Artur Queiroz*, Luanda
Israel ocupa a Palestrina desde 1947. É a “potência ocupante”. Ao longo dos anos até hoje tem aumentado as áreas de ocupação (anexações e colonatos) e expulsado palestinos das suas terras. A “comunidade internacional” chama-lhes refugiados. Já são quase três milhões. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA), apoia 58 campos. Destes, 27 estão na Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza). Refugiados no seu país pode? Sim pode, graças ao estado terrorista mais perigoso do mundo e o seu sargento na região, estado israelita.
Israel aceitou retirar as suas tropas e desmantelar os colonatos na Faixa de Gaza, em 2005. Desde então fez daquele território da Palestina uma prisão. Construiu um muro ao longo de toda a fronteira com Israel. Deixou uma porta que controla militarmente. Ninguém entra nem sai sem autorização das tropas israelitas. O território tem campos de refugiados e todos os outros habitantes são prisioneiros.
Os campos de refugiados palestinos em Gaza têm, segundo os registos oficiais da ONU, um milhão e 700.000 palestinos, expulsos das suas terras pelo governo de Israel. Tendas, miséria, fome, humilhações. Desumanização. São todos reféns dos sionistas. A propaganda dos Media no ocidente alargado (Portugal ainda está no tempo da psicossocial do Salazar em Angola) garante que os milhões de habitantes de Gaza são reféns do Hamas. Acredito porque me convém.
Afinal é fácil resolver o problema do Hamas. Israel abre o portão de Gaza a todos os civis que são reféns, instala-os nas suas casas e nas suas terras roubadas no território israelita. Os que ficarem são combatentes do Hamas. Facílimo. Infelizmente não é verdade. Israel está contra a paz. Está contra os dois Estados. Está a exterminar os palestinos. Limpeza étnica. Genocídio. Com o apoio dos EUA, da União Europeia, do Reino Unido e de todo o ocidente alargado. Todos genocidas. Todos assassinos. Todos candidatos ao Tribunal que os vai julgar, por graves crimes contra a Humanidade na Palestina. Israel sempre violou tudo. Tomem nota.
Resolução 194 da Assembleia-Geral da ONU, dia 11 de Dezembro, 1948. Impõe o regresso de 725.000 refugiados palestinos às suas casas, aldeias, vilas e cidades. Jerusalém ficava uma cidade desmilitarizada e de livre acesso a todos. Uma curiosidade, dos 58 países na época representados nas Nações Unidas, 35 votaram a favor. Egipto, Iraque, Líbano, Arábia Saudita, Síria e Iémen aprovaram mas o seu voto não contou porque ainda não eram membros da ONU, apenas observadores. Israel não cumpriu nada. E bloqueou, pela força das armas fornecidas pelos EUA, o regresso dos refugiados palestinos aos seus lares.
No dia 22 de Novembro de 1967 o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade a Resolução 242. Resumo: Para uma paz justa e duradora no Médio Oriente Israel tem que retirar todas as forças militares dos territórios ocupados. O segundo aspecto importantíssimo diz isto: “Rescisão de todas as reivindicações ou estados de beligerância e respeito e reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de cada Estado na área e seu direito de viver em paz dentro de limites seguros e reconhecidos, livres de ameaças ou actos de força”. Israel nunca cumpriu uma vírgula.
O Conselho de Segurança aprovou a Resolução 1515 (em 2003) da qual nasceu o “Roteiro do Quarteto do Médio Oriente”. Missão: Trabalhar para a solução definitiva “Dois Estados-Israel e Palestina”. Telavive ignorou. Os EUA, depois de aprovarem, atiraram com o “Quarteto da Paz para o lixo”. Deu no que estamos a viver. Outras resoluções da ONU foram ignoradas por Israel e os EUA, que as aprovaram: 338, 1397, 1515, 1850. Estas são as que estão os meus apontamentos. Provavelmente existem mais.
Israel bombardeia todos os dias, sem parar, a Faixa de Gaza. A ONU denunciou que hoje mesmo, bombardeou uma escola onde estavam abrigados 4.000 palestinos. Dezenas de mortos, centenas de feridos. Funcionários da organização morreram. Os sionistas não querem as instituições das Nações Unidas na região. Não querem testemunhas da limpeza étnica e do genocídio na Palestina.
Os sionistas esta noite atacaram um hospital na cidade de Gaza. O último balanço é aterrador. Centenas de mortos e feridos entre os quais crianças e outros doentes em grande sofrimento. Uma punição dos sionistas. Ontem um médico palestino disse aos Media internacionais que no seu hospital ninguém se retirava da cidade. “Se quiserem venham matar-nos”. Os sionistas não hesitaram. Mossad e a CIA imediatamente puseram a circular que foi o próprio Hamas que bombardeou o hospital. Nojento.
O hospital atingido está perto da orla marítima. Os lançadores de “roquetes” do Hamas estão muito longe e virados para Israel. O hospital foi atingido por um míssil da aviação de Israel. A única dúvida das minhas fontes é esta: Foi um erro da aviação de guerra israelita ou mais um ataque punitivo? Mas há uma certeza: Foi Israel, cujo governo está exclusivamente nas mãos de sionistas. E esses são capazes de encomendar o bombardeamento do hospital na cidade de Gaza.
A UNITA diz que o processo de destituição do Presidente da República vai continuar. Seguramente. Na assembleia savimbista de Viana e nas ruas de Angola. O embaixador dos EUA em Luanda dirige os trabalhos e depois dá posse ao Adalberto.
A FRELIMO teve uma vitória
esmagadora nas eleições autárquicas
*Jornalista
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