resultado face a 2019 – seguido da CDU composta por PCP e PEV (88.401) e só depois pelo CDS (86.578) e Iniciativa Liberal (81.068). Recorde-se que o CDS, apesar de ter recebido mais votos do que o PAN e o Livre, perdeu a representação parlamentar ao fim de 47 anos, porque não conseguiu eleger nenhum deputado.

Se falarmos em termos percentuais, de entre os partidos que elegeram deputados o mais prejudicado percentualmente pela não conversão de votos em mandatos foi o PAN (71,34%), seguido do Livre (58,19%). No extremo oposto estão, sem surpresas, o PSD e o PS. O partido de Rui Rio teve apenas 1,55% de votos ‘desperdiçados‘ – só não converteu em mandatos os votos que recebeu em Beja e em Portalegre. O partido liderado por António Costa não perdeu, pela segunda eleição consecutiva, um único voto. Por outras palavras, conseguiu eleger em todos os círculos eleitorais onde apresentou listas.

Além de proteger os dois grandes partidos, o sistema eleitoral português beneficia também os maiores círculos eleitorais. Nestas eleições, o distrito mais prejudicado foi Portalegre: mais de metade dos votos válidos depositados neste círculo (51,82%) não foram convertidos em mandatos e não elegeram ninguém. “É já a segunda vez seguida que isto acontece neste distrito”. Como diz Luís Humberto Teixeira de uma forma menos técnica “a opinião de mais de metade dos eleitores de Portalegre foi ignorada”. Como resultado, os dois únicos mandatos foram atribuídos ao Partido Socialista.

Covid-19 | Portugal com mais 27.916 casos e 49 mortes. Rt desce e incidência sobe

Nas últimas 24 horas, há mais 72 pessoas internadas em enfermarias.

Portugal registou 27.916 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas e mais 49 mortes associadas à Covid-19.

A incidência de infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal aumentou de 6130,9 casos por 100 mil habitantes para 6836,6 e o índice de transmissibilidade (Rt) registou descida de 1,16 para 1,13, anunciou esta segunda-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Há, neste momento, 586.150 casos ativos e 633.177 contactos em vigilância.

Até ao momento, 2.033.747 pessoas conseguiram recuperar, das quais 39.596 nas últimas 24 horas.

Há agora 2469 pessoas internadas (mais 72 do que nas últimas 24 horas). Nos cuidados intensivos estão 160 doentes, o mesmo número do dia anterior.

Carolina Quaresma | TSF

CONSULTE AQUI O ÚLTIMO BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO -- TSF

FMI REVÊ CRESCIMENTO DE ANGOLA PARA 3% ESTE ANO

O diretor do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que a previsão de crescimento económico para Angola este ano foi revista em alta, de 2,4% para 3%, elogiando o governo pelas reformas.

"Em Angola, prevemos um crescimento de 3% para este ano e cerca de 4% a médio prazo, mas mais do que o ponto de destino, o que estamos a ver é a tendência, o país está a sair de um período incrivelmente difícil", disse Abebe Aemro Selassie em entrevista à Lusa por videoconferência a partir de Washington.

"Angola foi atingida por múltiplos choques, primeiro o declínio nos preços das matérias primas, em 2015 e 2016, que teve efeitos enormes na economia, e quando respondiam a isso veio a pandemia, que teve um efeito incrivelmente adverso na economia", acrescentou o diretor do departamento africano do FMI.

"Finalmente estamos a ver uma expansão económica, é muito, muito importante e encorajador, porque é um reflexo das medidas que o governo tomou para reformar o país e controlar os desequilíbrios macroeconómicos", apontou Selassie.

A economia angolana deverá ter saído da recessão no ano passado, antevendo um crescimento próximo de 0%, com as principais instituições internacionais e analistas a preverem uma expansão económica superior a 2% este ano, sustentado não só na recuperação dos preços do petróleo, mas também no crescimento da economia não petrolífera, fruto da diversificação económica em curso.

AGENDA CHEIA FÉRIAS ESTRAGADAS -- Artur Queiroz


 Artur Queiroz*, Luanda

Ponto prévio. Nunca disse já está porque nada está acabado, tudo está em aberto. Jamais direi já sei porque aprendi há muitos anos, como o meu professor Piscas, esta verdade do tamanho de Angola: Só sei que nada sei e tudo o que aprender será sempre nada ou pouco mais. A sabedoria nunca se concentra numa só pessoa, numa só época da História Universal, numa só cultura, num só modelo de sociedade, numa só região da Terra.

Um repórter a cair da tripeça pouco mais sabe do que cavar notícias, reportar, entrevistar, editar, organizar o espaço. Em 1974/75, estive na primeira linha dos que perceberam a necessidade de formar jovens jornalistas nas Redacções das rádios e dos jornais. Fomos sabotados e atacados à falsa fé, por fogo amigo. O que sobrou ainda deu para manter a chama do jornalismo acesa. Um prémio de consolação, muito menos do que sonhamos e projectamos. 

Um jornal angolano (Novo Jornal), 47 anos depois da Independência Nacional, num vómito assinado por Gustavo Costa mas escrito por fantasmas ressabiados pela queda do império colonial português, defende o que nem Salazar ou Marcelo defenderiam. Escreve a alimária analfabeta funcional: “MPLA e UNITA não podem impor, aqui e ali, a legitimidade revolucionária herdada de uma transição para a independência feita sem respeito pelas regras de trânsito democrático”. O coronel Santos e Castro, comandante do Exército de Libertação de Portugal (ELP) não se atrevia a vomitar semelhante insulto.

A transição para a Independência Nacional, entre o 25 de Abril de 1974 e 11 de Novembro de 1975, foi feita pela ilegitimidade contra revolucionária imposta por Nixon, Mobutu e Spínola, o trio presidencial que decidiu excluir o MPLA do processo de descolonização. Não contaram com o apoio popular ao movimento e a elevadíssima taxa de militância dos seus membros e apoiantes. A transição foi feita com a invasão silenciosa ou à bruta do Norte de Angola. Com a tentativa quase conseguida de balcanizar o país. 

Burkina Faso: União Africana suspende atividades do país na organização

A União Africana (UA) suspendeu a participação do Burkina Faso na organização até que a ordem constitucional seja restabelecida no país, após o golpe de Estado de 24 de janeiro, anunciou o Conselho de Paz e Segurança.

"O Conselho decide, em conformidade com todos os instrumentos relevantes da UA [...], suspender a participação do Burkina Faso em todas as atividades da UA, até ao restabelecimento efetivo da ordem constitucional no país", anunciou a organização na sua conta Twitter esta segunda-feira (31.01).

 A medida segue-se a uma decisão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de suspender o país da África Ocidental de todas as suas instituições, após uma cimeira virtual extraordinária que decorreu na sexta-feira (28.01).

 A CEDEAO - um bloco regional de 15 países - também exigiu a libertação do Presidente do país, Roch Marc Christian Kaboré, deposto pelos autores do golpe de Estado e, alegadamente, detido.

Nenhuma das organizações optou até agora por sanções contra o Burkina Faso, no entanto, a CEDEAO poderá considerar essa hipótese na próxima cimeira, desta vez presencial, marcada para 3 de fevereiro em Acra, capital do Gana, país que detém a presidência rotativa da organização.

Uma delegação de chefes da diplomacia da CEDEAO deveria chegar hoje a Ouagadougou, capital do Burkina Faso, para conversações com membros da junta que se encontra no poder há uma semana.

Moçambique | Ataque mortal a transporte no Niassa sem ligação a insurgentes

O ataque e roubo desta sexta-feira, (28.01), de uma viatura que transportava 17 passageiros no Niassa, norte de Moçambique, não estará relacionado com grupos insurgentes, segundo Alves Mate, porta-voz da PRM no Niassa.

"Não está relacionado com isso, são bandidos comuns", explicou Alves Mate, porta-voz da PRM no Niassa, quando questionado sobre se há sinais que liguem a ocorrência, que provocou um morto, à violência com origem em Cabo Delgado, província vizinha.

Depois do ataque, os dois encapuzados armados roubaram os bens que puderam da viatura e deixaram-na abandonada, na estrada, referiu.

"Alargámos o perímetro e as buscas continuam", para encontrar os autores e identificar as armas usadas (uma metralhadora AK47 e uma catana), acrescentou Alves Mate.

HOLOCAUSTO E A FOTO DOS HERÓIS LIBERTADORES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O antissemitismo é igual à islamofobia, ao fundamentalismo islâmico, ao extermínio de palestinos na Faixa de Gaza, à intolerância acéfala de adventistas. Na Idade Média, a Europa usou as Cruzadas para matar “mouros” na chamada Reconquista Cristã. Milhões de seres humanos assassinados. Depois veio a Inquisição (Tribunal do Santo Ofício) que exterminou elites intelectuais, cientistas, artistas, o melhor que Espanha e Portugal tinham. 

No advento das viagens marítimas de portugueses e espanhóis foi a vez dos genocídios. Depois a escravatura e imediatamente a seguir o colonialismo. Milhões de seres humanos vendidos. Quem resistia, tinha a morte garantida. África foi ocupada por forças estrangeiras e transformada num gigantesco campo de concentração onde os colonialistas executaram o maior Holocausto que alguma vez se abateu sobre a Humanidade. Porque os executantes já sabiam, quanto mais não fosse pelos textos do Padre António Vieira, que índios e escravos negros “têm alma como nós”.

Ao referir “escravos negros” não estou a usar a cor por acaso. Um dia falarei dos escravos brancos e “pardos” que foram vendidos no Largo do Pelourinho em Luanda, no século XIX. Angola era uma colónia penal (imensa prisão) e criminosos de delito comum, presos políticos, de delito religioso ou social (prostitutas e homossexuais) eram enviados “a ferros” de Portugal para Angola. A Fortaleza de São Miguel foi a prisão onde dormiam. Durante o dia eram submetidos a trabalhos forçados. As e os mais jovens e fortes muitas vezes eram trocados por dinheiro nos leilões de escravos do Largo do Pelourinho.

O colonialismo tornou inócuos gravíssimos crimes. Matar um negro era normal. Escravizar seres humanos era um negócio vulgar. Possuir escravos ao serviço era sinal de elevação na escala social. Só os pobres de pedir não tinham escravos. Roubar no peso e na medida era uma virtude, se os roubados fossem negros. Ofensas corporais gravíssimas sobre negros, que podiam estropiar ou mesmo matar os agredidos, eram actos de justiça. Abusar sexualmente das mulheres negras, quantas mais melhor, era uma forma de mostrar poder económico e elevação na escala social. 

Hoje é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Os nazis da Alemanha mataram nos campos de extermínio milhões de judeus. Três milhões de homens, dois milhões de mulheres e um milhão de crianças assassinados cruelmente. Em Julho de 1944, as forças soviéticas foram as primeiras a chegar a um campo nazi de extermínio, Majdanek, perto da cidade de Lublin, na Polónia. Logo a seguir os soviéticos libertaram as vítimas dos campos de Belzec, Sobibor e Treblinka. Os libertadores encontraram, horrorizados, seres humanos que estavam praticamente reduzidos aos esqueletos.

Angola | GOVERNO APROVA AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL EM 50%

O Conselho de Ministros angolano aprovou esta segunda-feira (31.01) a proposta de aumento do salário mínimo nacional na ordem dos 50%. Medida deixa de fora titulares de cargos de cargos políticos, lideranças e chefias.

Esta medida, que visa devolver o poder de compra das famílias angolanas, afetado pela conjuntura económica do país, foi anunciada na sexta-feira (28.01) pelo líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, João Lourenço.

No final da reunião de Conselho de Ministros, presidida pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço, a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), Teresa Dias, disse que antes da decisão foi realizado um trabalho por um grupo técnico, integrado pelo Governo e parceiros sociais, entre os quais as principais forças sindicais do país.

Teresa Dias disse que este estudo permitiu encontrar um ponto de equilíbrio entre os dois grupos, chegando-se à conclusão de que devia haver um impacto do salário mínimo nacional na ordem do 50%.

"Aí ficou perfeitamente ajustado entre as partes, que, quer nos vários setores, da agricultura, a título meramente exemplificativo, sairíamos dos 21.454 kwanzas (36 euros) para 32.181,15 kwanzas (54 euros), passaríamos, nos transportes, serviços e indústria transformadora, como salário mínimo de 26.817 kwanzas (45 euros) para 40.226,00 Kwanzas (67,5 euros), no comércio e indústria de 32.000 kwanzas (53,7 euros) para 48.271 kwanzas (80,9 euros)", referiu a ministra.

Os bombardeamentos dos EUA na Síria e no Iraque violam a Constituição dos EUA

Em 18 de Novembro de 2021, três membros da Câmara dos Representantes, Peter A. DeFazio (republicano, Oregon), Nancy Mace (republicana, Carolina do Sul) e Jamaal Bowman (democrata, Nova Iorque), escreveram ao Presidente Joe Biden para lhe pedir que especificasse quais as bases constitucionais que lhe permitem bombardear a Síria e o Iraque.

Dois meses mais tarde (o prazo regulamentar), a Casa Branca ainda não lhes respondeu. As acções militares dos Estados Unidos nestes dois países violam pois não só a sua soberania, mas também a Constituição dos EUA.

Ninguém parece importar-se com isso.

Voltairenet.org | Tradução Alva

Pentágono diz-se chocado por ataques aéreos dos EUA matarem tantos civis

# Publicado em português do Brasil

Peter Mass | The Intercept

As promessas do secretário de Defesa Lloyd Austin de reduzir as baixas civis são tão vazias quanto as promessas dos militares de acabar com o assédio sexual.

O Pentágono não é conhecido por encenar revivals de filmes clássicos, mas apenas reencenou uma cena famosa de “Casablanca”.

O secretário de Defesa Lloyd Austin – após meses de notícias sobre civis mortos por bombas dos EUA, incluindo a morte de sete crianças e três adultos em um ataque de drone em Cabul  – acaba de emitir uma diretiva para reduzir o que os militares tradicionalmente descrevem como danos colaterais. “Nós podemos e vamos melhorar os esforços para proteger os civis”, prometeu Austin esta semana. “A proteção de civis inocentes na condução de nossas operações continua sendo vital para o sucesso final de nossas operações e como um importante imperativo estratégico e moral.”

Sua diretiva de duas páginas pede a criação de um “Plano de Resposta a Danos Civis e Mitigação” em 90 dias que estabelecerá uma abordagem abrangente para melhorar o treinamento de militares e a coleta e compartilhamento de dados, para que as pessoas erradas não não ser morto com tanta frequência. Ele também ordenou o estabelecimento de um “centro de excelência de proteção civil” vagamente definido para institucionalizar o conhecimento necessário para evitar assassinatos ilícitos. A ideia subjacente é que a cultura militar será alterada para que a proteção dos civis seja um objetivo central.

Se você estivesse apenas sintonizado com a catástrofe das guerras eternas da América, você pode ficar impressionado com a diretiva de Austin, da mesma forma que você pode ficar impressionado com o capitão Louis Renault em “Casablanca” quando ele fecha o Rick's Café porque, surpreendentemente, o jogo era acontecendo no cassino. O horror da Renault era fingido, é claro. Ele era um visitante regular do café e, depois de apitar sobre o jogo, recebeu seus ganhos daquela noite.

Não é como se o Pentágono estivesse agindo - ou fingindo agir, como é muito mais provável - porque os abusos no campo de batalha de repente foram trazidos à sua atenção. Desde o início, uma das marcas registradas das guerras pós-11 de setembro foi a morte de civis amplamente divulgada pelas forças dos EUA . Essas coisas foram reveladas em detalhes exaustivos ano após ano por gerações de jornalistas (até fiz um pouco disso durante a invasão do Iraque), bem como organizações sem fins lucrativos e denunciantes militares como Chelsea Manning e Daniel Hale .

ESSES ESPIÕES QUE TRATAM DA NOSSA INFORMAÇÃO

O tratamento do problema da Ucrânia é realmente um caso exemplar da maneira mistificadora, desinformativa, alienante e até atemorizadora como a comunicação social dominante se comporta.

José Goulão* | opinião

«Operação Mockingbird» foi uma linha de montagem da propaganda imperial montada pela Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana logo no início da guerra fria para interferir nos principais meios de comunicação social dos Estados Unidos, da Europa e através do mundo.

Os numerosos autores que investigaram o processo revelam que a CIA inscreveu centenas de jornalistas de numerosas nacionalidades nas suas folhas de pagamentos de modo a tornar dominantes as posições do regime norte-americano, se possível em todo o mundo.

O jornalista Carl Bernstein informou, na sequência de uma investigação realizada nos finais dos anos setenta do século passado, que a CIA pagava a mais de 400 jornalistas de 25 empresas jornalísticas proprietárias de publicações sonantes como a Newsweek, Time, Miami Herald, das televisões ABC e NBC e das principais agências de notícias mundiais: AP, UPI e Reuters. O jornal Washington Post, através dos seus proprietários e editores, era uma parte da operação.

William Scharp, advogado que foi uma figura de relevo no caso da morte de Martin Luther King, explicou que a CIA financiava milhares de jornalistas, além de ter as suas próprias organizações de media. Para a agência, revelou um antigo membro da rede de propaganda, «era mais barato pagar a um jornalista do que a uma prostituta». E Thomas Braden, chefe de divisão de um departamento governamental de Washington, testemunhou que «não havia limite de dinheiro para gastar, não havia limites para as actividades a realizar na guerra fria secreta». A «Operação Mockingbird» funcionava, segundo a mesma fonte, «como uma multinacional».

Um relatório de 1976 do Congresso dos Estados Unidos concluiu que centenas de indivíduos em todo o mundo tentam influenciar as opiniões através de propaganda dissimulada, graças ao acesso directo a jornais e outros periódicos, serviços de imprensa, agências de notícias, rádios, televisões, editoras e outros meios de comunicação estrangeiros.

AS SONDAGENS NAS ELEIÇÕES EM PORTUGAL VALEM O QUE DEMONSTRAM


Empresas e cérebros na especialidade de realização de sondagens relativas às eleições portuguesas de ontem demonstraram, uma vez mais, que são um embuste que não se cansam de falhar redondamente os resultados que tornam públicos. Exatamente por isso abundam os crentes que tal comprovado mau serviço se deva à sua pretensão idealista em influenciar a opinião pública em prol de interesses esconsos e/ou "encomendas", não refletindo por isso a seriedade que a função devia comtemplar. Há os que acreditam nisso, os que duvidam e os que recusam tal ideia... A corresponder à realidade de uma preocupação de influenciar, o que tais técnicas demonstram é que está aí, nessa postura, a razão de tantos fracassos que as desacreditam e ridicularizam, saindo-lhes o tiro pela culatra. Se é assim ou não ainda estamos para saber com verdade. Quem sabe? 

Redação PG

DE UM AMIGO

Os comunistas portugueses não necessitam que lhes venha lembrar Lénine neste momento tão, mas tão, difícil, até porque o conhecem muito melhor. Os amigos fazem o que podem nas ocasiões. 

É realmente preciso: “Investigar, estudar, descobrir, adivinhar, captar o que há de particular e específico, do ponto de vista nacional, na maneira pela qual cada país aborda concretamente a solução do problema internacional comum.” 

Sem esquecer o seguinte: 

“Não é difícil ser revolucionário quando a revolução já estourou e está em seu apogeu, quando todos aderem à revolução simplesmente por entusiasmo, modismo e inclusive, às vezes, por interesse pessoal de fazer carreira (...) É muitíssimo mais difícil - e muitíssimo mais meritório - saber ser revolucionário quando ainda não existem as condições para a luta direta, aberta, autenticamente de massas, autenticamente revolucionária, saber defender os interesses da revolução (através da propaganda, da agitação e da organização) em instituições não revolucionárias e, muitas vezes, simplesmente reacionárias, numa situação não revolucionária, entre massas incapazes de compreender imediatamente a necessidade de um método revolucionário de ação.” 

Portugal | INSEGURAÇA SOCIAL: A POBREZA PROMOVIDA PELOS GOVERNOS

Pensões médias de velhice, invalidez e sobrevivência da Segurança Social já são inferiores ao limiar da pobreza

Eugénio Rosa*

Os pensionistas representam cerca de 30% da população portuguesa. Apesar disso, a sua situação não constituiu um tema central dos debates eleitorais, embora, fora deles, tenha havido declarações dispersas.

Os pensionistas da Segurança Social e da CGA são os eternos esquecidos. Apesar desta onda de esquecimento que envolveu a situação dos reformados da Segurança Social e dos aposentados da CGA nos debates entre partidos, é importante recordar a situação difícil em que vive a maior parte dos pensionistas.

Ler texto completo [PDF]

*Publicadp em O Diário.info – 29.01.2022

Portugal | O EUCALIPTO

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | ESTABILIDADE ABSOLUTA

Jornal de Notícias | editorial

Depois de seis anos de governação, dois anos de pandemia e uma campanha errática, António Costa conseguiu o que só timidamente ousou pedir. A vitória do líder socialista é esmagadora e mostra uma escolha inequívoca dos portugueses pela estabilidade. Aos vaticínios de cansaço e desnorte na estratégia, o PS respondeu com um resultado que dispensa negociações, esmagando os partidos à sua esquerda.

A governabilidade foi a palavra mais ouvida na campanha, mas afinal não houve pântanos nem berbicachos. Marcelo Rebelo de Sousa nem sequer assumirá o protagonismo que se antevia no apoio à formação de compromissos claros. Quando muito terá, a acreditar no prognóstico tecido pelo primeiro-ministro em campanha, o papel de moderar eventuais excessos ou tentações de poder.

PCP e BE queixaram-se da bipolarização, mas é difícil ler nas quedas abruptas outra coisa que não seja o cartão vermelho mostrado pelos eleitores ao chumbo do Orçamento. O argumento fica esgotado olhando a fragmentação à Direita, onde nem o vislumbre das sondagens a anunciar mudança de ciclo conduziu à lógica do voto útil. Depois de seis anos em que tiveram um papel efetivo na discussão de políticas, comunistas e bloquistas voltam à condição de oposição e Os Verdes saem mesmo do Parlamento.

Portugal | PIB CRESCE 4,9 EM 2021, ACIMA DAS EXPETATIVAS

O crescimento do PIB supera as previsões da Comissão Europeia, do Banco de Portugal e do Governo

A economia portuguesa cresceu 4,9% no ano passado, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este crescimento supera as previsões da Comissão Europeia e do Banco de Portugal (4,5% e 4,8%, respetivamente).

De acordo com o gabinete estatístico, o Produto Interno Bruto (PIB) “registou um crescimento de 4,9% em volume, o mais elevado desde 1990, após a diminuição histórica de 8,4% em 2020, na sequência dos efeitos marcadamente adversos da pandemia”.

O aumento do PIB foi influenciado pela procura interna, que “apresentou um contributo positivo expressivo”, tendo-se verificado uma recuperação do consumo privado e do investimento. Já o contributo da procura externa “foi bastante menos negativo em 2021, tendo-se registado crescimentos significativos das importações e das exportações de bens e de serviços”.

Portugal | PS VENCE ELEIÇÕES E CONSEGUE MAIORIA ABSOLUTA


PCP E BE SÃO ESMAGADOS E PERDEM LUGARES NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. A DIREITA LIBERAL RADICAL E A EXTREMISTA, XENOFOBA, RACISTA E NAZI CONSEGUE MAIS REPRESENTATIVIDADE GANHANDO MAIS DEPUTADOS. CDS 'SECOU' - NÃO ELEGEU NENHUM DEPUTADO. PSD PERDEDOR VAI ENFRENTAR UMA GRANDE TEMPESTADE INTERNA E TALVEZ RECORRA AO SEBASTANISMO PASSISTA. A REPRESENTATIVIDADE DO FASCISMO EM PORTUGAL AVANÇA E AMEAÇA A DEMOCRACIA...


domingo, 30 de janeiro de 2022

EUA MAIS ISOLADOS QUE NUNCA NA AMÉRICA LATINA

# Publicado em português do Brasil

Emir Sader | Carta Maior

Desde a mudança radical do cenário internacional, com o fim da URSS e do campo socialista, os Estados Unidos se projetaram como a unida força hegemônica no mundo. Esse fenômeno se deu também na América Latina.

A extensão do modelo neoliberal foi a modalidade econômica dessa hegemonia. A América Latina foi a região do mundo que teve mais governos neoliberais e suas modalidades mais radicais. Foi a expressão da hegemonia mais forte dos Estados Unidos no continente.

O fôlego curto do modelo neoliberal revelou como essa hegemonia tem pernas curtas.

Rapidamente as economias mais importantes do continente – a mexicana, a brasileira, a argentina – passaram a sofrer crises econômicas, já do modelo neoliberal.

A tendência norte-americana no continente é a de estar cada vez mais isolado, com menos apoio, com mais governos adversários. Essa tendência se acentuou desde o surgimento dos governos progressistas na América Latina.

Esses governos, ao privilegiarem a superação do neoliberalismo e não sua consolidação, sempre se opuseram à proposta norte-americana para o continente. Ao optarem pelos processos de integração regional e não pelos Tratados de Livre Comércio com os EUA, se opuseram às políticas norte-americanas para o continente. Ao fortalecerem os Estados latino-americanos, opondo-se à política e centralidade do mercado dos EUA para o continente.

XIOMARA CASTRO E SEU PLANO IMEDIATO PARA RECONSTRUIR HONDURAS

# Publicado em português do Brasil 

“Seu regime foi sustentado por meio de acordos com as lideranças militares e policiais e concessões, privilégios e o aumento do orçamento de segurança sobre os orçamentos de saúde e educação, em benefício das forças da lei e da ordem. Hoje temos um país remilitarizado e várias instituições controladas por ex-militares”, disse ele.

Méndez reconheceu que outro desafio é “limpar a casa”, sacudir as instituições públicas daqueles grupos que são benfeitores do nacionalismo e resolver os conflitos provocados pelas políticas extrativistas, além da reativação urgente da economia, que atualmente está em profunda dívida.

Segundo o educador, as demandas populares sobre questões de soberania, terra, água, meio ambiente, autonomia dos povos indígenas, diversidade, juventude, mulheres, migração, camponeses, crianças, arte e cultura, com necessidades urgentes para os primeiros 100 dias de governo, são essenciais.

Por sua vez, Ricardo Salgado, escritor, analista e conselheiro do Libre, descreveu como fundamental a criação de condições para a organização da sociedade hondurenha: “passar da ficção da democracia eleitoral à participação na tomada de decisões, com uma cidadania devidamente informada”.

“Recordemos que tudo foi roubado de nós aqui: nossas raízes, nosso senso de pátria e a ideia de nação. Os símbolos nos foram tirados e fomos sugados para dentro da máquina criminosa do consumismo. Temos que reverter esta tendência desastrosa e abrir caminho para a construção de um bloco histórico e de uma mudança permanente”, argumentou o analista.

Portugal | Hackers do Lapsu$ Group roubaram informações do site do Parlamento

Site esteve em baixo durante cinco minutos, PJ está a investigar

Hackers anunciaram ter invadido e roubado informações sensíveis do site do Parlamento português. PJ ainda não sabe se é o mesmo grupo que atacou a SIC e o Expresso

Os hackers que atacaram no início do mês o Grupo Impresa dizem ter roubado informação do site do Parlamento português. Em dia de eleições legislativas, os piratas informáticos autodenominados Lapsu$ Group garantem ter invadido aquele site e roubado informações. “Hoje hackeámos o site do Parlamento e tivemos acesso a aplicações da Microsoft e a uma grande quantidade de bases de dados que contém informação sensível do Governo relacionada com informações pessoais de políticos e de partidos políticos, muitos documentos, emails, passwords…”. Escrevem ainda que o site usa “sistemas tecnológicos antigos, sem manutenção”.

O Expresso apurou que o site do Parlamento esteve em baixo durante cinco minutos. E que neste momento a Polícia Judiciária está a averiguar se houve realmente uma invasão aos sistemas informáticos do Parlamento e caso se confirme, perceber a que tipo de informação acederam os piratas informáticos e se roubaram alguns dados sensíveis. Também os serviços de informações portugueses estão a monitorizar esta possível ação ilegal.

“Estamos ainda a perceber se se trata mesmo do Lapsu$ Group. Podem ser outros hackers a usar aquele nome”, diz uma fonte da investigação. Outra fonte revela que há “incongruências” entre o modus operandi do Lapsu$ Group usado na invasão aos sistemas informáticos do Grupo Impresa e o que foi utilizado neste alegado ataque.

Ao Expresso, o brasileiro Filipe Soares, que trabalhou durante uma década como oficial na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e fundou a Harpia Tech, empresa de inteligência cibernética, e conhece bem a atuação deste grupo de hackers, é taxativo: “Na realidade, estes hackers não parecem ter criptografado os dados. Neste caso, estão vendendo as informações – e o acesso – a quem estiver disposto a pagar”.

Portugal | A JUSTIÇA DE ONTEM… A JUSTIÇA DE HOJE

Saudação nazi, Salazar e o fascismo. É o que queremos por Ventura?

Cândida Almeida* | Jornal de Notícias | opinião

É, no mínimo, surpreendente a chamada à colação da justiça no tempo da ditadura para criticar a justiça de hoje intrinsecamente humanista, orientada na busca da verdade material e não apenas formal. É uma ousadia e uma displicência a defesa de uma justiça pobre, de cariz rural, face a uma justiça actual, de grande envergadura, complexidade e dimensão.

Nunca pensei vir a ser necessário regressar ao passado para reavivar memórias daqueles que se refugiam em frases feitas, que nada têm a ver com a realidade sombria e vergonhosa a que o povo estava sujeito no tempo do autoritarismo. Desde logo, a existência de tribunais plenários com o único objectivo de julgar o livre pensamento daqueles que não se submetiam nem se subjugavam à tirania de um Estado retrógrado, atrasado e isolado do Mundo. Quem investigava aquele tipo de crimes era uma polícia especial, a PIDE, que torturava, fabricava prova e matava impunemente. Gozava da garantia administrativa, ou seja, os seus agentes não respondiam nos tribunais comuns pelos crimes que cometiam. Grande eficácia da justiça! Nos tribunais comuns, o juiz que determinava a prisão preventiva do réu (agora arguido) dirigia a investigação, através do MP e de polícias, a instrução preparatória e presidia ao julgamento do mesmo. Era muito eficaz! Os grandes crimes praticados pelos senhores do poder não apareciam nos tribunais, ficavam no segredo dos seus pares e impunes. Os magistrados jovens eram enviados para as guerras coloniais e as vagas nos tribunais eram às dezenas. No entanto, as mulheres não podiam ser magistradas, existindo norma expressa nesse sentido. Por isso não havia investigações, nem processos por esse país fora. Os magistrados eram mal pagos e se queriam melhorar a sua vida económica teriam de se candidatar à PJ, onde se ganhava mais. Vivíamos num Estado policial. A criminalidade que restava para os tribunais era, assim, a do pequeno e médio crime, furtos, roubos, acidentes de viação, atentado ao pudor público e, esporadicamente, um crime de homicídio ou de violação. Para além da falta de magistrados, o insustentável e sistemático subdimensionamento do quadro de funcionários, em muitas comarcas, se havia lugar a um julgamento, a secretaria tinha de ser encerrada porque apenas existia um funcionário, que necessariamente estava presente nas audiências. A qualidade e a quantidade de processos a correr nos tribunais não têm qualquer semelhança, nem é possível qualquer comparação com a realidade de hoje. Os tribunais são independentes. Não há garantia administrativa para quem quer que seja, todos respondem criminalmente perante a justiça. Os crimes económico-financeiros são investigados e julgados. Não pode nem deve comparar-se o incomparável! Com erros e decisões criticáveis vivemos uma justiça democrática e é absolutamente impensável elogiar uma eficácia de justiça conseguida à custa da legalidade, objectividade e humanismo.

*Ex-diretora do DCIAP

*A autora escreve segundo a antiga ortografia

Portugal ‘covidado’ | Hoje: 45 335 novos casos e 29 mortes nas últimas 24 horas

Número mais baixo de infeções em seis dias. Internados voltam a subir

O boletim diário da Direção-Geral da Saúde indica que há mais 45 335 novos casos e 29 mortes nas últimas 24 horas. Internamentos chegam aos 2397 doentes, dos quais 160 em UCI.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, 45 335 novos casos de covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste sábado (29 de janeiro).

Desde a passada segunda-feira que não se registava um número tão baixo de infeções diárias. Nesse dia houve 32 758 infeções.

O Norte continua a ser a região com mais casos, com 19 524, seguido de Lisboa e Vale do Tejo (12 928), Centro (7158), Algarve (2039), Alentejo (1779), Açores (1143) e Madeira (764).

Há ainda a registar mais 29 mortes associadas à infeção por SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, É o número mais baixo de óbitos desde 13 de janeiro, quando houve 22.

A maioria das mortes declaradas no boletim deste domingo foram em Lisboa e Vale do Tejo (11), seguido pelo Norte (6) e Centro (69). No Alentejo houve quatro óbitos e no Algarve dois.

Há agora 2397 pessoas internadas devido à doença (mais 105 que no dia anterior), das quais 160 estão em unidades de cuidados intensivos (mais 7).

Há neste momento 597 879 casos ativos da doença em Portugal, sendo que foram dadas como recuperadas em Portugal 39 396 pessoas nas últimas 24 horas.

De resto, há um total de 624 599 contactos em vigilância.

NÃO É DE ADMIRAR QUE A RÚSSIA SE SINTA AMEAÇADA

# Publicado em português do Brasil

John Linnemeier* |  opinião

De acordo com uma recente pesquisa internacional da Gallup, os Estados Unidos são considerados a maior ameaça à paz mundial, com Paquistão, China, Coreia do Norte, Israel e Irã (nessa ordem) bem atrás.

As guerras do Iraque, Afeganistão e Vietnã custaram trilhões de dólares e mataram milhões de pessoas (principalmente civis). Agora nos arrependemos de iniciá-los, e nunca teríamos feito isso se tivéssemos uma compreensão básica da situação em que estávamos nos metendo.

Estamos prestes a embarcar em uma nova guerra com a Rússia, um inimigo muito mais formidável. A conflagração nuclear em grande escala não é inconcebível. Aqueles que subestimam a possibilidade de um apocalipse nuclear não analisaram cuidadosamente as inúmeras vezes em que chegamos perto no passado.

Considere o ponto de vista dos russos. Desde os dias esperançosos da Perestroika e da Glasnost, eles viram uma OTAN com armas nucleares se expandir até suas fronteiras. Alguém se lembra de como os EUA reagiram a mísseis nucleares a 70 milhas de nossa costa? Podemos culpá-los por se sentirem ameaçados? A Rússia exigiu uma garantia de que a Ucrânia não se tornaria membro da OTAN. Os negociadores americanos chamam isso de inegociável.

Estamos à beira de um horror inimaginável. Por que os americanos que anseiam por um mundo pacífico não se manifestam? Por que você não está?

*John Linnemeier, Bloomington

Em carta ao The Herald-Times 

*Publicado em Global Research

Reino Unido vai propor à NATO "grande" envio de tropas para a Ucrânia

O Reino Unido vai propor à NATO um "grande" envio de tropas, navios de guerra e aviões de combate na Europa, para responder ao aumento da "hostilidade russa" relativamente à Ucrânia, anunciou hoje o primeiro-ministro britânico.

De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, Boris Johnson, citado pela Agência France Presse, esta proposta, que deverá ser feita numa reunião dos chefes militares da NATO na próxima semana, pode fazer com que Londres duplique o contingente britânico de cerca de 1.150 soldados atualmente destacados na Europa de Leste e forneça "armas defensivas" à Estónia.

"Este conjunto de medidas enviaria uma mensagem clara ao Kremlin - não toleraremos a sua atividade de desestabilização e estaremos sempre ao lado dos aliados da NATO face à hostilidade russa", lê-se num comunicado hoje divulgado.

"Dei ordem às nossas forças armadas para se prepararem para enviar tropas para a Europa na próxima semana, para poder dar apoio terrestre, aéreo e naval aos nossos aliados da NATO", sublinhou Boris Johnson.

Se o presidente russo, Vladimir Putin, escolhesse o caminho "do derramamento de sangue e da destruição na Ucrânia, seria uma tragédia para toda a Europa", acrescentou, considerando que "a Ucrânia deve permanecer livre para escolher o seu próprio futuro".

Conservadores acusados de 'subir de nível' para salvar o emprego de Boris Johnson

Lisa Nandy critica alegação de aumento para 20 cidades, dizendo que 'novo' fundo para áreas mais pobres é promessa de reciclagem

# Publicado em português do Brasil

Toby Helm e Mark Townsend | The Guardian

O governo foi acusado de tentar manipular anúncios de financiamento extra para partes mais pobres do Reino Unido em uma tentativa desesperada de salvar a presidência de Boris Johnson.

Uma briga extraordinária explodiu depois que o Departamento de Nivelamento, Habitação e Comunidades de Michael Gove divulgou um comunicado à imprensa – antes da publicação de um white paper sobre nivelamento nesta semana – dizendo que 20 cidades se beneficiariam de um “novo fundo brownfield de £ 1,5 bilhão”. O comunicado, que nomeou apenas Sheffield e Wolverhampton como destinatários, disse que as 20 áreas “se beneficiarão de empreendimentos que combinam habitação, lazer e negócios em novos bairros sustentáveis ​​e bonitos”.

Gove acrescentou que o “novo programa radical de regeneração” provaria ser transformador e cumpriria a principal política do governo para criar um país mais igualitário . “Este enorme investimento em infraestrutura e regeneração espalhará as oportunidades de forma mais uniforme e ajudará a reverter as desigualdades geográficas que ainda existem no Reino Unido.”

Mas depois que o Observer entrou em contato com fontes importantes do Tesouro para perguntar se seus ministros haviam assinado o prometido 1,5 bilhão de libras, o departamento de Gove voltou atrás e confessou que o “novo” fundo não era dinheiro novo, mas seria composto de fundos niveladores. fundos que haviam sido anunciados pelo chanceler, Rishi Sunak , em sua revisão de gastos no outono passado.

LEGISLATIVAS 2022: PORTUGAL VAI A VOTOS "SEM INCIDENTES"

Portugal vai a votos com mais de um milhão de cidadãos em confinamento. Urnas estão abertas das 8h às 19h e do resultado nascerá a próxima solução de governo do país. Acompanhe aqui todas as notícias sobre eleições, com atualização permanente

Jerónimo de Sousa será no futuro “o que o partido entender”

A “saúde periclitante” obrigou o secretário-geral comunista a perder parte da campanha eleitoral e Jerónimo de Sousa, cabeça de lista da CDU por Lisboa, garante não ter saudades do hospital. Emocionado por manifestações de solidariedade “do mais alto nível institucional ao cidadão comum”, o antigo operário fabril garante que “a vida não pára” e que o espera “um mundo de tarefas”.

Em declarações aos jornalistas após ter votado, não quis falar do seu destino pessoal, que deixa nas mãos do partido. Revela apenas a agenda do dia: almoçar com a família e depois ir para a sede do PCP. Deixa ainda o apelo: como o tempo está bom, todos devem ir votar, seguindo as regras de segurança “com tranquilidade”.

Inês de Sousa Real não quer “fantasma da abstenção” a vencer eleições

A líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) votou em Lisboa, destacando a importância das legislativas deste domingo face aos fundos europeus que o país terá de gerir. Inês de Sousa Real usava máscara de tecido, contrariando a orientação da CNE de usar máscara cirúrgica ou FP2. Explicou que foi por oção, já que considera as máscaras de tecido tão seguras como as outras e mais apropriadas à “crise ecológica” que o mundo vive, a par da crise sanitária.

Sousa Real irá passar o dia com a família. Quanto à noite, não faz prognósticos, preferindo frisar o dia “importantíssimo” para a democracia. Admite que o anúncio “tardio” das regras para confinados e infetados votarem possa prejudicar a participação eleitoral.

Portugal | QUAL O MELHOR VOTO NO DOMINGO?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Apesar de 60% ou 70% do eleitorado não abstencionista votar nos dois maiores partidos portugueses, PS e PSD, os tempos políticos demonstram que a vitória numas legislativas de cada um deles, por si só, não serve para formar um governo.

Como tanto os socialistas como os sociais-democratas parecem incapazes de obter uma maioria absoluta, a formação de um governo viável após as eleições de dia 30 depende de acordos ou de cedências no parlamento, como aconteceu em 2015 e em 2019.

É por isso que, para mim, a notícia que várias sondagens dos últimos dias nos dão não é a aproximação do PSD ao PS permitir a Rui Rio sonhar com a possibilidade de vir a ser primeiro-ministro. A notícia está noutro resultado: os partidos à direita somam, juntos, quase tantas intenções de voto quanto os partidos à esquerda e podem ter uma maioria.

A disputa eleitoral que pode decidir o perfil do próximo governo não é, portanto, entre António Costa e Rui Rio que se arriscam a, literalmente, empatarem.

Costa, que pretendia uma maioria suficientemente grande que lhe permitisse ganhar capital político para formar governo sozinho ou apenas com apoio do PAN e/ou do Livre, parece já não ter essa possibilidade e terá de negociar com muito mais gente. Rui Rio, por seu lado, se ganhar ou se encontrar uma maioria de direita no parlamento, também terá de o fazer.

Se Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e Rui Tavares somarem mais deputados do que André Ventura, Cotrim de Figueiredo e Francisco Rodrigues dos Santos, o próximo governo será liderado por António Costa, desde que o PS tenha mais um voto do que o PSD.

Se acontecer o contrário e os partidos mais pequenos da direita parlamentar tiverem maioria, Rui Rio pode formar governo, mesmo se não ganhar as eleições: 2015 e a "geringonça" ensinaram-nos isso.

O PAN, que diz que dá para os dois lados, terá, teoricamente, mais facilidade em impor as suas reivindicações programáticas nos partidos à esquerda do que nos partidos à direita, mas pode acontecer vir a ser um fiel da balança e ser ostensivamente namorado por todo o parlamento para viabilizar um governo.

Mas há algumas dificuldades adicionais.

Portugal | O PAÍS QUE VAI A VOTOS É MESMO ABSTENCIONISTA?

Artur Cassiano | Diário de Notícias

Os portugueses elegem hoje, pela 17ª. vez, os deputados na Nação. Onde se vota mais e menos? Que círculos mais deputados colocam no parlamento? Quanto vale um voto? Qual é o perfil-tipo dos eleitos e quanto tempo ficam no parlamento? Somos mesmo um país de abstencionistas ou as contas estão mal feitas? As respostas no DN, no dia de (quase) todas as decisões.

Para que país devemos olhar, quando olhamos para a abstenção? Para o do território nacional que teve 45,5% de não votantes ou para o que inclui os emigrantes e que faz subir a abstenção [a mais alta de sempre em legislativas] para os 51,43%?

Faz sentido analisar o comportamento eleitoral como um todo - "o comportamento cívico dos portugueses" - quando, por exemplo, em 2019 só 10,79% [percentagem que desde 2009 poucas alterações sofreu] dos emigrantes votou?

Para que país devemos olhar quando mais de um milhão de "eleitores-fantasma" distorcem a abstenção em 10%, para a abstenção que fica nos 35,5% do território nacional ou para os 41,43% com os emigrantes?

Paula do Espírito Santo, professora auxiliar, no ISCSP, com agregação nas áreas de sociologia política, sociedade civil e cultura política e métodos de investigação, defende que se deve "olhar para os valores da abstenção tendo em conta o contexto demográfico, territorial e cultural da sociedade Portuguesa, um país de emigração, de diáspora e transculturalmente unido. Ou seja, quando se focam os valores da abstenção, estes devem ser lidos, não apenas, em termos globais, mas tendo em conta (também) a territorialidade, sabendo-se que uma parte significativa da população eleitora portuguesa está no estrangeiro (em torno de um milhão e meio de eleitores) e que desta parte de eleitores (os emigrantes portugueses) apenas uma parte residual vota (ex. nas eleições legislativas de 2015 e 2019, com valores de participação eleitoral em torno dos 10%, mesmo quando se multiplicou este numero de inscritos de 242852 inscritos, em 2015, para 1468754 inscritos).

A investigadora do ISCSP, avisa, por isso, que "quando se focam os valores da abstenção eleitoral, as leituras interpretativas quanto a causas da mesma devem ser mais contidas ao encontrarem-se respostas na falta de interesse pelo voto por parte dos eleitores portugueses. A suposta 'falta de interesse' no voto não explica a abstenção".

"As causas da abstenção", explica, "devem ser encontradas nos mecanismos de acesso ao voto por parte da fatia de eleitores que precisamente mais se abstém (e de que forma se abstém, se considerarmos cerca de 90% de abstenção nas eleições legislativas de 2015 e 2019)".

Ou seja, considera Paula do Espírito Santo, "o voto tem dimensões de territorialidade que o explicam e tornam desigual, e que vistas em valores globais, pode ser falimente mal interpretada com respostas e causas que encontram na desmobilização dos eleitores, como um todo, a resposta mais imediata e aparente. Ora, isto é errado: as explicações superficiais sobre a relação entre desmobilização e abstenção continuarão a promover a incapacidade de se resolver este problema, simplesmente porque o problema da abstenção eleitoral que afeta a nossa democracia está mal diagnosticado".

Ver completo em Diário de Notícias

sábado, 29 de janeiro de 2022

PORTUGAL: O DESASTRE A EVITAR

Reflexões sobre a eleição portuguesa deste fim de semana – e sobre uma autofagia universal. Além de se dividirem, os partidos à esquerda constroem uma narrativa incongruente, que os leva a trocar farpas entre si, enquanto a pior direita avança

Boaventura de Sousa Santos* | Outras Palavras

Nos tempos em que o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso e eu éramos amigos, conversávamos com frequência. A conversa começava sempre na sociologia e terminava invariavelmente na política. Numa dessas conversas, no Palácio do Planalto em Brasília, porque, entretanto, FHC tinha sido eleito Presidente do Brasil, ele disse-me a certa altura: “Sabe, Boaventura, a esquerda é burra”. Achei que no caso concreto ele estava errado, mas a frase ficou na minha memória e voltou a assaltar-me agora nestes tempos de campanha eleitoral. Pergunto-me se a esquerda, no seu conjunto, não está a ser burra. É que a esquerda está a deixar que os termos do debate eleitoral sejam definidos pela direita, e isso é um péssimo sinal.

Senão vejamos. Como tem havido estabilidade e a direita sabe que isso é importante para os portugueses nesta altura de pandemia, procura conotá-la negativamente, convertendo-a em marasmo, pântano (lembram-se do Trump e do Bolsonaro?), e, se possível, recorrem ao sentido originário e negativo do nome que deram à proposta de estabilidade: a geringonça. São ajudados nisso pelo Partido Socialista (PS) que também a descarta, invocando boas e más razões sem especificar, e pelos dirigentes do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista (PCP) que, por temor de o argumento da estabilidade jogar a favor do PS, não querem falar dela. Como a direita não pode negar o bom desempenho de Portugal no enfrentamento da pandemia, tenta negá-lo invocando casos pontuais que fatalmente acontecem com serviços em permanente estado de stress. Ora o BE e o PCP, como temem que dizer bem do Sistema Nacional de Saúde (SNS), que continua a ser um dos melhores do mundo, pode dar votos ao PS, decidem salientar sobretudo as carências do SNS, no que coincidem com a direita, a qual agradece mais água para dar força ao seu moinho.

Estado criminoso de Israel continua impune perante o direito Internacional - vídeo

 

Demolição de casa em Sheikh Jarrah vista como parte de um esforço israelita mais amplo para desapropriar palestinos

As forças israelitas continuam a expulsar palestinos de suas casas em Jerusalém Oriental ocupada, um movimento que a ONU descreveu como um possível crime de guerra. 

Falamos com o poeta e ativista palestino Mohammed El-Kurd, cuja própria família está entre as que enfrentam despejo no bairro de Sheikh Jarrah. Sheikh Jarrah também é onde a família Salhiyeh recentemente ganhou atenção por ameaçar a autoimolação enquanto protestava contra o despejo e a demolição de sua casa. 

A desapropriação de palestinos deixou famílias sem teto no frio do inverno. “Esta não é uma situação única para o nosso bairro”, diz El-Kurd. “Está acontecendo em toda a Palestina colonizada.”

Democracy Now

Guiné-Bissau | "PR acabou por reforçar a sua presença no Executivo", diz analista

O politólogo Rui Jorge Semedo considera que Presidente da Guiné-Bissau colocou "de lado" o primeiro-ministro ao escolher os nomes para a remodelação governamental. Nuno Gomes Nabiam está no poder "de fachada", diz.

Os novos membros do Governo da Guiné-Bissau tomaram posse, esta sexta-feira (28.01), na sequência de uma remodelação imposta pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

O primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, mostrou concordar com a remodelação, apesar dos "desentendimento" iniciais. "Estão ultrapassadas as questões fundamentais. Houve algum desentendimento ou má interpretação, mas acabámos de ultrapassar aquilo que podia ser um problema e concordamos e agora é trabalhar para o bem do país", frisou Nuno Gomes Nabiam.

Dois partidos que sustentam o executivo, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) e a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), cujos membros foram nomeados, afirmam não concordar com a remodelação levada a cabo de forma "unilateral" pelo Chefe de Estado.

Ex-secretário de Estado diz que foi demitido por causa de avião retido em Bissau

O ex-secretário de Estado da Ordem Pública guineense, Alfredo Malu, disse esta sexta-feira, (28.01), que a sua saída do Governo está relacionada com a sua atuação no caso do avião retido no aeroporto de Bissau.

Após entregar o gabinete ao seu substituto, Augusto Kaby, nomeado na quinta-feira, (27.01), por decreto presidencial, Alfredo Malu, quadro sénior do Ministério do Interior, afirmou não ter dúvidas de que a sua saída do Governo "foi por causa do avião".

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, estiveram de costas voltadas nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau onde aterrou vindo da Gâmbia.

O primeiro-ministro começou por dizer que o aparelho tinha entrado no país de forma ilegal e que trazia a bordo carga suspeita, mas dias depois afirmou, perante os deputados no parlamento, que uma peritagem internacional, por si solicitada, concluiu que não era nada disso.

Nas suas declarações hoje aos jornalistas, o ex-secretário de Estado sublinhou que o Presidente da República considerou que foi da sua autoria a ordem de inspeção ao aparelho por parte de uma equipa de peritos norte-americanos.

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