O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) critica a "insensibilidade" do Executivo de João Lourenço face às reivindicações dos docentes do ensino superior e pede uma solução em breve, para salvar o ano letivo.
O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) mostra-se preocupado com as consequências da paralisação das aulas. Os professores do ensino superior entraram em greve há dez dias, por tempo indeterminado. Se a situação se prolongar, o ano letivo 2022/2023 poderá ficar condicionado, afirma Domingos Conjuca, secretário nacional do MEA para o Ensino Superior.
"Nós somos um movimento que vela pelos direitos dos estudantes e não podemos vê-los a perder provas e anos letivos em função das greves que se vêm alastrando ano após ano", afirma.
A última greve foi suspensa no início de novembro, altura em que o Governo e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES) se sentaram à mesa para negociar. Os docentes queixam-se, porém, que, de lá para cá, não houve avanços.
Governo em silêncio
O SINPES diz que o Executivo ainda não respondeu a dois dos cinco pontos do caderno reivindicativo, sobre aumentos salariais e um seguro de saúde.
Para Domingos Conjuca, do MEA, a incapacidade de resolução do impasse é incompreensível: "O Governo tem má-fé, porque tem dinheiro para comprar carros para o conselho económico, mas não para resolver a greve dos professores. É mesmo falta de vontade política. Nós somos a favor ao pagamento de bons salários aos professores, para que estejam motivados para o trabalho."
Em declarações à DW, o secretário nacional do SINPES, Eduardo Peres Alberto, voltou a acusar o Executivo de falta de vontade em resolver as preocupações apresentadas pelos professores. De acordo com o sindicalista, enquanto o Executivo não resolver os pontos prioritários, os professores não deverão retomar às aulas.
Até agora, lamenta, "não há pronunciamento do titular do poder executivo sobre o salário condigno, seguro de saúde e também sobre a retirada do subsídio de risco".
José Adalberto | Deutsche Welle
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