A presidente do grupo nas Nações Unidas para a paz na Guiné-Bissau, Luiza Viotti, considerou que houve no país “avanços importantes em direção à estabilidade” mas também que “essa estabilidade ainda é frágil”.
“É muito importante que todos os atores se empenhem por manter essa estabilidade, a integridade das instituições democráticas, e haverá sempre o apoio entre os parceiros internacionais. É muito importante que se evitem declarações, ou manifestações, ou ações, que possam por em perigo as instituições democráticas e a estabilidade do país”, afirmou.
Luiza Viotti preside à Configuração Específica para a Guiné-Bissau na Comissão de Construção da Paz da ONU e terminou hoje uma visita de dois dias a Bissau, onde se reuniu com o primeiro-ministro e com ministros mas também com diplomatas acreditados no país e com representantes da sociedade civil.
No final da visita, em conferência de imprensa, a responsável disse que é preciso que a paz se consolide e que para isso é importante os esforços de todos, governo, partidos políticos e sociedade civil. No plano económico também se realizaram “avanços importantes”, realçou.
A visita, acrescentou, destinou-se também a debater a reforma do setor de defesa e segurança, e nesse sentido será organizada em Nova Iorque, ainda este ano, uma reunião de alto nível para mobilizar o apoio de parceiros internacionais, para o lançamento de um fundo de pensões, que permita que os militares possam passar à reforma “em condições adequadas”.
A responsável, disse, recebeu do governo o “total compromisso” em relação à estabilidade e à implementação dos projetos previstos no programa de consolidação da paz, bem como à reforma do setor de segurança e defesa.
Quanto às manifestações que os partidos da oposição têm organizado em Bissau, a exigir a demissão do primeiro-ministro, Luiza Viotti considerou que as mesmas são normais e da natureza de uma sociedade democrática, desde que “sejam canalizadas pelos canais democráticos institucionais”.
“Enquanto há manifestações pacíficas não há maiores problemas”, afirmou.
A visita de Luiza Viotti a Bissau acontece dois meses depois de o Fundo de Construção da Paz ter disponibilizado 16,8 milhões de dólares (11,7 milhões de euros), para o período 2011-2013, destinados à reforma do setor de defesa e segurança, reconciliação e diálogo nacional e revitalização da economia, através da criação de emprego para jovens, mulheres e militares desmobilizados.
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