domingo, 5 de janeiro de 2025

Conversações urgentes de Netanyahu sobre apelos por cessar-fogo e troca de prisioneiros

Equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu está convocando uma sessão de consulta limitada hoje para discutir os desenvolvimentos nas negociações em andamento para uma troca de prisioneiros com grupos de resistência palestinos em Gaza. As discussões ocorrem em meio à crescente pressão, tanto doméstica quanto internacional, para acabar com o ataque brutal a Gaza, que tem sido amplamente condenado como uma forma de genocídio.

Entre os que participarão das consultas estarão o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, e o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich. A Rádio do Exército de Israel informou que Netanyahu está pedindo conversas urgentes sobre segurança, coincidindo com o progresso nas negociações para um possível cessar-fogo e troca de prisioneiros.

Enquanto isso, a mídia israelense informou que o chefe do Mossad, David Barnea, deve viajar ao Catar para se envolver em novas negociações com o objetivo de finalizar um acordo para uma troca de prisioneiros.

Apesar desses esforços, autoridades israelenses deixaram claro que a prioridade continua sendo a destruição do Hamas, em vez de garantir a libertação de prisioneiros. Uma reportagem do Haaretz citou a admissão de um negociador de que o governo israelense vê a erradicação do Hamas como mais importante do que resgatar seus prisioneiros mantidos por facções palestinas em Gaza.

Protestos Israelenses Aumentam

As tensões também aumentaram nas ruas de Israel, onde um grande número de pessoas foi às ruas para protestar contra a guerra em andamento. Em particular, famílias de prisioneiros israelenses em Gaza expressaram forte oposição à forma como o governo está lidando com a situação. Muitos manifestantes estão pedindo um cessar-fogo e o fim imediato do bombardeio em andamento em Gaza, que foi descrito por grupos de direitos humanos como genocídio.

Uma marcha anterior de famílias de prisioneiros israelenses em Gaza em direção ao escritório de Netanyahu simbolizou a crescente frustração com a falta de urgência em trazer os prisioneiros para casa.

Prisioneiros israelenses em Gaza

Um vídeo divulgado pela ala militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, trouxe mais atenção aos prisioneiros israelenses em Gaza. Em uma mensagem forte, a soldado israelense Liri Albag, mantida em cativeiro por mais de 450 dias, descreveu os horrores que ela e outros prisioneiros sofrem. Falando com sua família e o governo israelense, ela expressou desespero sobre sua situação, afirmando que ela e outros não eram mais uma prioridade para seu governo.

As palavras de Albag — “Não estamos na lista de prioridades do nosso governo ou exército” — ecoam o sentimento de muitas famílias de prisioneiros, que se sentem abandonadas diante da guerra israelense em andamento. Ela questionou se a guerra teria continuado se aqueles em cativeiro fossem entes queridos dos líderes israelenses.

Genocídio em Gaza

O ataque israelense em andamento à Faixa de Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023, levou a uma crise humanitária de escala sem precedentes. À medida que o número de mortos entre civis palestinos sitiados e famintos continua a aumentar diariamente, Israel está atualmente enfrentando acusações de genocídio contra palestinos perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 45.805 palestinos foram mortos e 109.064 ficaram feridos no genocídio israelense em Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023. O número deve aumentar ainda mais, com pelo menos 11.000 pessoas ainda desaparecidas, presumivelmente mortas sob os escombros de suas casas em Gaza.

A guerra, que os palestinos chamam de “Operação Al-Aqsa Flood”, começou após uma operação militar realizada pelo Hamas em território israelense. Israel relata que 1.139 de seus soldados e civis foram mortos durante o ataque inicial em 7 de outubro. No entanto, a mídia israelense levantou preocupações de que um número significativo de baixas israelenses foram causadas por 'fogo amigo' durante o ataque.

Organizações de direitos humanos, tanto palestinas quanto internacionais, relataram que a esmagadora maioria das vítimas em Gaza são mulheres e crianças. A violência em andamento também exacerbou uma fome aguda, com milhares de crianças entre os mortos, destacando a gravidade do desastre humanitário.

A guerra deslocou quase dois milhões de pessoas de suas casas em Gaza, com a maioria dos deslocados forçados a ir para a já superlotada região sul da Faixa. A população em Gaza continua presa no conflito em andamento, com pouco acesso a necessidades básicas como comida, água e cuidados médicos.

( The Palestine Chronicle, AJA )

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