sexta-feira, 21 de abril de 2023

Angola | NINGUÉM ME CALA NEM INTIMIDA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os mabecos andam por aí ululando contra mim. Os anónimos não merecem resposta, mesmo que eu saiba quem são, em que mãos de donos comem, quem lhes paga e sobretudo do que são capazes no Jornalismo. Valem muito menos do que zero. Alguns viveram à minha custa quando trabalhei por eles no Jornal de Angola. Outros adoram morder os calcanhares de quem o dono não gosta. Sujam tudo. Metade cães selvagens metade porcos. Faço apenas uma referência. Ao atacarem-me, faltaram ao respeito a profissionais que começaram comigo no Jornalismo. Porque em pouco tempo passaram a saber mais do que eles. Imperdoável terem atingido o Jornalista Pereira Dinis nas calúnias que bolsaram sobre mim. 

O terrorista e deputado da UNITA Raul Tati escreveu que Jorge Casimiro Congo engrandeceu a Igreja Católica e a sua morte foi uma perda irreparável para Angola. Acontece que em 2012 fiz uma série de reportagens em Cabinda nas quais denunciei gravíssimos crimes dos então padres Raul Tati e Jorge Congo. As suas actividades criminosas levaram a que fossem expulsos da Igreja Católica. Não podia ficar calado perante o branqueamento de um terrorista que morreu com as mãos manchadas com o  sangue de civis inocentes. Um criminoso não passa a virtuoso quando morre. Essa metamorfose comigo não dá.

Raul Tati publicou no Correio Angolense um texto onde me insulta gravemente. Para ser deputado vendeu a província de Cabinda. Mas chama-me mercenário. A mim, que lutei em Cabinda pela liberdade quando matilhas de mercenários e as tropas do ditador Mobutu quiseram anexar o território. Quem luta pela sua Pátria, não é mercenário. Mas quem a vende é um crápula sem remissão. Raul Tati é um vendido. Uma mancha na honra dos deputados da Assembleia Nacional.

Hoje fui surpreendido com uma prosa no Club K assinada por um tal Gerson Lata (ele escreve Prata porque tem a mania das grandezas) onde faz o que os esbirros da UNITA gostam de fazer. Insultos e aldrabices. Diz o escriba às ordens do engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior: “Na actual Angola, na Angola da era JLo, ninguém desperdiça 10 mil dólares para alimentar gente que sobrevive escrevendo ofensas contra os seus compatriotas - coisas que Artur Queiroz, nos tempos de Director do Jornal de Angola, melhor sabia fazer”. 

Nunca fui director do Jornal de Angola. E na actual Angola a UNITA desperdiça milhares de dólares pagando aos Gerson Lata (Prata é outra coisa), às Luzia Moniz ou Alexandra Simeão para insultarem quem não alinha com os criminosos de guerra do Galo Negro. 

A UNITA do Gerson Lata (Prata era a senhora sua mãe que não tem culpa nenhuma de parir a aventesma) paga a quem ofende, todos os dias, até no Club K, o Presidente da República. Ofensas gravíssimas. Pelos vistos só os esbirros do Galo Negro podem escrever ofensas contra compatriotas. Eu escrevo verdades contra os que traíram e traem a Mamã Angola, alugando as suas armas aos colonialistas portugueses, aos racistas de Pretória ou a qualquer dono. Nada mais do que isso. 

Depois o latão ordinário a imitar Prata avança imparável no caminho da aldrabice e escreve: “O ódio destilado pelo mais velho Artur Queiroz, no texto ‘Criminosos Sanguinários Vítimas de Ameaças’, é sinal muito claro de que está perdido no tempo. Afinal, o presidente João Lourenço acertou ao ‘excomungá-lo’ do Jornal de Angola”. 

Eu saí do Jornal de Angola, onde não era director, no ano de 2015. Nessa altura o meu camarada João Lourenço era ministro da Defesa. Não teve nada a ver com a minha saída. Como tenho o hábito de suspender a amizade quando alguém das minhas relações vai para o poder, só volto a chamar-lhe amigo quando acabar o seu mandato. 

Quando trabalhei com ele nas eleições de 1992 éramos amigos. Aproveito para lembrar que João Lourenço foi indicado pela direcção do MPLA para seu cabeça de lista porque pelo menos entre 1992 e 2017 ele fez pelo partido o que mais ninguém fez. Trabalhou como mais ninguém trabalhou. Uma distinção merecida. Não vejo ninguém que merecesse mais do que o nosso Presidente da República. Calma aí, não é bajulação. Estou em total desacordo com algumas das suas políticas. Mas cem por cento de acordo quando ante a direcção do MPLA denunciou a UNITA como estando fora do jogo democrático. O Galo Negro (depenado…) rejeita sempre os resultados eleitorais e jamais aprovou os Orçamentos de Estado!

O latão ordinário feito Prata diz que ataco tudo e todos “só porque não pensam como ele. Isso não é próprio dos povos bantu”. Aqui está a marca indelével Galo Negro. O Savimbi era bantu. Queimava na fogueira quem não pensava como ele, ou recusava ser sua escrava sexual. Atirou viva para o covil de uma fera, sua esposa Ana Isabel Paulino. Porque era pela paz. Assassinou o meu amigo António Vakulukuta, um homem brilhante, porque não pensava como ele. Matou Wilson dos Satos, que entrevistei quando no Governo de Transição era Secretário de Estado. Um jovem extraordinário. Matou Jorge Sangumba apenas porque sabia mais do que o criminoso de guerra. Por aqui fico mas a lista tem milhares de vítimas desse bantu.

Ninguém preza mais a pluralidade de pensamento do que eu. O mundo só avança se combatermos o pensamento único. Se respeitarmos a sentença de cada cabeça, por muito que seja diferente da nossa. Toda a minha vida me bati por isso. Mas sou contra os traidores da Mamã Angola. Os que lutaram de armas na mão contra a libertação do Povo Angolano. Os que mataram e destruíram. Os que causaram a tragédia que hoje vivemos em Angola. E vamos continuar a viver por longos anos. Porque os inimigos da paz e da reconciliação nacional acoitados na associação de malfeitores UNITA continuam a destruir e a matar. 

Sou contra o banditismo político e mediático pago pela UNITA. Savimbi ajudou os colonialistas durante a luta armada de libertação nacional. A UNITA foi responsável pelas pontes aéreas de 1975 que levaram para Portugal os operários, os quadros médios e superiores, toda a força humana que servia os circuitos de produção e distribuição. A UNITA abandonou o Governo de Transição em 1975 deixando Angola à mercê das matilhas de mercenários e dos exércitos invasores. A UNITA matou milhares de angolanos e ainda mata. A UNITA destruiu equipamentos públicos essenciais e ainda destrói. A UNITA fez tudo para que a Mamã Angola fosse um bantustão da África do Sul racista. Nem daqui a 50 anos vamos recuperar!

Diz Gerson Lata que “a maior contribuição que um jornalista como Artur Queiroz deveria prestar à Nação angolana seria a de escrever a favor da Paz e da reconciliação nacional ou, pelo menos, a de contar os factos históricos com a verdade científica e de forma desapaixonada, ou ainda, a de escrever pedagogicamente para ensinar aos que estão na ‘contra-mão a valorizarem a paz, a democracia, a unidade nacional e a integridade territorial´”.

Mas isso é tudo o que faço, desde o primeiro dia em que entrei no Jornalismo. O Paulino Damião (50) e eu mostrámos à Juventude Angolana o que foi a guerra no Sul e Sudeste de Angola pela soberania nacional e a integridade territorial. 

Paulino Damião (50) e eu tirámos o lodo que encobria a Batalha do Cuito Cuanavale. E mais lá atrás fui eu que contei a batalha do Ntó em Cabinda. As batalhas de Luanda. A batalha do Ebo. A batalha do Luena. A reconquista do Norte der Angola. Os sicários da UNITA gritam que a Batalha do Cuito Cuanavale nunca existiu! 

Na comunicação social poucos fizeram tanto pela paz e pela reconciliação nacional como eu. Poucos denunciam a agenda golpista da UNITA como eu. Poucos criticam as políticas erradas do Presidente João Lourenço como eu.

E sou formador desde 1974. Grandes profissionais, mulheres e homens, começaram comigo na profissão. Duvido que alguém tenha dado tanto à formação de jornalistas angolanas e angolanos como eu. Por isso os mabecos me mordem furiosamente. O Gerson Lata nem isso foi capaz de fazer. Não vai receber o pagamento combinado. 

Enquanto a UNITA tiver uma agenda de guerra contra a democracia eu vou denunciar. Enquanto a UNITA pagar a bandoleiros para sabotarem equipamentos sociais como vias férreas, postos de alta tensão ou sistremas de fornecimento de água potável eu vou denunciar. Enquanto os deputados eleitos pela UNITA não declararem solenemente que o MPLA ganhou as eleições de uma forma limpa, são inimigos do regime democrático e eu vou denunciar. Ninguém me vai calar nem intimidar. 

* Jornalista

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