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Rio de Janeiro, 28 abr (Lusa) - o presidente da Bunge, Pedro Parente, confirmou que a lei que restringe a aquisição de terras por estrangeiros no Brasil afetou a empresa, uma das principais produtoras de etanol do país, numa época em que o mercado sofre com a alta dos preços do produto.
"A medida está ligada a uma preocupação de soberania, que não teve a intenção de atingir empresas como a nossa, mas o facto é que atingiu", afirmou o executivo, após participar de uma mesa de debate sobre a questão do futuro da produção de alimentos durante o VI Fórum Económico Mundial da América Latina.
Parente defendeu que, apesar de ser uma empresa de origem norte-americana, a Bunge possui mais de 20 mil funcionários no Brasil e é a terceira maior exportadora do país, pelo que não haveria motivos para esse tipo de restrição à sua expansão.
"A Bunge é uma empresa brasileira em todos os aspetos, ela produz no Brasil, emprega no Brasil e paga impostos no Brasil", ressaltou o executivo.
O preço da gasolina tem sofrido sucessivas subidas a nível interno nas últimas semanas, sobretudo devido à alta do etanol anidro, que é adicionado à gasolina com a intenção de reduzir a utilização do combustível fóssil.
Na opinião de Parente, o governo não deve intervir na situação com a criação de quotas ou metas de produção de biocombustíveis, como tem sido feito, mas sim no caso de garantir o acesso a terras.
A proposta em debate é permitir a estrangeiros apenas o direito de uso da terra, sem a garantia de posse.
"Se empresas como a Bunge têm condições favoráveis de investimento, o governo não tem que se preocupar com essa questão, porque o setor privado vai fazer a sua parte", declarou.
Parente confirmou que a empresa está interessada em aumentar os seus investimentos para a produção de etanol, o que implica também a compra de terras para a plantação da cana-de-açúcar.
"Toda relação ligada à agricultura e a áreas da cana-de-açúcar nos interessa. Nós precisamos crescer e o Brasil também precisa disso", concluiu.
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