sábado, 25 de janeiro de 2025

VERDADE COMPARADA - Reprovações na Cadeira da Candonga -- J. Bazeza

J. Bazeza, Luanda

Uma razia. Do palácio ao parlamento há bué de chumbos na cadeira da Candonga. Poucos aprovaram. O último chumbo doeu mesmo. Boca Azul descobriu que a vice Esperança foi ao Caraculo e chumbou. Na sua comitiva também houve reprovações terríveis. O muadié dos transportes não conseguiu pôr os camelos a transportar pessoas e bens. Reprovado. A excelência da saúde desconseguiu tirar leite às camelas. Despromovida a auxiliar de enfermagem. O ministro fazedor de cultura desculturou no Virei. A arte rupestre de Tchitundu Hulu descoloriu e a vice da esperança abafou na subida da montanha.

Mafioso atirou com achas para a fogueira da esperança. Falaram mal do chefe porque indultou um absolvido. O seu avilo Biden indultou a família toda, os amigos, o cachorro e o periquito. Nem acusados foram quanto mais absolvidos. Indultar sem crime nem condenação é o contributo de Angola para a ordem jurídica mundial. Em Washington já estão a seguir esta inovação. Nem tudo são reprovações na Sanzala, graças ao chefe.

No Muceque o que está a bater é a detenção de um oficial, por sinal segundo comandante do município, por cobrir chineses bandius. Mafioso contou ao Boca Azul que essa fila aconteceu porque os poliangurs ainda não têm salário acrescido, as zungueiras agora estão a reagir quando os seus negócios são roubados. Os agentes de trânsito já não estão aceitar que qualquer um se meta nas suas bombas.

Boca Azul aceitou o bigui do Mafioso. Mentira de amigo não mata. Tem a plena certeza de que a Sanzala é um país onde tudo está direito. Ninguém conduz em contramão. Começou a descrever o bom comportamento dos representantes do povo, mesmo dos que reprovam na cadeira da Candonga. São estudiosos e defendem a ferro e fogo, de manhã, à tarde, à noite e de madrugada o bem-estar dos pobres povitos.

Mafioso é daqueles que gosta de acompanhar o estado de saúde do planeta Terra, principalmente da Sanzala, chão de heróis que lutaram e continuam a lutar para que os filhos, netos e bisnetos vivam com dignidade. As notícias não circulam nessa faixa. O ministro das tecnologias e da comunicação social também reprovou na cadeira da Candonga. Licenciatura, nunca mais! Só leva diploma de roboteiro dos satélites.

Mafioso afixou a última notícia. Uma comissão do parlamento da Sanzala deu como provado que um representante do povo, por estar mergulhado na dibinza e na miséria, gamou o desgraçado povinho da Sanzala sofisticadamente. Pôs os botes a fazer processo. Boca Azul atirou com a pergunta: É só esse? Mafioso assobiou para o lado.

Para Mafioso, isto só acontece na Sanzala porque a equipa económica do Executivo não está a dar conta do recado. A resposta é dada nos turengues, táxis, placas, nas ruelas e em grupinhos.

Ao chefão, coitado, os seus auxiliares dizem que todos nós estamos bem e que não há problemas. O chefe pode dormir e acordar descansado.

No final do dia, vendo que os salários não são dignos de uma pessoa humana, não dão dignidade, muitos muadiés mandantes escolheram o mundo duvidoso. Ou melhor, mudaram para a delinquência. Mas delinquência sofisticada. Como meter ruca ou triunfar na candonga, onde agentes da polícia não se atrevem a mandar parar os mandantes.

Mafioso diz que é uma grande máfia dos tais reprovados. Sobre ministros, governadores, administradores municipais e de empresas públicas, ele diz que no Muceque são bem comportados. A delinquência aberta não lhes passa na cabeça, só nas mãos e nos bolsos.

Boca Azul atirou que se na Sanzala os do executivo perderem o controlo dos Media o chefe fica informado e aí é que vão ser elas.

Vão ser elas porque o chefe até agora tem confiado nos seus executivos. Ninguém reprova. A luz não vai. A água não está suja. A limpeza a seco triunfou. O projecto águas para todos está aí e os pobres povitos da Sanzala estão a consumir da boa água. Têm saneamento básico como mostra a TPA. Têm tudo que o futuro da Nação merece.

A verdade mal comparada pode ser mentira. Se a pança dos reprovados na cadeira da Candonga precisa de cinco cestas básicas por hora, a verdade, verdadinha, é que uma cesta só nem chega para cantar o hino dos 50 anos da Independência Nacional. Ganha apenas o Big Nelo e companhia da farra O banquete. Verdade aborrecida. Verdade violada. Verdade invertida. Verdade esmagada. Verdade fodida. 

Sem comentários:

Mais lidas da semana