segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Angola | TRIBALISMO MATA A CULTURA ANGOLANA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Nas terras do Lóvua ainda há memória dos guerreiros que se bateram pelas suas comunidades até à morte. Este território sagrado, até ao Cassai, é uma parte única do fabuloso Mosaico Cultural Angolano. Bem-haja quem desenhou este mapa chamado Angola. No dia 27 de Junho de 1927 foi assinado o Tratado de Loanda (grafia de Luanda nessa época) entre Portugal e a Bélgica. Ficaram então definidas, até hoje, as fronteiras angolanas. Os belgas cederam a Angola a chamada Bota do Dilolo, um imenso território que compreende a Lunda, desde o Lau até à vertical de Saurimo e depois um imenso espaço que acaba no saliente do Cazombo.

Aviso aos incultos, ignorantes e sabotadores da integridade territorial. Esta parte da colónia de Angola (imensa!) integrou o território angolano do Império do Muata Iânvua que se colocou sob protecção de Portugal, quando seu primo congolês quis submeter o imperador pela força das armas. Henrique de Carvalho, então major mas chegou a general, foi defendê-lo e fixou residência na cidadela real como chefe militar mas também diplomata. Leiam a sua obra para ver se aprendem alguma coisa. Chama-se DESCRIPÇÃO DA VIAGEM À MUSSUMBA DO MUATIANVUA e foi editado em 1892.

 A descrição da viagem é feita em quatro volumes. O primeiro volume intitula-se "De Loanda ao Cuango", o segundo "Do Cuango ao Chipaca”, o terceiro "Do Chipaca ao Luembe” e o quarto “Do Luembe ao Calanhi e regresso a Lisboa”. O quinto e sexto volume são dedicados à história da Lunda. O sétimo trata da língua Côkwe.  Sisenando Marques, farmacêutico, integrado na expedição, ainda escreveu um volume sobre a flora e o clima.

Os guerreiros do imperador tinham rituais fabulosos, que incluíam dança, música e poesia. Untavam-se com uma poção mágica que os tornava imortais. Mas os belgas armaram os inimigos do Muata Iânvua com material moderno e estavam a esmagar o legítimo senhor do império que tinha mais de 80 por cento do território no Estado Livre do Congo, a colónia Congo Belga que era propriedade privada do rei Leopoldo. Adalberto e todos os sicários da UNITA tomem nota deste cântico dedicado ao guerreiro Xambumba, o mais valente de todos:

Canta o solista: Xambumba eh! O coro responde: Uó! De novo o solista: Xambumba eh! E o coro responde com as palavras sublinhadas pelos instrumentos de percussão: Muéssuè matussunga/Tuloze nenhe é eh. Tradução: Ninguém se meta connosco senão atiramos fogo em quem nos incomodar. 

O coro é exclusivamente masculino. Os instrumentos musicais são um txinguvo (baptizado por Sun Ra como nome de bateria infinitiva), três micupela, três micundo e um micacala. Por vezes o coro é misto e as mulheres marcam o compasso com palmas.

Cânticos guerreiros existem em todo o país nas diferentes línguas africanas de Angola. A expressão máxima da criatividade de um povo é a sua Língua. No mapa de Angola cabem muitas línguas, como expressão de cada elemento do fabuloso Mosaico Cultural Angolano. Comunicar é a prova mais eloquente do amor aos outros. O Povo Angolano esbanja afectos na comunicação.

Adalberto da Costa Júnior é o mais perigoso belicista da UNITA. Tentaram destruir Angola e o Povo Angolano. Não conseguiram. Foram estrondosamente derrotados em todas as frentes, da militar à cultural. Agora querem destruir o nosso mosaico cultural promovendo o tribalismo e a amputação da ditosa Pátria Angolana, nossa amada. O líder de um partido político que diz, alto e bom som, ante centenas de seguidores que Angola não é um só povo e uma só nação mas muitos povos e muitas nações, quer com as palavras e os votos fazer o que os inimigos de Angola não conseguiram com exércitos invasores e apoiados pelos traidores do Galo Negro.

O chefe da UNITA insiste que os votantes do partido devem ocupar os locais onde funcionam as mesas e assembleias de voto. Muito bem. Daqui lanço o desafio ao mentiroso compulsivo, ao semeador de ódio contra Angola e o Povo Angolano, ao retornado raivoso que só descansa quando vir restaurado o colonialismo e o regime racista de Pretória: É legítimo ocupar os locais de voto? Pois bem. Então Adalberto da Costa Júnior acaba de votar, logo na abertura da sua mesa de voto, e senta-se no local. Os seus familiares directos ficam com ele.

Não desafio Abel Chivukuvuu a fazer o mesmo porque todos sabemos quem é este sicário da UNITA. Assassino, torturador, destruidor de Angola. Quando o fogo lhe chegou às pernas traiu imediatamente os donos e passou-se para o lado contrário. Viveu em grande na pele de traidor. Ganhou mundos e fundos. Ficou milionário, à custa do Estado Angolano. Depois de 2002 regressou à UNITA mas não lhe deram dinheiro. Traiu de novo e fundou a CASA-CE.

Na nova formação política encheu-se de dinheiro e enriqueceu os seus familiares directos. Os parceiros tiveram de expulsá-lo. Traidor e corrupto. Voltou para a UNITA e agora é candidato a vice-presidente da República. Tem a missão de reduzir Angola a pó, quando o Galo Negro for esmagado pelos eleitores. É ele que, mais uma vez, vai tentar somalizar Angola. Vão levar no focinho! Kuabu maka.

Acabo com uma trova do Cassai: A sinfonia do txissanje/suaviza o som estridente/ do kixixi anunciando morte. Oremos blasfémias na txianda/sunga ié nguenzo, Calemba!/Não te percas na noite do nada/ nunca abandones o corpo ao muia/agita o guizo para que seja ouvido/desde o rio Uhamba ao fim do mundo.

Tudo o que somos/cabe no voo breve da vida/e no beijo de amor/ que a memória guarda sem sabor.

Enterremos penas e tristezas/antes do crepúsculo mergulhar/nas águas sagradas do Cassai/e derramar sombras no caminho do luar:

Sunga ié nguenzo, Calemba!/Agita o guizo eternamente/para que mesmo assim perdido/

 eu nunca te perder, meu amor!

Cultura Angolana, senhor Adalberto! Que os retornados como vossa excelência odeiam de morte. Mas a luta continua até aprenderem a amar o Povo Angolano.

*Jornalista

Eleições em Angola: "Guerra de fake news" nas redes sociais?

Na reta final da campanha eleitoral, especialistas alertam para notícias falsas nas redes sociais, sobretudo entre militantes da UNITA e do MPLA, os dois principais partidos concorrentes às eleições gerais 24 de agosto.

"É um fenómeno mundial. Em épocas eleitorais, em todos os países do mundo, ninguém foge disso, temos a presença das 'fake news'", diz Osvaldo Mboco, autor do livro "As Eleições em Angola – De 1992 até Aos Nossos Dias", em entrevista à DW África.

No caso concreto de Angola, das oito formações políticas concorrentes ao pleito de 24 de agosto deste ano, o MPLA, o partido no poder, e a UNITA, o maior partido da oposição, lideram a lista das notícias falsas a circular nas redes sociais e na imprensa, considera Wilsony dos Santos, autor do livro "Comunicação – O Espelho de Um País". 

"São visíveis muitas notícias falsas sobre um ou outro candidato que está ligado a um partido político. Sobretudo, os principais, aqueles que fazem e compõem o arco do poder em Angola que é a UNITA e o MPLA", afirma.

JLO e ACJ no centro das "fake news"

O também consultor de media e professor universitário aponta um exemplo, supostamente praticado pelos seguidores da UNITA contra o líder dos "camaradas", João Lourenço.

"Há uma notícia que andou a rolar, por exemplo, de que o Presidente João Lourenço não iria aceitar ou participar de um debate com o principal candidato da oposição, Adalberto Costa Júnior, de que os debates não levam comida à mesa. Foi uma invenção porque, no fim do dia, compilado aquilo que foi o discurso do Presidente João Lourenço, em nenhum momento ele teria feito essa afirmação", explica Wilsony dos Santos.

O autor aponta outro exemplo de notícia falsa, alegadamente protagonizado pelos militantes do MPLA contra o candidato da UNITA a vice-Presidente da República, Abel Chivukuvuku: "O candidato a vice-Presidente da República pela chapa da UNITA esses dias viu fazer uma conversa que não é verdadeira, até porque ele desmentiu logo a seguir, mas que foi manipulada e veiculada em quase todas as redes sociais como que tivesse tido uma abordagem diferente daquilo que é a do candidato Adalberto Costa Júnior".

Contornar as notícias falsas

Estando a campanha eleitoral na semana crucial, advinha-se que a guerra das notícias falsas, sobretudo na imprensa, vai ganhar força. 

Por isso, Osvaldo Mboco aconselha aos eleitores das 18 províncias de Angola a conferir os factos antes de consumir qualquer informação aparentemente falsa. 

"É importante saber lidar e saber contornar as várias informações que supostamente são falsas dentro das redes sociais", avisa.  

Manuel Luamba (Luanda) | Deutsche Welle

Governador de Nampula pede a deslocados que não regressem a Cabo Delgado

TERRORISMO EM MOÇAMBIQUE

As opiniões dos deslocados de Cabo Delgado divergem. Há quem se sinta bem por estar a reconstruir a vida em Nampula. Outros preferem regressar devido às dificuldades que enfrentam para sobreviver noutra província.

Os ataques terroristas em alguns distritos do norte de Cabo Delgado continuam a fazer deslocados internos, que procuram abrigo, a cada dia, em zonas seguras.

Nampula é uma das províncias que mais recebe deslocados, contando atualmente com mais de 65 mil. Ainda assim, o governador de Nampula, Manuel Rodrigues, quer que os já acolhidos fixem definitivamente as suas residências na província, embora admita as dificuldades que os mesmos passam.

"Nós não queremos que regressem a Cabo Delgado, porque já estamos habituados como irmãos e nossos pais para estarem aqui connosco e viverem aqui; esta terra também é vossa. Fiquem aqui connosco, não voltem", disse.

Manuel Rodrigues garantiu, entretanto, que o Governo está e continuará a fazer de tudo para assegurar a assistência dos deslocados, acolhidos na província de Nampula.

As opiniões dos deslocados dividem-se, uns aceitam, outros não. Bernardo Juma, de 38 anos, pai de quatro filhos e antigo pescador, abandonou o distrito de Mocímboa da Praia, a sua terra natal, em 2019. Bernardo escolheu Nampula para se abrigar, mas diz que aqui não consegue prosperar e prefere voltar à terra de origem.

"Sinto-me mal ao continuar aqui na cidade, eu prefiro voltar para a minha terra mesmo que esse conflito [ataques terroristas] ainda exista. Aqui na cidade não me sinto bem. Às vezes a gente não recebe aquele apoio [e se recebe não é] suficiente. Alimentarmo-nos aqui é um problema sério. O Governo promete, mas não chega a cumprir. Por isso, preciso mesmo de voltar para a [minha] terra", explicou.

"Aqui já não ouvimos o barulho das armas"

Já Maimuna Abdala, deslocada do distrito de Macomia, residente no distrito de Rapale, a 16 quilómetros da cidade moçambicana de Nampula, prefere não regressar à província. 

"Eu e a minha família estamos bem em Nampula e sentimo-nos melhor. Aqui já não ouvimos o barulho das armas e não sofremos aquela agressão que passávamos lá. Já temos aqui as nossas machambas, pequenos negócios e um pouco de tudo, então preferimos ficar aqui", disse.

Entretanto, até à semana passada, pelo menos 100 mil pessoas abandonaram os centros de acolhimento, instalados na província de Cabo Delgado, e regressaram às suas terras de origem, segundo o governador da província nortenha, Valigy Tauabo.

"Algumas pessoas, que estão nos diferentes centros de acomodação, estão a regressar às suas aldeias. Isso está a precipitar o regresso prematuro do Governo, porque o Governo ainda está a instalar os serviços básicos. O Governo não tem outra forma e nem pode devolvê-los".

Palma, Quissanga e Mocímboa da Praia são alguns dos distritos severamente afetados pelos terroristas. 

Segundo o governador Valigy Tauabo, grande parte da população já regressou às suas casas, motivada pelo abrandamento dos ataques terroristas.

Sitoi Lutxeque (Nampula) | Deutsche Welle

Terrorismo em Moçambique: Analista aponta "fracasso militar" em Cabo Delgado

Após Filipe Nyusi afirmar que o terrorismo em Cabo Delgado "não termina", o analista Mohamed Yassine fala em "fracasso militar" na região. E diz que o Presidente terá enviado um recado aos investidores do gás.

Na última semana, o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou por várias ocasiões que "o terrorismo não termina e que a vida não pode parar em Cabo Delgado". Filipe Nyusi disse ainda que não entende porque alguns projetos de multinacionais ainda não retornaram àquela província.

As palavras de Nyusi foram proferidas, entre outras ocasiões, durante a Reunião de Negócios da Agenda Africana da Comunidade dos Presidentes dos Conselhos da Administração e Diretores Executivos, e provocaram alguma surpresa entre muitos observadores e analistas políticos moçambicanos.

A DW África falou sobre o assunto com o analista político e professor universitário moçambicano, e especialista em terrorismo internacional, Mohamed Yassine.

DW África: Qual a mensagem que Filipe Nyusi queria fazer passar, ao proferir publicamente as referidas declarações?

Mohamed Yassine (MY): Primeiro, penso que o Presidente da República, na sua forma peculiar de se comunicar - que é muito difícil de perceber -, acabou por assumir aquilo que alguns de nós já vínhamos dizendo desde 2020, que o terrorismo em Moçambique não iria acabar usando o formato ortodoxo de combate que Moçambique estava a utilizar.

DW África: O Presidente escolheu um encontro com empresários para fazer passar esta mensagem...

MY: O Presidente escolheu aquele encontro, onde tinha também muitos empresários internacionais, para comunicar que [se] o terrorismo não estiver a ser vencido em Cabo Delgado, existem muitos países que avançaram com os seus projetos económicos, assumindo que estão enfrentando também o terrorismo. E Moçambique não deveria ser diferente.

DW África: Qual o papel do Ruanda em toda esta situação? Nyusi continua a contar com este parceiro na luta contra o terrorismo?

MY: Atualmente o Ruanda começa a ressentir-se da guerra prolongada em Cabo Delgado e também das baixas que vai sofrendo. E por outro lado, a parte económica do próprio conflito. O Ruanda precisa do sustento financeiro para manter as tropas lá, e vimos ainda na mesma semana o representante da União Europeia em conversações com o Ruanda. Também vimos o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken a assumir que o Ruanda joga um papel fundamental no processo de manutenção da paz na região em África.

DW África: A petrolífera francesa Total e os seus investimentos em Cabo Delgado são determinantes, Filipe Nyusi dirige-se também à multinacional petrolífera?

MY: O Presidente respondia indiretamente à mensagem da Total, na qual dizia que, não havendo segurança em Cabo Delgado, não iria iniciar as suas atividades. Para sustentar o que digo é que o próprio Presidente disse que, se aquele que estiver a investir achar que não está em condições agora, uma outra pessoa pode aparecer e investir, porque o gás continuará lá, não irá evaporar, deixando perceber que aquela mensagem tem a ver com o receio dos que já investiram em iniciar a exploração de gás por causa da questão da segurança no perímetro de Inhassunge. Então, penso que o Presidente da República não se estava a dirigir para o povo moçambicano, mas sim para o investidor internacional.

DW África: Estas mensagens de Nyusi poderão conter também uma mensagem implícita aos países vizinhos da região da SADC, uma vez que as tropas poderão vir a abandonar muito em breve o norte de Moçambique?

MY: Eu penso que se partiu de um pressuposto errado, e nós alertámos várias vezes o Governo, primeiro que precisava de um grupo de pensamento para identificar as verdadeiras causas do conflito em Cabo Delgado e buscar aquilo que iria chamar de soluções diferentes do uso da força bruta. Por exemplo, a SAMIM [ Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique] tinha um plano de três meses que vai renovando, mas está a haver um peso financeiro que está a deixar os Parlamentos desses países numa situação de difícil anuir a mandatos sem término. Então, a mensagem do Presidente também poderia estar-se a referir ao posicionamento destes países, mas é preciso recordar que recentemente a SAMIM voltou a renovar o mandato da estadia.

DW África: Portanto, na sua opinião, as palavras de Nyusi são válidas, mas pecam por tardias, é isso?

MY: São tardias na medida em que, no fracasso militar que está a acontecer em Cabo Delgado, e na incapacidade de incluir outros atores sociais para melhor perceber o problema [na província], o Governo teve muitos passos que deveria ter dado. Se tivesse percebido também que estamos a lidar com uma insurgência que tem como a base o extremismo violento, iria perceber que precisava de uma contra narrativa para desfazer a ideologia que sustenta este extremismo. E também, até aí, não ia precisar de arma nenhuma. Agora, se optou pelo uso das armas e incluiu logo uma força internacional é porque entendeu que a única forma de vencer esta ideologia era a via armada, e nunca se venceu nenhuma ideologia usando armas. 

António Cascais | António Cascais

Eleições no Quénia: Reviravolta na contagem dos votos coloca Ruto em vantagem

William Ruto segue na frente na corrida presidencial com 51,25% dos votos. Ânimos exaltaram-se no centro de contagem dos votos na madrugada de domingo onde a polícia de choque foi mobilizada.

Os quenianos apelaram à paz neste domingo (14.08) enquanto esperam ansiosamente pelo resultado final de uma disputa presidencial renhida, de acordo com os resultados oficiais parciais.

Até a manhã deste domingo, o vice-presidente William Ruto seguia com 51,25% dos votos, contra os 48,09% do seu principal rival, Raila Odinga, segundo dados da comissão eleitoral.

A votação de terça-feira (09.08) foi em grande parte pacifica, mas tendo em conta eleições anteriores que ficaram marcadas pela violência e alegações de manipulação, a Comissão Eleitoral e de Fronteiras Independente (IEBC) está sob intensa pressão para entregar uma votação limpa e divulgar os resultados até 16 de agosto.

A afluência às urnas caiu acentuadamente nestas eleições, para 65%, com alguns quenianos a expressar o cansaço de ver líderes políticos de longa data a votação e a frustração com questões económicas, a corrupção e o aumento dos preços.

O Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, cruzou as linhas étnicas que há muito marcam a política ao apoiar Odinga.

Ânimos exaltados

A polícia de choque foi mobilizada durante a noite dentro do centro de contagem fortemente vigiado da comissão na capital do Quênia, Nairobi. Agentes de partidos políticos terão interrompido o processo, lançando alegações de manipulação uns contra os outros.

O presidente da comissão, Wafula Chebukati, acusou os agentes do partido de atrasar o processo de apuramento ao fazer perguntas desnecessárias aos funcionários eleitorais.

Mais de uma dúzia de grupos da sociedade civil, sindicatos, bem como a Amnistia Internacional, emitiram um comunicado no domingo pedindo calma.

"Pedimos a todos os candidatos políticos, seus apoiantes e o público que tenham moderação. Todos devemos evitar aumentar as tensões que poderiam facilmente desencadear a violência", disse o grupo de 14 organizações.

O Secretário de Estado dos EUA, António Blinken, numa chamada este sábado com o Presidente Uhuru Kenyatta "incentivou a paz e a paciência" à medida que a contagem dos votos das eleições de 9 de Agosto no Quénia prossegue, disse o porta-voz Ned Price.

Deutsche Welle | AFP, AP

Alemanha suspende missão militar no Mali em meio a tensão diplomática

A medida vem em resposta à recusa do governo do Mali em conceder direitos de sobrevoo a uma missão de paz da ONU.

A Alemanha suspendeu a maioria de suas operações no Mali depois que o governo local, liderado por militares, negou os direitos de sobrevoo a uma missão de paz das Nações Unidas.

“O governo do Mali se recusou mais uma vez a conceder direitos de sobrevoo a um voo planejado para hoje” para a rotação de pessoal, disse um porta-voz do Ministério da Defesa alemão em uma entrevista coletiva regular na sexta-feira.

Em resposta, a Alemanha decidiu “suspender até novo aviso as operações de nossas forças de reconhecimento e voos de transporte CH-53”.

O porta-voz do governo, Steffen Hebestreit, disse que a Alemanha está preparada em princípio para participar de uma missão internacional de paz, mas somente se isso for apoiado pelo governo do Mali.

A ministra da Defesa, Christine Lambrecht, recebeu garantias de que os direitos de sobrevoo seriam restaurados de seu colega maliano, Sadio Camara, na quinta-feira.

Mali, com sua população de cerca de 20 milhões, passou por três golpes militares desde 2012 e é considerado extremamente instável.

Desde o golpe mais recente em maio de 2021, o país é liderado por um governo militar de transição que mantém relações estreitas com a Rússia.

Proibição de tropas estrangeiras

Na semana passada, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, acusou o governo do Mali de ter “torpedeado repetidas vezes” os esforços da Bundeswehr.

A perda dos direitos de sobrevoo ocorreu logo após o Mali proibir tropas estrangeiras, incluindo as da Alemanha, de uma seção do aeroporto da capital que abriga uma base da ONU.

A Alemanha tem participado da Missão de Estabilização Integrada Multidimensional da ONU no Mali (MINUSMA), uma força de paz criada para aumentar a segurança após a rebelião tuaregue de 2012, um estágio inicial do conflito armado em curso no país.

As potências ocidentais vêm reavaliando seus compromissos com o Mali em meio à hostilidade do governo militar, com a França e outros países europeus recentemente retirando tropas envolvidas em operações de contraterrorismo contra rebeldes armados.

Aljazeera | Imagem: AFP

Intransigência de Marrocos só trará maior instabilidade na região -- Brahim Ghali

Brahim Ghali: “A intransigência de Marrocos e a sua violação do direito internacional apenas conduzirá a uma maior escalada e instabilidade na região”

(SPS) – O Presidente da República e Secretário-Geral da Frente POLISARIO, Sr. Brahim Ghali, afirmou que “a intransigência marroquina e a sua violação da legalidade internacional apenas conduzirão a uma maior escalada e instabilidade na região”.

Durante o seu discurso inaugural na Sétima Sessão Ordinária do Secretariado Nacional, Ghali renovou “a vontade da Frente Polisario de se empenhar numa verdadeira cooperação com os esforços das Nações Unidas para pôr fim ao processo de descolonização da última colónia em África, reafirmando que a resolução do conflito não pode deixar o quadro claramente concebido para garantir o direito inalienável e não negociável do povo saharaui à autodeterminação e à independência, como todos os países e povos coloniais do mundo”.

A este respeito, Ghali apelou ao Conselho de Segurança para “assumir a sua responsabilidade, pondo fim à intransigência e imprudência demonstradas pelo Estado ocupante marroquino, o que apenas conduzirá, como tem sido repetidamente avisado, ao aumento da tensão e mesmo à explosão da situação de segurança na região”.

Além disso, o Presidente da República reiterou, “a prontidão da parte saharaui em cooperar com os países vizinhos para enfrentar todos os planos e agendas subversivas que ameaçam a paz e a segurança regionais”.

Sublinhando o importante papel desempenhado pelo Exército de Libertação do Povo Saharaui (ELPS) na continuação da luta pela dignidade e liberdade do povo saharaui, Ghali asegurou que “estamos numa nova fase decisiva, cheia de desafios e acontecimentos caracterizados pelas conspirações e intrigas do inimigo, bem como as suas guerras psicológicas, alianças maliciosas e propaganda manipuladora, que visam minar a resistência do povo saharaui, sob a liderança do seu legítimo e único representante, a Frente Popular para a Libertação de Saguia El Hamra e Rio de Oro (POLISARIO)”.

porunsaharalibre

VER: Texto completo do discurso do Presidente Ghali (tradução do pusl )

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