sexta-feira, 17 de maio de 2024

ABRIU 'FEIRA' DO "É FARTAR VILANAGEM" COM MILHARES DE MILHÕES DE € PARA GUERRA*

PORTUGAL - Os milhões que temos de gastar para não perder a soberania aérea e o "campo de refugiados" em Lisboa: Expresso nas bancas

Paula Santos, diretora-adjunta | Expresso (curto)

Bom dia,

Seja bem vindo à newsletter desta sexta-feira, com os destaques de mais uma edição do Expresso em banca.

Começamos com o aviso do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea: Portugal precisa de adquirir 27 caças americanos F-35 para substituir os 28 jatos F-16 com 30 anos de atividade.

Em causa, como já lhe vou explicar, está uma questão de controlo da nossa soberania aérea.

O investimento, que o general Cartaxo Alves considera essencial, custa 5 mil milhões de euros. O tema faz a manchete do jornal esta semana.

Trata-se de um valor equivalente ao total do orçamento previsto para as aquisições militares das Forças Armadas ao longo dos próximos 12 anos.

Uma aposta de custos muito elevados, justificada pela necessidade de substituir aparelhos que começam a ficar obsoletos e não destoar dos restantes países europeus que já investem numa atualização para aviões de quinta geração.

Ao Expresso, o Chefe de Estado-Maior fala do receio de que Portugal não acompanhe esse processo e acabe por ficar sem os meios adequados ao patrulhamento do espaço aéreo, que teria de ser assegurado por forças estrangeiras, levantando questões sobre a defesa da nossa soberania.

Na semana em que ficámos a conhecer a localização do novo aeroporto de Lisboa e os planos para investimento na alta velocidade e na construção da terceira ponte sobre o Tejo, sobram perguntas sobre os passos que se seguem.

Miguel Pinto Luz revela ao Expresso que o “principal risco do novo aeroporto, não são as negociações com a ANA”, a operadora responsável pela gestão do espaço, mas sim “a avaliação ambiental”.

Em entrevista, o ministro das Infraestruturas, fala ainda dos desafios politicos para um Governo com uma minoria curta, revela que a privatização da TAP não é uma prioridade neste momento, embora admita que possa vir a ser total.

Sobre a ferrovia, Pinto Luz anuncia que o Governo está a reavaliar a compra de comboios da CP, (neste ponto permita-me desvendar de imediato alguns conteúdos do Caderno de Economia) ao mesmo tempo que aponta uma poupança de 600 milhões de euros, caso a ponte Chelas/Barreiro venha a ter apenas transporte ferroviário.

Voltando ao papel da ANA, aeroportos de Portugal, contamos ainda que não se irá opor ao aeroporto em Alcochete e revistamos a semana de todas estas revelações. Acrescentamos um aviso: as obras para atenuar o impacto do ruído do atual aeroporto estão atrasadas e, prevendo-se uma expansão, o problema agrava-se.

É tempo, nesta newsletter, de assentarmos os pés no chão.

Há um ‘campo de refugiados’ no centro de Lisboa. O ajuntamento de tendas e migrantes junto à Igreja dos Anjos, que há poucas semanas tinha pouca dimensão, reúne agora duas centenas de pessoas. O tema faz a foto de primeira página. Trata-se de jovens sem-abrigo, quase todos do Senegal e Gâmbia. São exemplos cada vez mais visiveis nas cidades. O coordenador da estratégia nacional para a integração dos sem-abrigo já identificou pessoas com ocupação e rendimento a viver nas ruas.

AIMA cobra por engano imigrantes já legalizados. O erro junta-se aos outros problemas que têm dificultado a vida de quem procura as respostas da agência para a Integração, Migração e Asilo.

PJ investiga 500 casos de tráfico de pessoas. São crimes que têm vindo a crescer em Portugal e já levaram a algumas detenções.

Número de beneficiários do RSI é o mais baixo em 18 anos. Há explicações dos especialistas para os números de 2023 mas ninguém arrisca dizer que os dados estão associados a uma diminuição da pobreza.

Portugal protagoniza a maior renovação de sempre de Eurodeputados em Bruxelas. A aposta dos partidos em listas quase totalmente novas terá uma consequência evidente, na opinião de analistas ouvidos pelo Expresso: a perda de influência do país.

Catarina Martins, cabeça de lista do BE e uma das novas candidatas, acusa o PPE de “dar força a uma política xenófoba”. Confira aqui a entrevista.

Processo contra Marcelo dividiu o Chega. Contamos-lhe esta semana que a iniciativa de acusar o Presidente da República de traição, esteve longe de ser consensual entre os deputados do partido de Ventura.

Eslováquia teme guerra civil depois de atentado. Robert Fico, o primeiro-ministro, sobreviveu a uma tentativa de assassínio mas o seu futuro, bem como o futuro político do país é nesta altura incerto.

Vamos já espreitar as novidades do Caderno de Economia. Permita-me dois últimos desvios. O primeiro num tema que faz as centrais esta semana.

Taylor Swift chega na próxima semana a Lisboa. Que fenómeno é este, que arrasta multidões e pode mesmo influenciar as eleições americanas? Ora espreite.

Por fim, recordo que o Euro 2024 está à porta e a convocatória de Roberto Martinez ao virar da esquina. A Tribuna Expresso apresenta-lhe os Cromos da Caderneta. Pode começar a fazer as suas apostas!

Já lhe dei conta dos conteúdos, que também desenvolvemos no Caderno de Economia, em torno do anúncio sobre a localização do novo aeroporto. Destaco agora o dossier sobre os efeitos da passagem da Troika por Portugal.

Assinalamos 10 anos da “saída limpa” para colocar a pergunta: o que mudou na economia portuguesa?

Exportações são o nosso maior sucesso, investimento público o pior falhanço. A conclusão, dos economistas ouvidos pelo Expresso, remete para o retrato de uma economia “em piloto automático”.

Vamos por partes. Vejamos o que mudou em relação à idade de reforma e nas relações de confiança com os pensionistas. E há alterações laborais que não foram revertidas. Em matéria fiscal, há impostos que vieram para ficar. Terá o país abraçado as reformas estruturais previstas? tem aqui a resposta. Visto de fora, quais foram as reações ao fim do resgate?

Muitas perguntas e respostas num dossier muito completo, que além de marcar a edição desta semana, não esgota aqui os temas e conteúdos. Há mais para ler no site.

CEO do PSI ganham 35 vezes mais do que os funcionários. O fosso salarial continua elevado e é no grupo Jerónimo Martins que encontramos as maiores disparidades.

“Destruir uma floresta para pôr painéis solares não é fantástico”: a declaração de João Manso Neto, presidente executivo da Greenvolt numa entrevista ao Expresso.

Novo programa de Habitação do Governo. A garantia pública para os jovens só cobre 10% do crédito pedido para a compra de casa.

Sabia que a construção de novas casas obriga a incluir postos de carregamento para carros elétricos? A exigência veio para ficar.

Há uma possivel fusão na banca a levantar novas dúvidas. Será que o negócio que junta BBVA e Sabadell em Espanha vai mexer com a banca nacional?

E é de outro negócio (de sucesso!) que falamos já a seguir quando partimos à descoberta dos destaques da Revista

Chama-se Vanessa Barragão e é apresentada como a portuguesa que reinventou o têxtil.

O cartão de visita desta artesã algarvia começou por ser sobretudo internacional, antes do reconhecimento dentro de portas. Criadora de tapeçarias únicas, confessa que sempre se inspirou no mar. Conheça a invulgar história de uma artista que tem peças em destaque no aeroporto de Heathrow e também já chegou às Nações Unidas.

Um homem na Cidade Luz. Pedro Abrunhosa assinala 30 anos do álbum “Viagens” que havia de lhe marcar a carreira na música portuguesa. Falou com o Expresso em Paris. Mais do que um regresso ao passado, o músico conta uma história de vida, ou de “muitas vidas”.

Revisitamos a história. Falamos de um encontro secreto entre a PIDE e a DGS espanhola. “A reunião que não existiu”, assim contada na edição da Revista, realizou-se em 1965 e servia para Portugal procurar garantir que a Espanha ilibava a polícia política de qualquer suspeita da morte de Humberto Delgado.

Ai Weiwei vai ter um novo ateliê no Alentejo onde recebeu o Expresso. O artista acaba de lançar uma biografia gráfica em formato de banda desenhada e inaugurou uma exposição em Lisboa. Projetos que não vai querer perder.

OUTRAS NOTÍCIAS

As últimas horas foram ainda marcadas pela audição do ministra do Trabalho no Parlamento sobre a Santa Casa da Misericórdia. Maria do Rosário Ramalho diz que a Provedora exonerada Ana Jorge “encontrou um cancro financeiro e tratou-o com Paracetamol”. Entretanto o Governo já escolheu o sucessor de Ana Jorge. Trata-se de um economista, foi vice-presidente da Cruz Vermelha e chegou a ser multado e inibido de exercer funções pelo Banco de Moçambique, mas a condenação foi anulada.

As defesas de Rui Costa a Luis Filipe Vieira desmentem suspeitas do Ministério Público sobre desvio de dinheiro do Benfica. O ex e o atual presidente do clube são arguidos e suspeitos de terem utilizado faturas falsas para contratação de jogadores.

Há greve na Função Pública esta sexta-feira. É a primeira jornada de luta contra este Governo. E já há escolas afetadas.

Operação Marquês. José Sócrates viu negado o pedido para afastamento das juízas desembargadoras do tribunal da Relação de Lisboa. O ex-primeiro-ministro queixa-se de desonestidade e vai recorrer para o Tribunal Constitucional.

PODCASTS

Geração 80. Juiz Gonçalo Almeida Ribeiro: “Não somos a geração que se aburguesou, somos a geração que é filha daqueles que se aburguesaram”.

Miguel Sousa Tavares de Viva Voz. Montenegro começa (finalmente) a dar sinais de governar e a “barbaridade inacreditável” contra os imigrantes.

Chave na mão. ”A minha geração pagou a crise de 2008, 2011 e agora é quem paga a crise da habitação. Quanto deixo de pagar e começo a receber?”.

Concluída a rota deste Expresso Curto, resta-me desejar-lhe um bom dia e um ótimo fim de semana!

Sempre com o Expresso por perto.

* Com título PG

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