PORTUGAL - Os milhões que temos de gastar para não perder a soberania aérea e o "campo de refugiados" em Lisboa: Expresso nas bancas
Paula Santos, diretora-adjunta | Expresso (curto)
Bom dia,
Seja bem vindo à newsletter desta sexta-feira, com os destaques de mais
uma edição do Expresso em banca.
Começamos com o aviso do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea: Portugal
precisa de adquirir 27 caças americanos F-35 para substituir os 28 jatos
F-16 com 30 anos de atividade.
Em causa, como já lhe vou explicar, está uma questão de controlo da nossa
soberania aérea.
O investimento, que o general
Cartaxo Alves considera essencial, custa 5 mil milhões de euros. O tema
faz a manchete do jornal esta semana.
Trata-se de um valor equivalente ao total do orçamento previsto para as
aquisições militares das Forças Armadas ao longo dos próximos 12 anos.
Uma aposta de custos muito elevados, justificada pela necessidade de
substituir aparelhos que começam a ficar obsoletos e não destoar dos
restantes países europeus que já investem numa atualização para aviões de
quinta geração.
Ao Expresso, o Chefe de Estado-Maior fala do receio de que Portugal não
acompanhe esse processo e acabe por ficar sem os meios adequados ao
patrulhamento do espaço aéreo, que teria de ser assegurado por forças
estrangeiras, levantando questões sobre a defesa da nossa soberania.
Na semana em que ficámos a conhecer a localização do novo aeroporto de
Lisboa e os planos para investimento na alta velocidade e na construção da
terceira ponte sobre o Tejo, sobram perguntas sobre os passos que se seguem.
Miguel Pinto Luz revela ao Expresso que o “principal risco do novo aeroporto, não são as negociações com a
ANA”, a operadora responsável pela gestão do espaço, mas sim “a avaliação
ambiental”.
Em entrevista, o ministro das Infraestruturas, fala ainda dos desafios
politicos para um Governo com uma minoria curta, revela que a privatização da TAP não é uma prioridade neste momento,
embora admita que possa vir a ser total.
Sobre a ferrovia, Pinto Luz anuncia que o Governo está a reavaliar a compra de comboios da CP, (neste ponto
permita-me desvendar de imediato alguns conteúdos do Caderno de Economia) ao
mesmo tempo que aponta uma poupança de 600 milhões de euros, caso a ponte
Chelas/Barreiro venha a ter apenas transporte ferroviário.
Voltando ao papel da ANA, aeroportos de Portugal, contamos ainda que não se irá opor ao aeroporto em Alcochete e revistamos
a semana de todas estas revelações. Acrescentamos um aviso: as obras para atenuar o impacto do ruído do atual aeroporto
estão atrasadas e, prevendo-se uma expansão, o problema agrava-se.
É tempo, nesta newsletter, de assentarmos os pés no chão.
AIMA cobra por engano imigrantes já legalizados. O erro junta-se aos outros problemas que têm dificultado a vida de quem procura as respostas da agência para a Integração, Migração e Asilo.
PJ investiga 500 casos de tráfico de pessoas. São crimes que têm vindo a crescer em Portugal e já levaram a algumas detenções.
Número de beneficiários do RSI é o mais baixo em 18 anos. Há explicações dos especialistas para os números de 2023 mas ninguém arrisca dizer que os dados estão associados a uma diminuição da pobreza.
Portugal protagoniza a maior renovação de sempre de Eurodeputados
Catarina Martins, cabeça de lista do BE e uma das novas candidatas, acusa o PPE de “dar força a uma política xenófoba”. Confira aqui a entrevista.
Processo contra Marcelo dividiu o Chega. Contamos-lhe esta semana que a iniciativa de acusar o Presidente da República de traição, esteve longe de ser consensual entre os deputados do partido de Ventura.
Eslováquia teme guerra civil depois de atentado. Robert Fico, o primeiro-ministro, sobreviveu a uma tentativa de assassínio mas o seu futuro, bem como o futuro político do país é nesta altura incerto.
Vamos já espreitar as novidades do Caderno de Economia. Permita-me dois últimos desvios. O primeiro num tema que faz as centrais esta semana.
Taylor Swift chega na próxima semana a Lisboa. Que fenómeno é este, que arrasta multidões e pode mesmo influenciar as eleições americanas? Ora espreite.
Por fim, recordo que o Euro 2024 está à porta e a convocatória de Roberto Martinez ao virar da esquina. A Tribuna Expresso apresenta-lhe os Cromos da Caderneta. Pode começar a fazer as suas apostas!
Já lhe dei conta dos conteúdos,
que também desenvolvemos no Caderno de Economia, em torno do anúncio sobre
a localização do novo aeroporto. Destaco agora o dossier sobre os efeitos da
passagem da Troika por Portugal.
Assinalamos 10 anos da “saída limpa” para colocar a pergunta: o que mudou na
economia portuguesa?
Exportações são o nosso maior sucesso, investimento público o pior falhanço. A
conclusão, dos economistas ouvidos pelo Expresso, remete para o retrato de uma economia “em piloto automático”.
Vamos por partes. Vejamos o que mudou em relação à idade de reforma e nas
relações de confiança com os pensionistas. E há alterações laborais que não foram revertidas. Em
matéria fiscal, há impostos que vieram para ficar. Terá o país abraçado as reformas
estruturais previstas? tem aqui a resposta. Visto de fora, quais foram as reações ao fim do resgate?
Muitas perguntas e respostas num dossier muito completo, que além de marcar a
edição desta semana, não esgota aqui os temas e conteúdos. Há mais para ler no site.
CEO do PSI ganham 35 vezes mais do que os funcionários. O fosso salarial continua elevado e é no grupo
Jerónimo Martins que encontramos as maiores disparidades.
“Destruir uma floresta para pôr painéis solares não é fantástico”: a declaração de João Manso Neto, presidente executivo
da Greenvolt numa entrevista ao Expresso.
Novo programa de Habitação do Governo. A garantia pública para os jovens só cobre 10% do crédito pedido para a compra de casa.
Sabia que a construção de novas casas obriga a incluir postos de carregamento
para carros elétricos? A exigência veio para ficar.
Há uma possivel fusão na banca a levantar novas dúvidas. Será que o negócio que
junta BBVA e Sabadell em Espanha vai mexer com a banca nacional?
E é de outro negócio (de sucesso!) que falamos já a seguir quando partimos à
descoberta dos destaques da Revista
Chama-se Vanessa Barragão e
é apresentada como a portuguesa que reinventou o têxtil.
O cartão de visita desta artesã algarvia começou por ser sobretudo
internacional, antes do reconhecimento dentro de portas. Criadora de tapeçarias
únicas, confessa que sempre se inspirou no mar. Conheça a invulgar história de uma artista que tem peças em
destaque no aeroporto de Heathrow e também já chegou às Nações Unidas.
Um homem na Cidade Luz. Pedro Abrunhosa assinala 30 anos do álbum “Viagens” que
havia de lhe marcar a carreira na música portuguesa. Falou com o Expresso
Revisitamos a história. Falamos de um encontro secreto entre a PIDE e a
DGS espanhola. “A reunião que não existiu”, assim contada na edição da Revista, realizou-se em 1965 e
servia para Portugal procurar garantir que a Espanha ilibava a polícia política
de qualquer suspeita da morte de Humberto Delgado.
Ai Weiwei vai ter um novo ateliê no Alentejo onde recebeu o Expresso. O
artista acaba de lançar uma biografia gráfica em formato de banda desenhada e
inaugurou uma exposição em Lisboa. Projetos que não vai querer perder.
OUTRAS NOTÍCIAS
As últimas horas foram ainda marcadas pela audição do ministra do Trabalho no
Parlamento sobre a Santa Casa da Misericórdia. Maria do Rosário Ramalho diz que
a Provedora exonerada Ana Jorge “encontrou um cancro financeiro e tratou-o com Paracetamol”.
Entretanto o Governo já escolheu o sucessor de Ana Jorge. Trata-se de um economista, foi vice-presidente da Cruz Vermelha e
chegou a ser multado e inibido de exercer funções pelo Banco de Moçambique, mas
a condenação foi anulada.
As defesas de Rui Costa a Luis Filipe Vieira desmentem suspeitas do Ministério Público sobre desvio
de dinheiro do Benfica. O ex e o atual presidente do clube são arguidos e suspeitos
de terem utilizado faturas falsas para contratação de jogadores.
Há greve na Função Pública esta sexta-feira. É a primeira jornada de luta
contra este Governo. E já há escolas afetadas.
Operação Marquês. José Sócrates viu negado o pedido para afastamento das juízas
desembargadoras do tribunal da Relação de Lisboa. O ex-primeiro-ministro queixa-se de desonestidade e vai recorrer para o
Tribunal Constitucional.
PODCASTS
Geração 80. Juiz Gonçalo Almeida Ribeiro: “Não somos a geração que se aburguesou, somos a geração que é
filha daqueles que se aburguesaram”.
Miguel Sousa Tavares de Viva Voz. Montenegro começa (finalmente) a dar sinais de governar e a
“barbaridade inacreditável” contra os imigrantes.
Chave na mão. ”A minha geração pagou a crise de 2008, 2011 e agora é quem paga
a crise da habitação. Quanto deixo de pagar e começo a receber?”.
Concluída a rota deste Expresso Curto, resta-me desejar-lhe um bom dia e um
ótimo fim de semana!
Sempre com o Expresso por perto.
* Com título PG
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