sexta-feira, 30 de setembro de 2022

A SANTA PEDOFILIA EM TIMOR-LESTE E A MEMÓRIA DOS ELEFANTES


A santa pedofilia foi ressuscitada acerca de Timor-Leste com a notícia de há dois dias quanto a atos relatados por vítimas timorenses a viver atualmente na Holanda. Vitimas do citado como abusador Ximenes Belo, assunto noticioso também referido no PG em Jornal holandês denuncia abusos sexuais do ex-bispo timorense de Díli, Ximenes Belo

Finalmente o assunto repugnante e frequente do abuso de menores por "santos" da igreja do Vaticano refere desta vez ter ocorrido em Timor-Leste... Mas, lamentavelmente, não foi novidade. Caiu foi com grande estrondo aos olhos da opinião pública mundial e permitiu que muitos milhões tomassem conhecimento do que há muito sabiam números reduzidos de indignados em Timor-Leste e por reduzidas partes do mundo. Finalmente aconteceu. Aleluia!

Também no Página Global podemos encontrar "pistas" sobre os abusos e os encobrimentos de alguns da elite timorense sobre o caso Ximenes Belo. Também anteriormente numa outra publicação dedicada a Timor-Leste, Timor Lorosae Nação, existia matéria que deixava "pistas" sobre o assunto. No PG recorremos à memória numa "concordata de elefantes" (porque dizem que tais avantesmas têm muito boa memória) e cá está algo que há mais de dez anos caiu no esquecimento dos que a tal lhes interessava. Bendita jornalista holandesa e as vítimas que corajosamente revelaram aquilo que aconteceu antes e que consubstancia para eles trauma, mágoa e repugnância. Mas devem estar aliviados e orgulhosos por denunciarem tal atropelo e ofensa à dignidade humana.

A verdade, como o azeite, veio ao cimo. Parece que nestes casos nem dinheiro nem pagamento de estudos em Portugal conseguiu fazê-la submergir. E além disto, deste hediondo caso, há mais? Perguntem. Perguntem à coragem que por enquanto não têm tido outras vítimas, até de outros abusadores sexuais de menores. 

Se bem aprouver continue a ler porque ainda há mais para dissecar. MM/PG

EMBAIXADA DE TIMOR-LESTE EM LISBOA “ESCONDEU” BISPO XIMENES BELO*

“Vaticano confirmou que tinha imposto sanções ao Nobel da Paz 1996, que incluíam a proibição do contacto voluntário com menores e de viajar para Timor” Porquê? O que pretenderam prevenir e ocultar durante décadas?*

Ximenes Belo saiu dos salesianos em carro da embaixada e tem sanções do Vaticano desde há dois anos

Mal se soube da notícia das acusações de abusos sexuais contra o bispo Ximenes Belo, a embaixada timorense em Portugal enviou um carro à casa dos Salesianos das Oficinas de São José (Campo de Ourique, Lisboa), para levar o bispo para lugar desconhecido. A informação foi dada ao 7MARGENS ao final da tarde desta quinta-feira por uma fonte eclesiástica da capital, no mesmo dia em que o Vaticano confirmou que tinha imposto sanções ao Nobel da Paz 1996, que incluíam a proibição do contacto voluntário com menores e de viajar para Timor. Já o Nobel da Paz que Ximenes recebeu não lhe será retirado – tal não está previsto nas regras do prémio, disse ao 7MARGENS uma fonte oficial do Comité Nobel.

Estas reacções seguem-se à publicação, na véspera, de uma investigação da revista neerlandesa De Groene Amsterdammer, segundo a qual pelo menos duas pessoas terão sido vítimas de abusos, na década de 1990, por parte do bispo. As vítimas, hoje com 45 e 42 anos, eram na altura adolescentes com 14-16 anos. Mas a investigação diz que pode haver mais pessoas abusadas e que os casos relatados terão começado ainda antes, quando o então padre Ximenes Belo era o superior nos Salesianos de Dom Bosco, em Fatumaca, na década de 1980.

Tendo em conta o adiantado da hora e o facto de a Embaixada de Timor-Leste em Lisboa estar já encerrada, foi impossível confirmar junto da representação diplomática timorense em Lisboa se a saída de Ximenes Belo da casa onde residia nos últimos tempos se deveu ao próprio ou a alguém da embaixada. Um responsável da Embaixada contactado pelo 7MARGENS escusou-se a comentar a informação, lembrando a necessidade de respeitar a hierarquia diplomática e pedindo um novo contacto esta sexta-feira.

Na véspera, no entanto, como referimos, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor, José Luís Guterres – irmão da actual embaixadora de Timor em Lisboa, Isabel Amaral – ouvido pela Renascença, disse que nunca teve “conhecimento de que tenha havido algum inquérito ou alguma investigação da parte das autoridades, quer da procuradoria ou outros organismos da Igreja Católica” sobre a acusação que “estão a atribuir ao nosso querido bispo Ximenes Belo“.

Num comunicado divulgado também nesta quinta-feira, 29, a Província Portuguesa da Sociedade Salesiana admite que o bispo estava numa das casas da congregação.

O texto começa por dizer que foi “com profunda tristeza e perplexidade” que os salesianos tiveram conhecimento das notícias acerca “da suspeita de abusos sexuais de menores envolvendo” o bispo. Reitera depois a informação de que, desde que assumiu funções como responsável máximo da Diocese de Díli, Ximenes Belo “deixou de estar dependente da Congregação Salesiana.” No entanto, no Anuário do Vaticano de 2021, refere a Associated Press, Ximenes Belo aparece com as inciiais da congregação de origem à frente do seu nome: SDB, Sociedade de Dom Bosco.

No comunicado referido, os salesianos dizem que, “a pedido dos seus superiores hierárquicos” a província portuguesa “recebeu-o como hóspede durante os últimos anos”. E acrescentam que desde que o bispo está em Portugal “não tem tido quaisquer cargos ou responsabilidades educativas ou pastorais ao serviço” da congregação.

“O pedido de hospitalidade foi por nós aceite com toda a naturalidade por se tratar de uma pessoa conhecida e estimada por todos”, acrescenta o texto, publicado na página oficial dos Salesianos. “Sobre questões a respeito do conteúdo das notícias não temos conhecimentos para nos pronunciarmos, remetendo para quem tem essa competência e conhecimento”, conclui o texto.

Redes sociais timorenses são palco de debate sobre acusações contra Ximenes Belo

Tristeza, descrédito, declarações de apoio e exigência de justiça para as vítimas dominaram o debate nas redes sociais relativamente às acusações de abuso sexual de menores contra o ex-administrador apostólico de Díli, Ximenes Belo.

Depois de um silêncio inicial relativamente às notícias divulgadas pelo jornal holandês De Groene Amsterdammer, na quarta-feira, nas últimas 24 horas multiplicaram-se as publicações nas redes sociais sobre o caso.

Comentários e publicações que refletem as divisões no tratamento deste tema pela sociedade timorense, predominantemente conservadora, e que já se tinham evidenciado durante a investigação e julgamento do ex-padre norte-americano Richard Daschbach, condenado em dezembro a 12 anos de prisão por cinco crimes de abuso sexual de menores.

São várias as publicações em que são partilhadas notícias entretanto divulgadas sobre o assunto com a exigência de “justiça para as vítimas”.

A religião não é o problema, o problema são as pessoas que fazem o mal”, escreveu uma timorense no Facebook, a rede social mais usada no país.

Ao mesmo tempo, porém, são dominantes declarações de apoio “total” a Ximenes Belo e referências ao seu papel na luta pela independência de Timor-Leste, motivo pelo qual em 1996 lhe foi conferido o Prémio Nobel da Paz.

“Apoio sem reservas a Ximenes Belo”, escreveu uma timorense.

Inúmeros internautas, incluindo jornalistas timorenses, colocaram como foto de perfil uma imagem de Ximenes Belo, com muitos a questionarem a veracidade das notícias.

“Salvador e motivador do povo maubere na luta pela libertação da pátria. Respect”, escreveu um internauta.

“Coragem e força para o ‘Amo’ Carlos Filipe Ximenes Belo, que enfrenta agora uma situação difícil”, escreveu outro.

Muitos dos comentários sobre o caso questionam o facto de os alegados abusos só terem sido denunciados décadas depois de terem acontecido.

A maior parte dos comentários não faz qualquer referência às declarações entretanto proferidas pela hierarquia da Igreja, nomeadamente o anúncio da Santa Sé de ter imposto sanções disciplinares a Ximenes Belo nos últimos dois anos, após alegações de que o Nobel da Paz teria abusado sexualmente de menores em Timor-Leste nos anos 1990.

Em comunicado, o porta-voz do Vaticano disse que o gabinete que lida com casos de abuso sexual recebeu alegações “sobre o comportamento do bispo” em 2019 e, no prazo de um ano, tinha imposto sanções.

As sanções incluem limites aos movimentos do bispo e ao exercício do seu ministério, bem como a proibição de manter contactos voluntários com menores ou com Timor-Leste.

As medidas foram “modificadas e reforçadas” em novembro de 2021 e em ambas as ocasiões Ximenes Belo aceitou formalmente o castigo, acrescenta-se no comunicado, do porta-voz Matteo Bruni.

O assunto tem sido praticamente ignorado pela imprensa timorense, com os jornais em papel, portais online e a agência oficial timorense, Tatoli, sem publicar qualquer noticia sobre o assunto.

Destaca-se apenas a televisão GMN, que fez uma entrevista alargada com o representante máximo da Santa Sé em Díli, monsenhor Marco Sprizzi.

O quase silêncio da imprensa timorense prosseguiu na quinta-feira, quando o Presidente José Ramos-Horta proferiu comentários sobre o caso à chegada a Díli, numa conferência de imprensa com dezenas de jornalistas.

A imprensa publicou vários artigos sobre outros aspetos da conferência de imprensa, ignorando as declarações sobre o caso Ximenes Belo.

Observador | Lusa | Imagem: Hugo Delgado / Lusa

Guiné-Bissau | PARTIDOS POLÍTICOS DENUNCIAM IRREGULARIDADES DA CNE

Processo que deve conduzir às eleições tem sido marcado por "algumas irregularidades", afirmam sete partidos guineenses. "Não houve o respeito pela Constituição", diz Agnelo Regala, líder da UM.

Um grupo de partidos guineenses alertou esta quarta-feira (28.09) a comissão permanente do Parlamento sobre alegadas irregularidades no funcionamento da Comissão Nacional de Eleições (CNE), tendo em vista as eleições legislativas antecipadas de 18 de dezembro.

Segundo o porta-voz do grupo de sete partidos, Agnelo Regala, líder da União para a Mudança, o processo que deve conduzir às eleições tem sido marcado por "algumas irregularidades e inconstitucionalidade".

Entre outras forças políticas, fazem parte do grupo o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e a União para a Mudança (UM), ambos com representação no Parlamento dissolvido em maio pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Constituição "não foi respeitada"

O grupo defende que não houve respeito pela Constituição na marcação da data de eleições legislativas antecipadas, decretadas por Sissoco Embaló. A Constituição ordena que sejam 90 dias após a dissolução do parlamento, realçou Agnelo Regala, líder da UM.

"O segundo aspeto prende-se com a caducidade da Comissão Nacional de Eleições", desde abril, notou o dirigente guineense para salientar que o órgão "normalmente" é eleito para um período de quatro anos.

Agnelo Regala reforçou ainda a tese dos sete partidos para defender que a CNE "não tem quórum" para funcionar a partir do momento em que o seu presidente eleito, José Pedro Sambu, foi eleito líder do Supremo Tribunal de Justiça e um dos secretários-executivos adjuntos, Idriça Djaló, ter sido "eleito e tomado posse" como juiz do Tribunal de Contas.

"Isso marca a incompatibilidade dos dois", observou o porta-voz do grupo de partidos que entregou esta quarta-feira uma carta à segunda vice-presidente do Parlamento, Satu Camará.

Para os sete partidos, "não há quórum sequer" para que a CNE se possa reunir.

No passado dia 20, o presidente interino da CNE, o juiz Mpabi Kaby disse à agência Lusa que o órgão continua a ter quórum, negou que Idriça Djaló tenha assumido funções no Tribunal de Contas e avançou que escreveu uma carta a informar ao tribunal que não vai tomar posse nas novas funções até à realização de eleições em dezembro.

Deutsche Welle | Lusa

HOUVE FRAUDE NAS ELEIÇÕES EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, DIZ PRESIDENTE DA CEN

Presidente da Comissão Eleitoral denuncia negócio partidário de compra de lugares nas mesas de votação

São-Tomé, 29 Set. 2022 (STP-Press) – O Presidente da Comissão Eleitoral Nacional, CEN, José Carlos Barreiros denunciou hoje que alguns partidos políticos se teriam envolvidos num alegado negócio eleitoral de compra e venda de lugares nas mesas de votação nas eleições são-tomenses de domingo.

Numa conferência de imprensa esta manhã face as eleições de domingo, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional, José Carlos Barreiros, disse que “eu estava no meu gabinete, quando alguém veio ter comigo, Senhor Presidente, disseram-me que o partido A vendeu todos seus lugares [da mesa de voto] do distrito de Cantagalo para o partido B”.

José Carlos Barreiro acrescentou que “eu estive no dia das eleições, num lugar, foi para uma assembleia de voto em que detetei que quatro membros dessa mesa [de voto] eram todos afectos a um partido só”.

“E acontece que uma vez numa assembleia de votos os cinco membros são todos afetos a um partido, o que pode acontecer nesta assembleia de voto? Vocês sabem o que pode acontecer? Eu não sei. Vocês jornalistas têm de investigar para saberem,” questionou José Carlos Barreiros

“As candidaturas que não têm condições de meter pessoas nas mesas que lhes pertencem, vendem esses lugares da mesa”,- disse para depois acrescentar que “muitas candidaturas não têm condições de pôr as pessoas nas mesas”.

Reagindo as críticas, segundo, os quais, escusou-se de apresentar os resultados das eleições com as tradicionais projeções dos mandatos das candidaturas, José Carlos Barreiros voltou a sublinhar que “não da competência da CEN calcular os mandatos dos resultados provisórios”.

“Eu queria que soubessem que a competência legal do CEN é de elaborar e publicitar o mapa de resultados provisórios das eleições”, disse José Carlos Barreiros, sublinhando que quem tem a competência de calcular os mandatos é o Tribunal Constitucional.

“É o Tribunal Constitucional que tem a obrigação por lei calcular de apresentar a distribuição de mandatos das diversas candidaturas”, precisou José Carlos Barreiros

Ricardo Neto | STP Press | Foto: Lourenço da Silva

Trovoada é felicitado pelo mundo, e reafirma vitória eleitoral com maioria absoluta

ADI VENCEU AS ELEIÇÕES EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Em conferência de imprensa, na quarta – feira, Patrice Trovoada Presidente da ADI, reafirmou que ganhou as eleições legislativas com maioria absoluta. O líder da ADI, confirmou que já recebeu mensagens de felicitações de governos de África, Europa e América.

Primeiros-ministros de Portugal, de Cabo Verde, os governos da Guiné Bissau e dos Estados Unidos de América já felicitaram, o povo São-tomense, a ADI, e o próprio Patrice Trovoada pela vitória nas eleições legislativas.

«Recebi e falei obviamente, e várias vezes com o Primeiro-ministro de Cabo Verde e de Portugal», confirmou.  

Segundo Patrice Trovoada, por conversa telefónica também recebeu felicitações, do Presidente do Senegal e da União Africana Macky Sall, assim como dos Chefes de Estado da Guiné Bissau e do Gabão, respectivamente Umaro Sissokho Embaló e Ali Bongo.

ADI garante que os editais que estão a ser produzidos pela Assembleia de apuramento distrital dão vitória e com maioria absoluta.

«Se nada acontecer de relevante em Mé-Zóchi, estaríamos no figurino de ADI com 30 mandatos. Até agora o que está a acontecer em Mé-Zóchi, não parece que provocará grande alteração», declarou Patrice Trovoada.

O Presidente da Adi reforçou que «seja qual for o cenário, ADI tem maioria absoluta».

Muito importante para ADI, é a posição assumida por todos os observadores internacionais que já declararam que o processo eleitoral foi livre, transparente e que não se registaram problemas de maior durante todo o escrutínio.

Patrice Trovoada acredita que nada vai mudar, mesmo no apuramento geral dos resultados finais, que será feito pelo Tribunal Constitucional.

«ADI tem maioria absoluta, a eleição decorreu na normalidade, não houve fraude. Poderá ter havido erros e omissões, mas não são relevantes. Isso foi confirmado pela Comunidade internacional, e está a ser confirmado pelos magistrados que estão a testa das assembleias distritais de apuramento», repisou o líder da ADI.

Abel Veiga | Téla Nón

Contas equilibradas representam maior aptidão para absorção de investimentos

ANGOLA

A desaceleração da inflação que, em Agosto último, caiu para 19,7 por cento, diante dos 30 no período homólogo, e da dívida pública, que no primeiro trimestre baixou para 66 do PIB, representa o equilíbrio das contas e maior preparação do país para absorver investimentos.

Isso foi declarado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, ao discursar no acto de admissão de 25 por cento das acções representativas do Banco Caixa Geral de Angola (BCGA).

Manuel Nunes Júnior lembrou que de um pico de 41 por cento, em 2016, a inflação caiu para 30 por cento em Agosto de ano passado e para 19,7 por cento no mesmo mês do ano em curso, com expectativas de que venha a diminuir ainda mais, mantendo a tendência decrescente.

A dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), prosseguiu, tem estado a diminuir, tendo o seu stock baixado de 128,7 por cento do PIB, em 2020, para 82,1, em 2021.

As contas internas e externas do país estão equilibradas, graças às medidas que foram tomadas nos últimos cinco anos, afirmou o ministro, notando que, no domínio das contas internas, de 2018 a 2022 (com excepção de 2020), os saldos orçamentais do país foram superavitários, quando, no período de 2014 a 2017, Angola enfrentou défices orçamentais sucessivos.

O indicador positivo das contas externas foi provocado pelo equilíbrio dos saldos conta corrente da balança de pagamentos de 2018 a 2021, "o que significa que os fluxos de moeda externa têm sido superiores à saída destes recursos do país”, garantindo a estabilidade das Receitas Internacionais Líquidas (RIL).

Manuel Júnior enfatizou ainda o facto de, desde Novembro do ano passado,  que a moeda nacional estar a seguir uma trajectória estável e a funcionar normalmente no mercado cambial.

"Nós agora estamos a viver um momento em que as taxas de inflação estão a diminuir. Graças às medidas que foram tomadas em tempo oportuno estamos a viver um momento positivo das contas externas e  externas que fazem com que tenhamos taxas de inflação a diminuir”, declarou.

Angola | JORNALISMO DE CARREGAR PELA BOCA

Artur Queiroz*, Luanda

A Presidência da República informou que o Presidente João Lourenço se ia deslocar a Espanha numa visita privada. Vou repetir: “visita privada”. A partir do momento em que o comunicado se tornou público, a viagem ficou absolutamente indisponível para os jornalistas e os Media. Um portal da UNITA e da Irmandade Afrikaner violou gravemente as regras do Jornalismo e decidiu especular criminosamente sobre a saúde do Chefe de Estado. E com pormenores!

Não vou repetir o abuso criminoso porque isso seria beneficiar o infractor. Antes, o jornal de sobrinhos e madalenos já tinha cometido o mesmo abuso de liberdade de imprensa. E em editorial, o que obriga todo um grupo de trabalho, que assim caucionou o crime, com o seu silêncio cúmplice. 

O Sindicato dos Jornalistas tem uma vertente de auto regulação que não pode nem deve ser negligenciada. Face à gravidade do crime de abuso de liberdade de imprensa, a direcção primou pelo silêncio. O senhor Teixeira Cândido ataca os seus colegas dos Media do sector empresarial do Estado a torto e a direito. Não se percebe tanta violência, tanto ódio, tal sanha persecutória. Se há alguém em Angola que devia pôr o sector público da comunicação social nos píncaros, é ele. Quando a Medianova lançou o jornal O País, ele foi “requisitado” do Jornal de Angola para aquele grupo privado. Caso único no mundo.

Uma empresa privada lançou um jornal concorrente do Jornal de Angola e do Jornal dos Desportos. Um jornalista desses títulos foi “requisitado” pelos privados. E ele aceitou porque ficou a ganhar nos dois carrinhos. Quando as vacas da Medianova emagreceram ele foi o primeiro a dar o salto e regressou ao tacho público. Onde ainda se mantém! Come no prato e diz mal da comida. Mais um leproso moral absolutamente insanável.

A facilidade com que Teixeira Cândido morde os calcanhares aos Media públicos não se vê quando os privados cometem gravíssimos crimes, abusando da liberdade de imprensa. Volto a repetir pela enésima vez. Os crimes por abuso de liberdade de imprensa são, antes de tudo, crimes contra os jornalistas e o Jornalismo. Neste caso do Novo Jornal e do Portal Clube Kwacha (Club K) a situação é ainda mais grave. 

O Presidente da República é uma figura pública, provavelmente a que tem maior exposição ao escrutínio público. Mas tomem nota. Ninguém é um Miradouro da Lua ou um ecrã de cinema que todos frequentam como e quando quiserem. Tem o direito às liberdades e garantias constitucionalmente consagrados. 

Como qualquer cidadão angolano, o Presidente João Lourenço tem direito à inviolabilidade pessoal, em todas as suas projecções: física (direito à imagem e à palavra escrita e falada), moral (direito à honra, bom nome e consideração social) e vital (esfera privada, esfera pessoal, esfera do segredo e história pessoal). O Artigo 31º da Constituição da República (Direito à Integridade Pessoal) protege “a integridade moral, intelectual e física. O Artigo 32.º garante o Direito à privacidade e à intimidade.

Uma visita privada a Espanha é isso mesmo, privada. Não está disponível para a comunicação social. Face às gravíssimas violações de direitos constitucionalmente protegidos, o Sindicato dos Jornalistas remeteu-se a um silêncio cúmplice, determinado pela direcção do partido UNITA. Teixeira Cândido serviu-se dos votos dos Jornalistas filiados na organização sindical a que preside, para fazer dela uma correia de transmissão do Galo Negro. No dia 24 de Agosto a derrota foi tão pesada que ele perdeu a voz. E nem é capaz de condenar quem especula criminosamente com a saúde de um cidadão angolano, no caso João Lourenço, que acabou de ser eleito Presidente da República.

O bêbado da valeta (Reginaldo Silva) e os kambas da estatura moral do soldado motorista do RI20 (Jacques dos Santos) gozam com a situação. Não mostram a mínima preocupação com tão graves violações que colocam o Jornalismo Angolano nas ruas da amargura. Afinal defendem ou não a Liberdade de Imprensa? Claro que não defendem. Pelo contrário, fazem tudo para que os abusos sejam regra e se tornem inócuos.

O Presidente João Lourenço, que eu saiba, tem uma ligação com Espanha há muitos anos. Depois de uma campanha eleitoral cansativa, extenuante, é normal que vá com a família descansar num país onde se sente bem. Qual o quê! Os falsos jornalistas e os abutres da estirpe de Teixeira Cândido põem a circular que está doente. Criminosos! Não se brinca com a saúde de ninguém. Não se especula com a saúde das pessoas, seja o mais humilde cidadão ou o Chefe de Estado.

E os partidos políticos ajudam à festa, atentando contra o prestígio e a dignidade dos órgãos de soberania e seus titulares. Enchem a boca com a Constituição da República mas a UNITA abandonou o plenário da Assembleia Nacional quando foi votada. A Lei Fundamental diz que os partidos devem participar “na vida política e na expressão do sufrágio universal, por meios democráticos e pacíficos, com respeito pelos princípios da independência nacional, da unidade nacional e da democracia política”. Isso aconteceu na campanha eleitoral? Mentira. 

A UNITA e seus apêndices serviram-se de marginais para perturbarem a paz e a estabilidade. Atentaram contra a independência e a unidade nacional. A Constituição da República exige que os partidos prestem contas do uso de fundos públicos. Até hoje a UNITA nuca prestou essas contas. 

Os partidos têm o dever da consolidação da nação angolana e da independência nacional. A salvaguarda da integridade territorial. O reforço da unidade nacional. A defesa da soberania nacional e da democracia. A UNITA e seus apaniguados passaram a campanha eleitoral a trocar votos pela integridade territorial. Foi assim que o Galo Negro ganhou as eleições nos círculos eleitorais do Zaire e Cabinda.

Estes deveres dos partidos são esquecidos ou simplesmente ignorados. Os seus megafones só falam no que lhes interessa na Constituição da República: “Os partidos políticos têm direito a igualdade de tratamento por parte das entidades que exercem o poder público, direito a um tratamento imparcial da imprensa pública e direito de oposição democrática, nos termos da Constituição e da lei”. Sim é verdade. E beneficiam largamente dessas prerrogativas. O tratamento imparcial na Imprensa Pública é notório. Os que duvidam, não sabem o que significa imparcialidade. Nem sequer sabem que o legislador fala de um critério que suporta os conteúdos comunicacionais. 

A imparcialidade de que fala a Constituição da República funciona. O MPLA atribui à UNITA, à CASA-CE, ao PRS ou à FNLA determinados comportamentos e práticas políticas. Os Media Públicos são obrigados a ouvir as outras partes com interesses atendíveis. Sabem qual é o problema? 

O MPLA nunca fez isso. Pelo contrário, os outros é que acusam falsamente o partido maioritário na Assembleia Nacional de práticas irregulares ou antidemocráticas. Por isso tem o direito a dar a sua versão. Mas a maior parte das vezes, remete-se ao silêncio. E a direcção do partido faz bem em não dar confiança energúmenos da política nem alimentar o banditismo político.

Tomem nota. A imparcialidade não é pegar num linómetro ou num cronómetro para medir o espaço ou tempo de antena atribuído a cada partido. Nem isso seria possível. Imparcialidade é dar voz a todas as partes quando for caso disso.

O bom jornalismo não se faz com maldade e rancor, faz-se com profissionalismo e rigor. Tirem os olhos do umbigo e olhem para Angola com honestidade. Esqueçam de uma vez por todas, os recados que recebem dos colonialistas que vos pagam!

*Jornalista

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